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Quarta-feira, Dezembro 4, 2024

FAO: Desafios Na Agricultura Em Angola

Angola tem o potencial de erradicar a fome e de se tornar autossuficiente na produção de alimentos.

FAO: Desafios Na Agricultura Em Angola


Gherda Barreto, representante da FAO em Angola, destaca os desafios e recomendações para o setor agrícola em Angola, salientando a importância de um equilíbrio entre investimentos em infraestruturas e no capital humano. Gherda Barreto, em fim de mandato, foi recebida pelo ministro da Agricultura e Florestas angolano, António de Assis, para uma análise das ações da FAO nos últimos cinco anos em Angola.

 

O Balanço da FAO 

A representante da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Angola, Gherda Barreto, recomendou ao Governo angolano a realização de um balanço entre os investimentos em infraestruturas e capital humano.

Durante uma reunião com o ministro da Agricultura e Florestas, António de Assis, Barreto fez uma avaliação das ações da FAO nos últimos cinco anos e destacou a importância de direcionar recursos para o desenvolvimento do setor agrícola.

Um dos pontos abordados por Gherda Barreto foi a necessidade de investir em infraestruturas de grande escala, como estradas e armazenamento, a fim de melhorar a logística e aumentar a eficiência na produção agrícola.

No entanto, ela salientou a importância de equilibrar esses investimentos com o desenvolvimento do capital humano, por meio de programas de preparação e acesso ao crédito para micro e pequenas empresas. Outro desafio apontado pela representante da FAO em Angola foi a valorização das mulheres rurais que representam 60% da força de trabalho no sector agrícola.

Barreto recomendou que os programas sejam direccionados especificamente para atender às necessidades das mulheres rurais, com metas concretas de financiamento e acesso à terra. Além disso, Gherda Barreto destacou a importância de valorizar os produtos agrícolas e garantir preços justos aos agricultores.

Enfatizou ainda, a necessidade de equilibrar os preços dos produtos com os preços de mercado, a fim de apoiar os agricultores na reposição dos seus factores produtivos.

Equilíbrio de Preços

Outro desafio mencionado pela representante da FAO, foi a dependência de Angola em relação à importação de insumos agrícolas, como fertilizantes e sementes. Ela salientou a importância de investir na produção de sementes e no fortalecimento da rede de laboratórios do país para aumentar a produtividade agrícola. Gherda Barreto acredita que Angola possui recursos humanos e naturais para erradicar a fome no país.

Ela destacou que a agricultura familiar é fundamental para alimentar a população angolana e toda a África. A representante da FAO elogiou os esforços do Ministério da Agricultura e Florestas nos últimos cinco anos para posicionar a agricultura como o centro da diversificação económica do país. Durante o encontro, Gherda Barreto também mencionou o programa das escolas de campo que tem sido fortalecido pelo governo angolano.

Essas escolas têm o objetivo de preparar os agricultores e promover a troca de conhecimentos e experiências entre os produtores rurais. A representante da FAO elogiou o crescimento do programa nos últimos cinco anos que passou de três províncias para a implementação em todo o país.

A representante da FAO em Angola ainda recomendou ao governo a realização de um balanço entre os investimentos em infraestruturas e o capital humano, visando o desenvolvimento sustentável do sector agrícola.

Ela também salientou a importância de valorizar as mulheres rurais, garantir preços justos aos agricultores e investir na produção de insumos agrícolas. Com recursos humanos e naturais disponíveis, Angola tem o potencial de erradicar a fome e de se tornar autossuficiente na produção de alimentos.

 

Conclusão

A agricultura familiar e o investimento nas mulheres rurais são apontados como fundamentais para a segurança alimentar em Angola. É urgente promover políticas que valorizem os produtos agrícolas, fortaleçam a soberania do país em termos de investimentos agrícolas e estimulem a produção sustentável.

 

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Imagem: © 2015 DR
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