Índice
Toggle30 de Junho Dia Internacional dos Asteróides
O Dia Internacional dos Asteróides celebra-se anualmente a 30 de Junho, data que corresponde ao aniversário do suposto impacto de um asteróide sobre a região da Tungusta, na Sibéria, a 30 de Junho de 1908.
Estes objectos, quando próximos da Terra, podem representar uma ameaça de impacto. Desta possibilidade, embora remota, decorre a necessidade de planear e tentar, dentro do possível, a sua prevenção. São, assim, necessárias acções de carácter cooperativo no interesse da segurança pública para poder proteger o planeta destas situações.
Este Dia foi proclamado através da Resolução 71/90, adoptada na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas de 6 de Dezembro de 2016.
2029, Ano Para a Sensibilização dos Asteróides
Please accept YouTube cookies to play this video. By accepting you will be accessing content from YouTube, a service provided by an external third party.
If you accept this notice, your choice will be saved and the page will refresh.
———————————————————————————————
Aceite os cookies do YouTube para reproduzir este vídeo. Ao aceitar, estará a aceder ao conteúdo do YouTube, um serviço fornecido por terceiros.
Se aceitar, a sua escolha será salva e a página será atualizada.
A 13 de Abril de 2029, o asteróide “99942 Apophis” passará, em segurança, a uma distância de cerca de 32.000 quilómetros acima da superfície da Terra, dentro da órbita geoestacionária, não representando qualquer ameaça para o planeta. Esta aproximação fará com que o asteróide seja visível a olho nu para milhares de milhões de pessoas no céu nocturno.
Este será um acontecimento único no milénio e uma ocasião única para uma campanha mundial de sensibilização para os asteróides, o seu valor científico e em termos de recursos e o perigo potencial que representam.
Assim, em 2024, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que 2029 seria o “Ano Internacional da Sensibilização para os Asteróides e da Defesa Planetária”. Esta iniciativa visa destacar os esforços na atenuação dos potenciais perigos dos objectos próximos da Terra, proporcionando simultaneamente uma oportunidade para uma campanha educativa global.
O Que Foi o Evento da Tunguska?
O Evento da Tunguska ocorreu a 30 de Junho de 1908, por volta das 7h da manhã, na região remota e pouco habitada de Sibéria Central, junto ao rio Podkamennaya Tunguska, na Rússia czarista. Foi registada nessa área uma explosão aérea de uma magnitude colossal — estimada entre 10 e 15 megatoneladas, o equivalente a cerca de 1.000 vezes a bomba atómica de Hiroxima.
A explosão devastou uma área florestal de aproximadamente 2.150 km², derrubando cerca de 80 milhões de árvores. Não há registos oficiais de mortes humanas (embora existam relatos não confirmados de vítimas entre caçadores ou pastores Evenki).
Surgiram várias teorias sobre o que terá ocorrido de facto na região da Tunguska nesse dia, mas a realidade é que não sabemos. No entanto, existem várias teorias para o Evento, umas mais aceite do que outras.
As Investigações Soviéticas
A primeira vez que os soviéticos visitaram a zona da Tunguska foi em Abril de 1927, em que Leonid Alekseievitch Kulik, geólogo da Academia das Ciências da URSS tinha uma missão clara: investigar o maior evento de explosão atmosférica de que havia registo na história até ao momento e, até aos dias de hoje.
Ao chegar ao local, a surpresa foi enorme. O que encontrou no coração remoto da Sibéria, ultrapassou qualquer descrição científica ou poética. Era como se a própria Terra tivesse sido fustigada por um deus enfurecido — ou visitada por algo que os homens ainda não sabem nomear.
O Evento
A 30 de Junho de 1908, pouco depois das sete da manhã, uma luz incandescente riscou os céus da Sibéria Central. Testemunhas viram uma bola de fogo atravessar o céu com velocidade vertiginosa.
Minutos depois, uma onda de choque derrubou árvores e casas, quebrou vidros em cidades a centenas de quilómetros, fez oscilar os sismógrafos na Ásia e na Europa, e iluminou noites inteiras com um brilho leitoso que se prolongaria por vários dias.
O epicentro, descobertos anos mais tarde, situava-se nas margens do rio Podkamennaya Tunguska, numa zona pantanosa e de acesso extremamente difícil. Nenhuma cratera foi detectada. Nenhum fragmento de algum suposto meteoro foi recolhido. Durante quase duas décadas, o fenómeno permaneceu sem explicação — um silêncio científico em consonância com a vastidão solitária da taiga.
