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Quarta-feira, Dezembro 4, 2024

10 Notas Para Evitar Crises humanitárias

O investimento em jornalismo-cidadão não apenas diversifica as vozes nos media, mas também proporciona uma compreensão mais holística das crises humanitárias.

10 Notas Para Evitar Crises humanitárias.

Nesta era da informação globalizada, a visibilidade das crises humanitárias é desigual, com pouca atenção voltada para muitas regiões do mundo. Enquanto as crises humanitárias na Ucrânia, Síria e Gaza frequentemente dominam as notícias, inúmeras outras crises humanitárias permanecem nas sombras.

Mudanças rápidas nas condições mediáticas significam que o jornalismo estrangeiro passou por transformações significativas, com recursos financeiros e temporais limitados para cobrir regiões em crise.

Foi neste contexto que a CARE elaborou um conjunto de recomendações para ampliar a atenção às situações enfrentadas por pessoas em crises humanitárias, não só para que elas se tornem mais notórias, mas também para as ajudar a evitar.

 

Notas Para Evitar Crises humanitárias

  1. Conceder Acesso Livre à Informação

Informações confiáveis são a espinha dorsal das democracias. Os governos devem aprimorar a qualidade de seus dados, permitindo aos media acesso irrestrito para informar o público de maneira eficaz. Isso não apenas fortalece a democracia, mas também promove a transparência, essencial para mobilizar recursos e assistência.

Além disso, a disseminação de dados confiáveis é uma ferramenta vital para desafiar narrativas equivocadas, muitas vezes perpetuadas por crises humanitárias negligenciadas. Ao garantir que informações verídicas estejam acessíveis, criamos um ambiente propício para o entendimento das complexidades dessas crises humanitárias.

A promoção do acesso livre à informação não apenas dá força aos media, mas também proporciona aos cidadãos um envolvimento de maneira informada, criando pressão para uma ação mais significativa em relação às crises humanitárias esquecidas.

  1. Doadores Devem Financiar Integralmente a Ajuda Humanitária

Com a crescente necessidade de ajuda humanitária, deve-se solicitar com insistência os doadores institucionais a manterem e a aumentarem, sempre que possível, o seu compromisso com a ajuda humanitária. A insuficiência de financiamento muitas vezes resulta na falta de recursos essenciais para enfrentar crises humanitárias, perpetuando o ciclo de sofrimento em regiões negligenciadas.

A dependência de financiamento inadequado leva a lacunas na assistência, afectando diretamente a vida das pessoas envolvidas. Manter ou ampliar o financiamento é crucial para fornecer recursos essenciais, incluindo alimentos, água potável, cuidados médicos e abrigo. A consciencialização global sobre a importância do financiamento adequado é vital para superar crises humanitárias ignoradas.

  1. Investir em Trabalhos de Media

Organizações de ajuda e agências doadoras devem continuar a colaborar com os profissionais de media, fornecendo informações de fundo de alta qualidade para destacar questões e crises humanitárias menos conhecidas.

O investimento em treinamento para jornalistas que se dedicam a cobrir crises humanitárias negligenciadas pode aumentar a qualidade e a quantidade de reportagens sobre essas regiões. A colaboração estreita entre organizações humanitárias e jornalistas especializados permite uma cobertura mais aprofundada e precisa.

Esse investimento não apenas aumenta a visibilidade, mas também desafia estereótipos e promove uma compreensão mais rica e contextualizada das crises humanitárias. Os media desempenham um papel fundamental na sensibilização global e, o fortalecimento dessa parceria, é essencial para destacar as crises humanitárias que frequentemente escapam do radar global.

  1. Prioritizar Parceiros Locais

As organizações internacionais devem apoiar especificamente os seus parceiros locais no trabalho de media e relações-públicas. Fortalecer a capacidade desses parceiros para contar as suas próprias histórias é crucial.

Ao fornecer recursos, como materiais de comunicação e contactos com meios de comunicação fora dos seus países, promovemos uma representação mais autêntica e contextualizada das crises humanitárias.

O apoio direcionado aos parceiros locais não apenas amplia a cobertura dos media, mas também dá força as comunidades locais, permitindo que elas tenham um papel activo na divulgação das suas realidades. Isso contribui para uma narrativa mais inclusiva e sensível às nuances das crises humanitárias esquecidas.

