14.2 C
Londres
Quinta-feira, Maio 2, 2024

África Emite Menos De 5% Dos Gases De Estufa

Instituições como o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) apoiaram um quadro global de tributação do carbono.

África Emite Menos De 5% Dos Gases De Estufa


África, embora contribua pouco para as emissões globais de gases de efeito estufa, sofre desproporcionalmente com as alterações climáticas. O relatório do Instituto para Estudos de Segurança (ISS) destaca a urgência de uma resposta internacional coordenada, alinhada com os princípios da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC).

 

Consequências


África emite menos de 5% dos gases com efeito de estufa a nível mundial, mas “sofre as graves consequências das alterações climáticas”, afirmou hoje, num relatório, o Instituto para Estudos de Segurança (ISS).

Segundo o ISS, reconhecer esta disparidade “é o primeiro passo para uma resposta internacional” que a retifique, sendo que a resposta global deve ser orientada pelo princípio da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC).

O mundo enfrenta uma crise climática provocada por um aumento incessante das emissões de carbono, explicou o ISS no seu relatório.

O Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), citado pelo ISS, referiu que 89% das emissões globais de dióxido de carbono em 2022 tiveram origem em combustíveis fósseis e processos industriais.

Os níveis de CO2 atmosférico têm continuado a aumentar, atingindo máximos históricos em 2023. Como consequência, o Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas declarou 2023 como o ano mais quente de que há registo.

São necessários esforços coordenados a nível mundial para reduzir as emissões de carbono e atenuar a escalada dos níveis de CO2 na atmosfera, referiu.

 

Tributar o Carbono


De acordo com o ISS, estima-se que a percentagem de dióxido de carbono dos combustíveis fósseis em África corresponderá a 13% das emissões globais em 2050 e a 22% em 2063.

“O continente precisa de ser apoiado pelos responsáveis pela crise, sendo que uma dessas vias é a utilização das receitas geradas pelos impostos sobre o carbono para projetos de medidas de atenuação e adaptação”.

“Os mecanismos de fixação do preço do carbono, incluindo os impostos sobre o carbono e os sistemas de comércio de licenças de emissão (ETS), constituem instrumentos práticos para combater a crise climática”, declarou.

Instituições como o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) apoiaram um quadro global de tributação do carbono.

“No ano passado, os líderes africanos assinaram a Declaração de Nairobi sobre as alterações climáticas, sublinhando a necessidade de reformas financeiras multilaterais abrangentes”.

“A declaração propôs a criação de um regime global de tributação do carbono para financiar investimentos que apoiem iniciativas ecológicas”.

“No entanto, apenas 37 iniciativas de tributação do carbono foram implementadas a nível mundial, cobrindo “uns escassos 5,62% das emissões globais de gases com efeito de estufa”, alertou.

Os 10 maiores emissores mundiais são a China, os Estados Unidos da América, a Índia, a Rússia, o Japão, a Indonésia, o Irão, a Alemanha, a Arábia Saudita e a Coreia do Sul.

Coletivamente, contribuem com 69% das emissões globais de combustíveis fósseis.

“A aplicação de um imposto sobre o carbono a estes grandes emissores poderia incentivar”, aconselhou.

Destes, apenas o Japão adotou um imposto sobre o carbono, indicou.

 

África e a Responsabilidade Global


Embora um imposto sobre o carbono seja apenas uma das várias medidas necessárias para combater as alterações climáticas, a sua implementação à escala global é fundamental, reforçou.

“O continente africano deve apresentar uma frente unida a nível internacional e reconhecer a sua responsabilidade partilhada no combate às alterações climáticas”, declarou.

O estabelecimento de um quadro global de impostos sobre o carbono oferece vários benefícios para combater as alterações climáticas, referiu.

“É claro que a implementação de um quadro global de tributação do carbono tem os seus desafios: os interesses económicos, a dinâmica política e as limitações de capacidade podem impedir o progresso”, refletiu.

No entanto, ao aplicar princípios de justiça e de eficiência, um quadro global de tributação do carbono torna-se a pedra angular de uma governação climática eficaz no século XXI, mas apenas se África desempenhar um papel ativo e os principais poluidores do mundo pagarem as suas contas, concluiu.

 

Conclusão


O estabelecimento de um quadro global de tributação do carbono é essencial para enfrentar as alterações climáticas. África deve unir-se internacionalmente e garantir que os principais emissores assumam as suas responsabilidades. Embora persistam vários desafios, a implementação justa e eficaz é fundamental para uma gestão climática eficaz no século XXI.

 

O que achas deste relatório sobre África? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

Ver Também:

Clima: Já passámos o ponto de não retorno?

O Mundo pode entrar num círculo de destruição

Crise Climática Vai Piorar conflitos Em África

Girafas e papagaios entre as espécies em vias de extinção

 


Imagem: © 2022 noomcpk / Shutterstock
Lusa - Agência de Notícias de Portugal
Agencia Lusa

É a maior agência noticiosa de língua portuguesa, faz parte da Aliança das Agências de Informação de Língua Portuguesa e tem mais de 280 jornalistas espalhados por todo o mundo. Para além das principais cidades de Portugal, a Lusa tem delegações ou correspondentes permanentes na Bélgica, Espanha, Alemanha, Reino Unido, França, Luxemburgo, Rússia, Estónia, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Índia, São Tomé e Príncipe, África do Sul, Argélia, Timor-Leste, Macau, China, Brasil, Venezuela, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Fornece um serviço noticioso a inúmeros jornais, rádios e canais de televisão portugueses, aos meios de comunicação social das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e a agências noticiosas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Subscrevem também os serviços da Lusa diversas instituições públicas e privadas.

Agencia Lusahttps://www.lusa.pt/
É a maior agência noticiosa de língua portuguesa, faz parte da Aliança das Agências de Informação de Língua Portuguesa e tem mais de 280 jornalistas espalhados por todo o mundo. Para além das principais cidades de Portugal, a Lusa tem delegações ou correspondentes permanentes na Bélgica, Espanha, Alemanha, Reino Unido, França, Luxemburgo, Rússia, Estónia, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Índia, São Tomé e Príncipe, África do Sul, Argélia, Timor-Leste, Macau, China, Brasil, Venezuela, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Fornece um serviço noticioso a inúmeros jornais, rádios e canais de televisão portugueses, aos meios de comunicação social das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e a agências noticiosas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Subscrevem também os serviços da Lusa diversas instituições públicas e privadas.
Ultimas Notícias
Noticias Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!