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Domingo, Outubro 13, 2024

Angola: 48 Anos De Independência. Que Futuro?

Há 48 anos, o humanista, poeta e médico, António Agostinho Neto, presidente do MPLA, proclamou em Luanda, a independência do seu país.

Angola: 48 Anos De Independência. Que Futuro?

Angola celebra hoje, 48 anos desde que se tornou independente de Portugal. Este ano, as festividades são sob o lema “11 de Novembro, Unidos para o desenvolvimento do país“. Este aniversário é mais do que uma marca no calendário; é um reflexo do percurso tumultuoso, dos desafios superados e dos avanços alcançados pelo povo angolano.

À meia-noite do dia 11 de Novembro de 1975, em Luanda, o humanista, poeta e médico, António Agostinho Neto, presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), proclamou a independência do seu país, em clima de guerra civil e com o Exército sul-africano às portas da capital.

Passados 48 anos, a província da Lunda Sul acolherá este sábado o acto central das festividades, que deverá ter como o ponto mais alto a inauguração de várias infraestruturas sociais.

 

Uma Noite histórica

Há 48 anos, à meia-noite, num país rodeado por vizinhos racistas, as então Rodésia, Africa do Sul e Namíbia António Agostinho Neto proclamou a independência de Angola. Este foi um episódio crucial, marcado pelo panorama tenso da guerra civil e pela presença iminente do Exército sul-africano nas proximidades de Luanda.

A proclamação foi um marco que determinou o destino de Angola, iniciando um novo capítulo após séculos de colonização portuguesa. Em plena guerra civil, naquela que viria a ser conhecida precisamente como a Praça da Independência, em Luanda, o líder do MPLA anunciava:

“Em nome do Povo angolano, o Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola, proclama solenemente perante a África e o Mundo a Independência de Angola”.

No seu discurso, Agostinho Neto referiu-se ao longo caminho percorrido que representa a história heroica de um Povo que sob a orientação unitária e correcta da sua vanguarda, contando unicamente com as próprias forças, decidiu combater pelo direito de ser livre e independente, lembrando a madrugada de 4 de Fevereiro de 1961 como o início da luta contra a dominação colonial portuguesa.

O líder deixou claro que:

“A nossa luta não foi nem nunca será contra o povo português”.

“A partir de agora, poderemos cimentar ligações fraternas entre os dois povos que têm de comuns laços históricos, linguísticos e o mesmo objetivo: a liberdade”.

Na tarde do dia anterior, 10 de novembro de 1975, a bandeira portuguesa tinha sido arriada no Palácio do Governo pela última vez.

Angola foi a última colónia portuguesa em África a declarar a independência. A Guiné-Bissau tinha declarado a independência, unilateralmente, nas zonas libertadas, em Setembro de 1973. Em junho de 1975 tinha sido a vez de Moçambique e um mês depois, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

 

48 Anos de Progresso e Desafios

Imagem © 2023 DR (20231111) Angola, 48 Anos De Independência. Que FuturoA decisão de declarar independência foi desafiadora, pois o país enfrentava divisões internas sobre quem deveria liderar após a retirada dos colonizadores. Essa incerteza política contribuiu para um clima de guerra civil, que marcou os primeiros anos da independência.

Agostinho Neto, além de ser um humanista e poeta notável, tornou-se o primeiro presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). O seu papel foi crucial não apenas na proclamação da independência, mas também na consolidação dos esforços para construir uma nação soberana.

Desde a independência, Angola enfrentou desafios significativos, mas também alcançou notáveis avanços. Este ano, as celebrações concentram-se na província da Lunda Sul, onde ocorrerá o acto central. A inauguração de infraestruturas sociais destaca os esforços contínuos para impulsionar o desenvolvimento nacional.

A reconstrução após a guerra civil foi uma tarefa árdua. A infraestrutura devastada precisava de ser revitalizada e o país de encontrar meios para fortalecer a economia e promover a estabilidade política.

No entanto, Angola alcançou um progresso notável nas últimas décadas. Setores como o petrolífero e os diamantes desempenharam papéis essenciais na recuperação económica, contribuindo para a estabilidade financeira.

No entanto, apesar dessas realizações, persistem desafios, como a necessidade de diversificar a economia, melhorar a educação e fortalecer as instituições democráticas. O caminho pós-independência é marcado por uma narrativa complexa de realizações e obstáculos, refletindo o compromisso do povo angolano com um futuro mais promissor.

 

O Futuro de Angola

Imagem © DR (20231111) Angola, 48 Anos De Independência. Que FuturoÀ medida que Angola celebra os 48 anos de independência, surge a questão crucial: para onde se dirige o país? A ocupação colonial foi um teste fundamental à capacidade de resistência e união do povo angolano. A independência não foi apenas a conquista da soberania; foi o início de um esforço coletivo para construir uma nação próspera.

O deputado da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Manuel Mbalu, considera que os 48 anos de independência de Angola trouxeram ganhos ao país, mas que este aniversário deve servir como um momento de reflexão.

Hoje, o desafio é continuar o percurso em direção ao desenvolvimento sustentável. Construir uma economia diversificada, investir na educação e na saúde, fortalecer as instituições democráticas e promover a igualdade são elementos essenciais para o futuro de Angola. A união nacional é a chave para enfrentar esses desafios e forjar um caminho para um futuro mais brilhante.

Em termos de educação e formação de quadros nacionais, ou seja, a capacitação do capital humano em vários domínios, nos últimos 48 anos, os números alcançados revelam que o país se mantém firme rumo ao progresso, se tivermos em conta que, na altura da Independência Nacional, mais de 85% da população angolana era analfabeta.

De igual modo, as estatísticas mais recentes demonstram que os esforços do país em diversificar a economia já apresentam resultados encorajadores. As verbas alocadas pelo Orçamento Geral do Estado 2024, aos setores da agropecuária, pescas, indústria e outros setores produtivos não petrolíferos, espelham bem o empenho do Governo na aposta à diversificação económica.

 

Conclusão

Ao revisitar os 48 anos de independência de Angola, é claro que o país enfrentou desafios significativos, mas também conquistou progressos notáveis. A resistência do povo angolano e a determinação em superar obstáculos são evidentes. A celebração deste aniversário não é apenas uma reflexão sobre o passado, mas sim uma afirmação do compromisso contínuo com um futuro mais promissor.

A independência não é apenas a ausência de colonização; é a oportunidade de moldar o destino nacional. Angola está em uma encruzilhada e as escolhas feitas agora definirão o curso futuro do país. Ao enfrentar os desafios com determinação e aproveitar as oportunidades para o crescimento e para o desenvolvimento sustentável, Angola pode construir um futuro próspero para as gerações vindouras.

 

O que achas destes 48 anos da Independência de Angola? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

Imagem: © 2023 Francisco Lopes-Santos
Francisco Lopes-Santos

Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

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Francisco Lopes-Santos
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Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.
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