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Terça-feira, Dezembro 3, 2024

25 de Maio não é Dia de África é Dia do Mundo

África é o berço da humanidade porque o ser humano apareceu em África e daí espalhou-se para o resto do mundo. Por isso, na realidade, somos todos africanos.

25 de Maio não é Dia de África é Dia do Mundo.

O Dia 25 de Maio, é o Dia de África, sendo um dia de celebração em todo o continente africano e por toda a diáspora no mundo, é sem sombra de dúvida, um dia que deve ser celebrado e comemorado por todos os verdadeiros africanos.

Mas o que muitas pessoas não sabem, é que ao dizerem que é o DIA dos Verdadeiros Africanos, estão na realidade a dizer que é o Dia do Mundo. Mas porquê?

África é o Berço da Humanidade, esta é uma frase batida e por isso ninguém pensa realmente no que ela significa, mas a resposta é simples. África é o berço da humanidade porque o ser humano apareceu em África e daí espalhou-se para o resto do mundo. Por isso, na realidade, somos todos africanos.

E para todos aqueles que pensam ser mais africanos que os outros e para aqueles que pensam que não são africanos de maneira nenhuma, Mais África, tem uma oferta para entregar a todos, uma oferta para ficarem a conhecer o continente que nos deu ao mundo. Para a receberem basta clicarem AQUI.

 

Mas Porquê um Dia de África?

A 25 de Maio, no já longínquo ano de 1963, em Addis Abeba, na Etiópia, 30 chefes de Estado e de Governo africanos reuniram-se com o propósito de defender e emancipar o continente africano, libertando o seu povo do colonialismo. Para isso, criaram a Organização de Unidade Africana (OUA), uma instituição diplomática internacional. Hoje, graças a ela, o continente, tem 54 países independentes.

Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 25 de Maio como o Dia de África em homenagem a essa organização que tudo fez para que África seja o que é hoje. A OUA foi substituída em 2002, pela União Africana, mas a celebração da data manteve-se inalterável.

Este dia recorda a luta pela independência do continente africano, contra a colonização europeia e contra o regime do Apartheid, assim como simboliza o desejo de um continente mais unido, organizado, desenvolvido e livre.

A data é celebrada em vários países de África e pelos africanos ao redor do mundo. Em países como o Gana, o Mali, a Namíbia, a Zâmbia e o Zimbabwe, o Dia de África é feriado nacional.

 

Uma Comemoração com 60 anos

Imagem: © DR (20230525) 25 de Maio não é Dia de África é Dia do Mundo B
Bandeira da Extinta Organização de Unidade Africana (OUA)

Para aqueles que gostam de fazer contas, já devem ter percebido que o Dia de África também conhecido como Dia de Libertação da África, celebra o 60º aniversário da Organização da Unidade Africana (OUA), substituía em 2002 pela União Africana.

E é por esta razão que o Presidente das Comores e actual líder da União Africana (UA) aproveitou a comemoração de mais um Dia de Africa para defender a presença permanente da organização pan-africana no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

Eta é uma velha revindicação do continente que conta com o apoio declarado de quase todas as grandes potencias, dos EUA à China, passando pela Rússia e pela União Europeia, mas tarda o passo decisivo para se realizar esse objectivo.

E foi isso mesmo que Azali Assoumani, disse esta quinta-feira, quando se celebra mais um Dia de Africa, nos 60 anos da fundação da OUA, afirmando não haver razões para se continuar a retardar este momento.

“Este é o momento para assegurar uma voz para a África em todo o mundo”.

Afirmou Assoumani, o atual presidente em exercício da União Africana (UA), a partir da sede da organização em Adis Abeba, Etiópia.

Ele acrescentou a essa inevitabilidade outra, embora mais recente, que também reúne o apoio das grandes potências e organismos internacionais: a participação integral da UA no G20, o grupo dos 20 países mais influentes, e não como mero convidado.

A intenção é fazer ouvir a voz de 1,3 mil milhões de pessoas, em 54 países, num dos continentes mais sub-representados nas instituições globais atuais. Quanto à forma de representação, seja pela própria organização pan-africana ou por países do continente, Assoumani não esclareceu em suas declarações.

No entanto, deixou aberta a possibilidade que parece ser o entendimento entre os membros:

“Um ou mais representantes no Conselho de Segurança da ONU”.

O facto é que num contexto internacional em que as grandes potências globais se enfrentam, especialmente após o início da guerra entre a Ucrânia e a Rússia em Fevereiro de 2022, moldando a nova ordem mundial, com a Rússia e a China de um lado e os EUA e a Europa ocidental do outro.

África, como os restantes continentes, tem uma oportunidade soberana, provavelmente irrepetível, para fazer valer as suas posições. Isto porque ninguém quer criar atrito com potências aliadas neste momento em que as alianças buscam expandir as suas áreas de influência.

 

O Continente Africano e o Dia de África

Imagem: © Adobe Stock (20230525) 25 de Maio não é Dia de África é Dia do Mundo
Mapa Abstrato de África

Para terminar e para aqueles que acham que são verdadeiros africanos e para os outros que acham que não o são, fica aqui uma pequena resenha da importância deste grande continente que é a África.