Uma Missão Rumo ao Desconhecido
Leonid Kulik começou a compilar relatos em 1921, mas apenas em 1927 obteve a autorização e os recursos para levar uma expedição ao local. A viagem foi árdua: canoas improvisadas, trenós puxados por renas, dias de marcha em pântanos gelados no território evenki, até que, por fim, se revelou diante da expedição a cicatriz da explosão.
Era como entrar num cemitério vegetal. Cerca de 80 milhões de árvores haviam sido abatidas e jaziam no solo, apontando para longe do centro — como se algo as tivesse varrido do alto. No epicentro, porém, algumas permaneciam de pé, sem ramos, queimadas, desfolhadas, mas não tombadas. Um padrão incompreensível. Um silêncio absoluto.
Kulik documentou tudo com minúcia. Fez medições, tirou fotografias, elaborou mapas. Os soviéticos sabiam que não se tratava de uma explosão comum. Havia energia suficiente para devastar mais de dois mil quilómetros quadrados, o que hoje sabemos equivaler a 10 a 15 megatoneladas, mil vezes a bomba de Hiroxima. Mas onde estava a cratera? Onde estavam os fragmentos do corpo celeste?
O Xamã, a Luz Azul e a Floresta Que Fala
Os povos evenki que habitavam a região tinham as suas próprias respostas. Numa das entrevistas efectuadas aos habitantes locais, um velho caçador apontou para o Norte e disse: “Ali o sol caiu do céu. A floresta lembra-se.” Os seus relatos — consistentes e vívidos — falavam de uma luz azul, um trovão duplo, vento e fogo.
Em alguns casos, referiam queimaduras e animais mortos. Um deles falava de uma “segunda luz”, como se algo tivesse explodido antes de tocar o chão. Kulik escutou os relatos com atenção. Nas suas cartas à Academia, mencionava dois modelos principais:
- Ou se tratou de um meteoro rochoso ou metálico que explodira antes do impacto
- Ou — hipótese mais plausível a seu ver — de um núcleo cometário feito de gelo e poeira que se teria desintegrado completamente na atmosfera. Isso explicaria a ausência de fragmentos e a misteriosa claridade que banhou o céu europeu durante as noites seguintes ao evento.
O Ponto de Impacto
Num esforço para localizar o ponto de impacto, Kulik ordenou a drenagem de um pequeno pântano que julgava esconder uma cratera. O trabalho foi lento, penoso, e ao fim de semanas revelou apenas um tronco fossilizado. O que se pensava ser uma cicatriz da explosão revelou-se um erro — e a floresta, imperturbável, parecia zombar da lógica humana.
Em 1928 e 1929, Kulik regressou ao local com equipamento mais moderno. Catalogou milhares de árvores e começou a recolher amostras de resina que mais tarde revelariam microesferas metálicas contendo níquel e irídio — assinaturas químicas típicas de meteoritos.
Estas esferas estavam incrustadas em seiva fossilizada, prova de que algo extraterrestre efectivamente passara por ali. Anos mais tarde, foram detectados elevados níveis de radiação nestas esferas, fenómeno que a ciência ainda não conseguiu explicar.
A Ciência e as Sombras
Nos anos seguintes, outros cientistas soviéticos retomaram a investigação. Alguns defenderam a hipótese do cometa; outros, mais ousados, propuseram ideias como buracos negros microscópicos, colisões com antimatéria ou até explosões nucleares naturais.
Nenhuma dessas propostas se sustentou face aos dados físicos disponíveis, mas as suas conjecturas enriqueceram o debate e deixaram uma aura de mistério em torno do evento.
Em 1938, Kulik regressou ao local para efectuar um levantamento fotográfico aéreo que captou 1.500 imagens da zona devastada. Estas imagens, arquivadas em película de nitrato, acabariam por ser destruídas décadas mais tarde por razões de segurança — um último golpe do acaso sobre um caso já saturado de incógnitas.
Um Legado Incinerado
Kulik não voltaria a Tunguska. Em 1942, foi capturado pelos nazis durante a guerra e morreu num campo de prisioneiros. O seu trabalho, porém, sobreviveu: relatórios, esboços, amostras, fotografias e testemunhos foram arquivados em Leningrado e usados por gerações futuras de investigadores.
A conclusão soviética, até à década de 1960, era clara: um fragmento de cometa explodira entre 5 e 10 km de altitude, libertando energia suficiente para devastar a floresta sem deixar cratera. Um alerta, talvez, sobre a vulnerabilidade do planeta.