  1. Investir em Jornalismo-cidadão

Encorajar as pessoas em áreas de crise, especialmente mulheres e raparigas, a relatar as suas perspectivas, é fundamental. As tecnologias digitais contemporâneas oferecem meios para informar os media sobre as suas situações, mesmo em condições de acesso directo desafiadoras.

O investimento em jornalismo-cidadão não apenas diversifica as vozes nos media, mas também proporciona uma compreensão mais holística das crises humanitárias.

Isso cria uma ligação direta entre as testemunhas oculares das crises humanitárias e o público global, destacando as histórias pessoais por detrás dos números e estatísticas. A inclusão dessas vozes fortalece a narrativa global sobre crises humanitárias esquecidas.

  1. Proteger a Sociedade Civil e os Media Livres

Os governos das áreas afectadas por crises humanitárias devem cumprir as suas obrigações nos termos do direito internacional, garantindo e protegendo os direitos humanos, como a liberdade de expressão e reunião. Em ambientes afetados por crises humanitárias, manter um espaço para a sociedade civil e os media independentes é crucial.

A protecção desses espaços é vital para garantir que vozes críticas possam ser ouvidas e que a verdade sobre as condições em regiões em crise seja relatada sem medo de represálias. A liberdade dos media desempenha um papel fundamental na consciencialização global e na mobilização de recursos e apoios.

  1. Romper com Narrativas Familiares

É fundamental aprender com as comunidades que enfrentam conflitos, pobreza e doenças persistentes. Os media devem concentrar-se naqueles que raramente são ouvidos, os grupos frequentemente marginalizados e em particular as mulheres e as jovens raparigas. Romper com narrativas familiares permite uma compreensão mais completa e precisa das comunidades afetadas.

Ao destacarem histórias de temperança e resistência, os media contribuem para uma compreensão mais rica das soluções encontradas pelas comunidades e inspiram ações eficazes. Isso desafia estereótipos e constrói uma narrativa mais compassiva e informada sobre crises humanitárias esquecidas.

  1. Focar no Jornalismo de Qualidade

Apesar da crescente prevalência de notícias falsas (Fake News), existem formatos jornalísticos excelentes com relatos críticos e atenção a tópicos humanitários que raramente aparecem nas notícias. Esses serviços podem ser apoiados com assinaturas, doações e partilha de contribuições através das redes sociais.

Ao focarmo-nos em jornalismo de qualidade, incentivamos uma compreensão mais aprofundada das crises humanitárias, fornecendo ao público informações precisas e contextuais. O apoio directo a esses meios contribui para a criação de uma narrativa mais informada e equilibrada.

  1. Utilizar os Media Sociais de Maneira Sensata

Os media sociais, quando utilizadas com responsabilidade, têm o potencial de atrair mais atenção, visibilidade e alcance. Privados, jornalistas, influenciadores e instituições podem usar os media sociais para disseminar informações de regiões em crise, amplificando vozes marginalizadas e facilitar o contacto.

A utilização sensata dos media sociais requer uma abordagem ética e cuidadosa para evitar a propagação de informações equivocadas. Estratégias eficazes nos media sociais podem aumentar a consciencialização e motivar acções em relacção a crises humanitárias negligenciadas.

  1. Dar Mais Espaço para as Mulheres

A promoção do aumento das capacidades de mulheres e raparigas interagirem, destacando as suas situações, de maneira mais proeminente na ajuda humanitária e nas comunicações das organizações humanitárias, é crucial. As mulheres devem ser representadas de maneira justa tanto na cobertura quanto nos escritórios edictoriais.

Dar mais espaço para as mulheres nas narrativas sobre as crises humanitárias não apenas destaca as suas experiências únicas, mas também contribui para uma compreensão mais completa das dinâmicas sociais e das soluções possíveis. Isso promove a igualdade de género na representação mediática e nas respostas humanitárias.

 

Conclusão

Ao implementar estas recomendações de maneira abrangente, podemos criar uma mudança significativa na narrativa global sobre as crises humanitárias, dando voz aos esquecidos. Isso pode levar a uma compreensão mais profunda e a um apoio mais robusto, promovendo um mundo mais consciente e solidário, onde nenhuma crise humanitária seja negligenciada.

 

O que achas desta lista? Poderá ajudar a resolver os problemas das crises humanitárias? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

Ver Também:

África: 10 Crises Humanitárias Negligenciadas

Relatório ONU: Fim do Mundo é já em 2025

Clima: Já passámos o ponto de não retorno?

 

Imagem: © Grayscale Media / CARE
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