África é considerada o “Berço da Humanidade” porque o ancestral da humanidade mais antigo conhecido o australopithecus ramidus, apareceu e desenvolveu-se no continente africano há pelo menos 4,4 milhões de anos atrás. Tem 30.230.000 km² de extensão territorial, distribuídos em 54 países.

A Nigéria é o país mais populoso de África. A Argélia é o maior país e as Seychelles é o mais pequeno.

O Kilimanjaro (5895 m) é o ponto mais alto de África e é também a montanha independente mais alta do mundo. Enquanto o Lago Assal no Djibouti, é o ponto mais baixo do continente, situando-se a 155 m abaixo do nível do mar.

O Lago Niassa é o lar da maior variedade de espécies de peixes do mundo, incluindo pelo menos 700 espécies de ciclídeos. É um dos Grandes Lagos Africanos e o mais meridional do sistema Rift da África Oriental e fica localizado entre Moçambique, o Malawi e a Tanzânia.

Também é o quinto maior lago de água doce do mundo em volume, o nono maior lago do mundo em área, o segundo lago mais profundo do mundo e o terceiro maior de África. A parte do lago que pertence a Moçambique foi oficialmente declarada uma reserva natural pelo Governo de Moçambique a 10 de junho de 2011.

É um lago meromítico, o que significa que as suas camadas de água não se misturam. A estratificação permanente da água do Lago Niassa e o limite óxido-anóxico (relação de oxigênio na água) são mantidos por gradientes químicos e térmicos moderadamente pequenos.

O rio mais extenso do mundo é o Nilo, fica situado no nordeste do continente africano e tem 7.088 km de extensão a partir da sua nascente no “Nyungwe National Park” no Rwanda, até à sua foz situada no Egipto.

Uganda, Tanzânia, Ruanda, Quénia, República Democrática do Congo, Burundi, Sudão, Sudão do Sul, Etiópia e o Egipto são os países que fazem parte da sua bacia hidrográfica com uma área de 3.349.000 km². A sua nascente, encontra-se a Sul da linha do Equador e a sua foz a Norte.

Em 895DC, em Fez, no actual Marrocos foi fundada a primeira universidade do mundo. Começou com aulas a serem ministradas no interior de uma grande mesquita e mais tarde expandiu-se, tornando-se um local de educação.

A Madrasa (Escola Islâmica) original, ainda hoje funciona e faz parte da Universidade de Al Quaraouiyine. Também é a mais antiga instituição de educação em operação contínua no mundo e também foi a primeira instituição a conceder diplomas de acordo com os diferentes níveis de estudo: estudos islâmicos, matemática, gramática e medicina.

Mas o mais original da história desta Universidade é o facto de ela ter sido fundada por uma mulher, mais precisamente Fatima bint Muhammad Al-Fihriya Al-Qurashiya (فاطمة بنت محمد الفهرية القرشية‎), mais conhecida por Fatima al-Fihri.

Quando Fatima e a sua irmã herdaram a fortuna do seu pai, Fatima usou a sua parte para fundar a Universidade de Al Qarawiynn que, em 1963, passou a ser uma universidade estatal. Curiosamente, o ensino ainda é ministrado da forma tradicional, ou seja, os alunos ficam sentados em semicírculo ao redor de um xeque (estudioso islâmico).

 

Conclusão

África claramente é o “Berço da Humanidade”, não só por o primeiro homem ter nascido no continente, mas também porque foi onde surgiram muitas inovações que transformaram o mundo.

Desde a criação da agricultura à pesca organizada, passando pela exploração das primeiras minas, estas e muitas outras inovações tiveram origem no continente. E espalharam-se para o resto do mundo.

Actualmente, o continente africano não é só “um local bonito para passar férias” é um polo de desenvolvimento tecnológico e encontra-se na vanguarda da mudança energética.

Durante os dois anos de existência do nosso site de notícias, Mercados Africanos, demos a conhecer aos nossos leitores muitas destas maravilhas e não só. Foi por isso que, orgulhosamente, lançamos no nosso primeiro aniversário, um livro, de edição limitada, intitulado “África Desconhecida”, aprofundando o conhecimento deste grande continente que amamos.

Agora, em homenagem ao Dia de África e, aproveitando a mudança do nosso nome para Mais Afrika, vamos oferecer a todos os nossos leitores e seguidores, esse mesmo livro em versão PDF. Quem o quiser, só tem de o baixar clicando AQUI.

 

O que pensas sobre a necessidade de uma maior representação africana nas instituições globais? Acreditas que o continente africano, como berço da humanidade, merece um lugar mais destacado nas decisões que moldam o mundo? A tua opinião é extremamente valiosa para nós. Não hesites em deixar o teu comentário e partilhar as tuas reflexões sobre esta questão. Se consideras este artigo informativo e relevante, partilha-o e dá-lhe um “like/gosto”. O nosso objetivo é continuar a fornecer conteúdos que sejam do teu interesse, e a tua participação é crucial para conseguirmos fazê-lo.

 

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Imagem: © 2017 David Malan
Francisco Lopes-Santos

Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

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