Hoje, ao visitar o local, encontra-se um monumento modesto, rodeado por árvores que voltaram a crescer. No entanto, o padrão radial da explosão ainda se distingue nas copas, como uma impressão digital impressa na paisagem.
Na noite de 30 de Junho, todos os anos, astrónomos, físicos e curiosos voltam a falar da Tunguska. Muitos perguntam o mesmo que Kulik escreveu no seu caderno de campo:
“Que visitante foi este, capaz de incendiar o céu… e não deixar rosto?”
A Teoria Científica Mais Aceite
A hipótese dominante entre os cientistas é que um asteróide ou um resto de um meteoro ou ainda um cometa terá entrado na atmosfera terrestre e explodiu a uma altitude entre os 5 e os 10 quilómetros, libertando uma imensa quantidade de energia em forma de onda de choque.
A composição exacta do objecto ainda hoje é debatida. Muitos acreditam que seria um fragmento de um cometa composto por gelo e poeira, razão pela qual não terá deixado uma cratera de impacto. As missões de investigação soviéticas realizadas na década de 1920, encontraram árvores queimadas em pé no centro do impacto, o que também sustenta a tese de uma explosão aérea.
Investigações mais recentes com recurso a animação computorizada confirmam que um asteróide de 50 a 60 metros de diâmetro, seria o suficiente para causar o evento observado, pelo que se assume que foi de facto o resultado de um “embate de um asteróide” a causar o Evento da Tunguska.
A Teoria da Nave Extraterrestre
Com o passar do tempo, surgiram várias explicações não convencionais, entre elas a “mais aceite” é a da teoria de o embate ter sido causado por uma nave extraterrestre. Segundo essa teoria, o objecto que explodiu seria uma nave alienígena, acidental ou deliberadamente destruída na atmosfera.
Autores como o soviético Aleksander Kazantsev (nos anos 1940), após a explosão de Hiroxima, propagaram essa ideia. Kazantsev, um engenheiro e escritor de ficção científica com formação académica sólida, foi o primeiro a sugerir que a devastação observada em Tunguska apresentava semelhanças com os efeitos de uma explosão nuclear — mas ocorrida décadas antes da tecnologia humana a tornar possível.
A ideia ganhou força no imaginário soviético à medida que mais pormenores do evento se tornavam públicos, em particular a descoberta de que as microesferas metálicas contendo níquel e irídio, encontradas no local, teriam elevados níveis de radiação aparentemente inexplicáveis.
A explosão libertou energia equivalente a pelo menos 10 a 15 megatoneladas de TNT, mas, ao contrário do que se esperaria, não deixou cratera de impacto, nem qualquer fragmento identificável de um meteorito ou cometa.
Apenas se encontrou destruição em larga escala: uma floresta devastada num raio superior a trinta quilómetros, árvores queimadas, mas em pé no epicentro e padrões de derrube quase geométricos. Essas características, incomuns mesmo para impactos atmosféricos, foram interpretadas por alguns como sinais de um evento inteligente, possivelmente tecnológico.
Em plena Guerra Fria, quando o mundo oscilava entre a paranóia atómica e a febre dos discos voadores, cientistas e investigadores independentes na URSS começaram a entrever em Tunguska algo mais do que uma simples coincidência cósmica.
A Hipótese Ziegel
Num artigo publicado discretamente nos anos 1960, o físico soviético Felix Ziegel mencionou, sem conclusões definitivas que alguns dados recolhidos durante as expedições posteriores a Kulik, poderiam ser provas de fenómenos, “não humanos”.
Nomeadamente os efeitos electromagnéticos e as perturbações atmosféricas registadas nos dias subsequentes ao evento, bem como os elevados níveis de radiação encontrados no local, poderiam ser compatíveis com uma libertação de energia de tipo “não-convencional”. Ziegel não falou em OVNIs, mas plantou as sementes para que outros o fizessem.
Uma Explosão Programada
Na década de 1980, novas interpretações — agora mais ousadas — começaram a circular em publicações periféricas e fóruns académicos marginais. Uma das mais recorrentes sugeria que uma nave extraterrestre, talvez danificada durante uma aproximação orbital, teria entrado na atmosfera terrestre e se autodestruído deliberadamente para evitar cair sobre zonas povoadas.
O facto de o objecto ter explodido a grande altitude, numa região remota e desabitada da Sibéria, é visto por estes teóricos como uma decisão calculada. Uma nave em queda, prestes a falhar, poderia ter escolhido — ou sido comandada — a sacrificar-se onde o impacto causasse menos vítimas. Um gesto de contenção tecnológica ou, segundo alguns, de compaixão.
Esta teoria encontra espelho em alguns relatos dos habitantes locais, ignorados à altura por serem considerados demasiado fantasiosos, em que estes afirmaram ter visto uma bola de fogo no ar a mudar de direcção antes da explosão.
A Sonda Automática
Outra versão, menos antropocêntrica, propõe que o objecto extraterrestre não seria uma nave tripulada, mas sim uma sonda automática — uma espécie de artefacto interplanetário não tripulado, enviado para recolher dados atmosféricos ou geológicos da Terra.
Ter-se-ia tratado de um acidente técnico: uma falha no sistema de propulsão ou de escudo térmico, provocando a sua destruição em pleno voo. Esta hipótese ganha alguma tracção entre os que estudam possíveis sondas tipo von Neumann — máquinas auto-replicantes programadas para viajar entre sistemas estelares e estudar exoplanetas, evitando contacto directo com civilizações emergentes.
Os Bons ETs
Há ainda os que acreditam que o evento não foi causado por uma nave em perigo, mas sim por um acto deliberado de protecção externa. Segundo esta visão, que circulou no final do século XX em círculos pseudo-científicos na Rússia e no Japão, Tunguska teria sido o local onde uma ameaça maior foi interceptada.
Ou seja, uma nave alienígena terá destruído um objecto rochoso em rota de colisão com a Terra, impedindo que este caísse sobre áreas densamente povoadas da Europa. Os que defendem esta versão apontam para o trajecto original do corpo celeste, que parecia deslocar-se na direcção de Moscovo, antes de “desviar-se” abruptamente e explodir sobre a taiga siberiana.
Esta trajectória invulgar, embora explicável pela física atmosférica, tem servido de base para interpretações onde a inteligência não-humana é vista como força mediadora.
Até hoje, nenhuma destas teorias foi comprovada. Nenhum artefacto foi encontrado, nenhum material de fabrico não-natural foi recuperado, nenhuma assinatura energética verdadeiramente anómala foi detectada em campo.
Mas a ausência de provas não impediu que o mistério sobrevivesse. Pelo contrário: quanto mais a ciência convencional avança na sua explicação — geralmente centrada na hipótese cometária — mais persistem as vozes que perguntam “e se…?”
A Teoria do Miniburaco Negro
Entre as teorias mais ousadas surgidas na década de 1970 está a ideia de que o Evento da Tunguska teria sido causado pela passagem de um buraco negro microscópico através da Terra.
A hipótese, defendida de forma especulativa por alguns físicos soviéticos, parte do princípio de que um corpo extremamente massivo, mas de tamanho subatómico, terá atravessado o planeta a alta velocidade, libertando uma quantidade imensa de energia na sua trajectória.
Segundo esta visão, o impacto não teria sido provocado por contacto directo com a superfície terrestre, mas pelo efeito gravitacional súbito e concentrado da sua passagem, capaz de gerar uma onda de choque atmosférica comparável a uma explosão nuclear.
No entanto, apesar do seu fascínio teórico, a proposta do miniburaco negro esbarra num obstáculo prático: não há vestígios de um ponto de saída. Se o objecto entrou pelo céu da Sibéria, teria de ter emergido algures no hemisfério oposto, causando um segundo distúrbio geológico — o que nunca foi registado.
Além disso, os modelos físicos disponíveis não demonstram que um buraco negro dessa dimensão pudesse atravessar o planeta sem colapsar instantaneamente ou provocar efeitos colaterais muito mais devastadores, como instabilidade sísmica global ou deformação gravítica duradoura.
Embora a teoria tenha alimentado artigos académicos e discussões entre físicos teóricos, o seu valor permanece sobretudo como curiosidade conceptual — uma metáfora do desconhecido, mais do que uma explicação plausível.
A Teoria da Antimatéria
Outra hipótese que ganhou atenção entre os físicos teóricos — tanto soviéticos como ocidentais — foi a possibilidade de que a explosão da Tunguska tivesse sido provocada pela colisão entre a Terra e uma partícula ou bloco de antimatéria.
Neste cenário, um fragmento de antimatéria — talvez oriundo do espaço profundo — teria entrado na atmosfera e, ao entrar em contacto com a matéria terrestre, desencadeado um processo de aniquilação energética total, libertando uma quantidade imensa de energia sem deixar qualquer resíduo sólido.
Do ponto de vista teórico, a aniquilação matéria-antimatéria é uma das reacções mais eficientes conhecidas da física e, poderia em teoria, gerar uma explosão da magnitude observada. Mas os desafios práticos desta teoria são praticamente intransponíveis.
A antimatéria é extremamente instável e interage de forma quase imediata com a matéria comum. Se um fragmento de antimatéria tivesse atravessado a atmosfera terrestre, é altamente improvável que chegasse a baixa altitude sem se desintegrar antes, provocando uma série de pequenas explosões sucessivas e não um único evento concentrado e de alta altitude.
Além disso, não foram registadas evidências de radiação gama ou de resíduos característicos que acompanham uma explosão desse tipo. A teoria permanece, assim, no domínio do possível, mas não do provável.
O Legado Científico e Cultural
O Evento da Tunguska permanece, até aos nossos dias, como o maior impacto atmosférico documentado na história moderna da Humanidade. Nenhum outro episódio conhecido produziu, com tanta clareza, uma devastação tão vasta sem deixar um vestígio sólido da sua origem.
A explosão libertou uma energia superior à da bomba de Hiroxima, arrasando mais de dois mil quilómetros quadrados de floresta em plena Sibéria central, deixando uma marca profunda tanto na ciência como na memória colectiva.
Do ponto de vista científico, o fenómeno funcionou como um despertador cósmico. A partir de meados do século XX, Tunguska passou a ser citado como um alerta claro da vulnerabilidade da Terra perante objectos celestes não detectados.
Serviu de base para numerosas conferências e artigos sobre impactos meteóricos e sobre a necessidade urgente de se desenvolverem sistemas de rastreamento e defesa planetária. Projectos contemporâneos como o Spaceguard Survey, a missão DART da NASA ou a vigilância constante de Near-Earth Objects (NEOs) têm, em parte, a sua origem simbólica naquele amanhecer explosivo de Junho de 1908.
Cultura Popular
Mas o impacto da Tunguska não se limitou à esfera da geofísica. O evento acabou por se entranhar na imaginação popular e na cultura de massas, tornando-se referência recorrente em obras de ficção científica, teorias do oculto e até videojogos.
Séries como The X-Files exploraram o mistério siberiano como cenário de encontros alienígenas e conspirações globais; o universo de Hellboy e o filme Stalker, de Andrei Tarkovsky, beberam directamente da aura de enigma que envolve a zona devastada.
Nos romances esotéricos da segunda metade do século XX, Tunguska surge como ponto de confluência entre dimensões, portais ocultos e experiências de natureza tecnológica ou mística.
Entre a ciência e o mito, entre a hipótese e a ficção, Tunguska mantém-se como um símbolo paradoxal: simultaneamente o acontecimento mais físico e documentado da história dos impactos modernos, e um dos mais férteis em teorias, dúvidas e fabulações.
Aquilo que caiu — ou explodiu — sobre a taiga siberiana foi mais do que um objecto: foi uma ideia em movimento que continua a gerar debates, estudos e narrativas mais de um século depois.
Cultura Popular
Mas o impacto da Tunguska não se limitou à esfera da geofísica. O evento acabou por se entranhar na imaginação popular e na cultura de massas, tornando-se referência recorrente em obras de ficção científica, teorias do oculto e até videojogos.
Séries como The X-Files exploraram o mistério siberiano como cenário de encontros alienígenas e conspirações globais; o universo de Hellboy e o filme Stalker, de Andrei Tarkovsky, beberam directamente da aura de enigma que envolve a zona devastada.
Nos romances esotéricos da segunda metade do século XX, Tunguska surge como ponto de confluência entre dimensões, portais ocultos e experiências de natureza tecnológica ou mística.
Entre a ciência e o mito, entre a hipótese e a ficção, Tunguska mantém-se como um símbolo paradoxal: simultaneamente o acontecimento mais físico e documentado da história dos impactos modernos, e um dos mais férteis em teorias, dúvidas e fabulações.
Aquilo que caiu — ou explodiu — sobre a taiga siberiana foi mais do que um objecto: foi uma ideia em movimento que continua a gerar debates, estudos e narrativas mais de um século depois.
Conclusão
Tunguska não é apenas um acontecimento do passado — é um aviso em combustão, suspenso sobre o presente e o futuro da Humanidade. Seja qual for a origem do fenómeno, permanece a certeza de que vivemos num cosmos dinâmico, onde pequenas variações orbitais podem decidir o destino de um planeta.
Ao celebrarmos o Dia Internacional dos Asteróides, olhamos não só para o céu, mas para dentro de nós — à procura de respostas, defesas, e da coragem necessária para enfrentar o desconhecido que se esconde entre as estrelas.
O que pensas deste Dia Internacional dos Asteróides? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.
Imagem: © 2013 Shutterstock