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Sexta-feira, Outubro 4, 2024

Sexta-Feira 13: O Dia Mais Azarado Do Ano

A combinação entre o dia da semana Sexta-Feira e o número 13 tem sido vista com desconfiança ao longo dos séculos, sendo o seu suposto azar, perpetuada até aos dias de hoje, por mitos, histórias e superstições.

Sexta-Feira 13: O Dia Mais Azarado Do Ano


Hoje é Sexta-Feira 13, uma data que muitos associam ao azar e ao infortúnio. Esta crença está profundamente enraizada em várias culturas ao redor do mundo, inclusive nos países dos PALOP.

A combinação entre o dia da semana Sexta-Feira e o número 13 tem sido vista com desconfiança ao longo dos séculos, sendo o seu suposto azar, perpetuada até aos dias de hoje, por mitos, histórias e superstições.

Mas porque é que esta data é considerada um dia de azar? A origem desta superstição remonta a tradições históricas, religiosas e culturais, e continua a influenciar o comportamento de muitas pessoas nos dias de hoje.

 

A Origem da Superstição


A ligação da Sexta-Feira 13 ao azar tem raízes em várias tradições, sendo difícil apontar uma única origem. O número 13, por si só, sempre foi considerado de má sorte em culturas ocidentais.

Em muitas civilizações antigas, o número 12 era visto como símbolo de perfeição e ordem (12 meses do ano, 12 apóstolos, 12 signos do zodíaco). O 13, por ser um número a seguir ao “perfeito” 12, era interpretado como desequilíbrio e caos.

A Sexta-Feira, por outro lado, foi associada a momentos trágicos, como a crucificação de Jesus Cristo que teria ocorrido numa Sexta-Feira. Combinando estes dois elementos, formou-se a ideia de que a Sexta-Feira 13 seria inevitavelmente um dia de azar.

 

O Impacto da Religião


Muitas das crenças em torno da Sexta-Feira 13 têm uma base religiosa. Na tradição judaica o grande dilúvio aconteceu na Sexta-Feira. Na Bíblia, Judas Iscariotes, o traidor de Jesus, foi o 13º convidado da Última Ceia. Para além disso, a crucificação de Cristo, supostamente, deu-se a uma Sexta-Feira 13, reforçando a ideia de que este seria um dia de infortúnio.

No Livro do Apocalipse, no capítulo 13, o autor descreve a besta que será responsável pelo fim dos tempos. Este facto, faz com que entre os católicos, o número 13 seja considerado portador de males e augúrios inesgotáveis.

Há também a história da Ordem dos Templários, uma organização militar e religiosa poderosa na Idade Média que foi perseguida pelo rei Filipe IV de França, ter sido declarada ilegal na Sexta-Feira 13 de Outubro de 1307, após a qual, os seus membros foram presos simultaneamente em todo o país e alguns torturados e, mais tarde, executados por heresia, solidificando assim o dia, como sinónimo de tragédia.

 

Mitologia e Lendas


Além das explicações religiosas, várias mitologias antigas influenciam a crença na Sexta-Feira 13 como um dia de má sorte, sendo uma crença tão antiga que se perde a sua origem. Já na mitologia grega, a deusa Héstia cedeu seu lugar entre os Doze Olimpianos a Dionísio para que no Olimpo, não permanecessem 13 deuses.

Na mitologia nórdica, existe uma lenda sobre um banquete em Valhalla, o paraíso dos deuses guerreiros, em que foram convidados 12 deuses. Loki, o deus do mal e da discórdia, apareceu como o 13º convidado, causando grande desentendimento entre os deuses que terminou com a morte de Balder, levando a que a partir daí a Sexta-Feira 13 passasse a ser um dia amaldiçoado.

Esta lenda levou também a que, ainda hoje, há quem acredite que convidar 13 pessoas para um jantar dá azar, sendo também essa a razão por que os conjuntos de mesa são apenas para 12 pessoas.

A numerologia também desempenha um papel importante. A crença de que os números possuem poderes místicos faz com que o 13 seja frequentemente evitado, tanto que edifícios e aviões em várias partes do mundo saltam do número 12 para o 14, ignorando o número 13.

 

A Sexta-Feira 13 na Cultura Popular


Nos tempos modernos, a cultura popular teve um papel importante na manutenção da superstição. A famosa série de filmes de terror Friday the 13th (Sexta-Feira 13), lançada em 1980, criou um ícone do terror com o personagem Jason Voorhees, associando ainda mais a Sexta-Feira 13 ao medo e a tragédias.

A popularidade do filme foi mundial, consolidando a ideia de que esta data está ligada ao sobrenatural e a acontecimentos macabros.

Thomas W. Lawson, um escritor americano do século 19, escreveu um romance, intitulado Sexta-Feira 13, onde se narra a história sombria de um corretor de Wall Street que manipula o valor das ações para se vingar de seus inimigos, deixando-os em ruínas.

Alguns meses após a publicação, precisamente a uma Sexta-Feira 13 de Dezembro de 1907, um navio, com o seu nome e que transportar 60 mil barris de óleo fino, afundou. O vazamento causado pelo acidente, é considerado o primeiro grande desastre ecológico de intervenção humana.

 

Superstições e Comportamentos


A superstição em torno da Sexta-Feira 13 varia de lugar para lugar, mas em muitas partes do mundo, algumas pessoas preferem evitar tomar decisões importantes neste dia. Há quem evite fazer viagens, casamentos, cirurgias e negócios. Por outro lado, há quem trate a data com desdém, considerando-a apenas mais um mito sem fundamento.

No entanto, para os mais supersticiosos, o dia é marcado por precauções. Evitar passar por baixo de escadas, não partir espelhos e manter-se distante de gatos pretos são apenas algumas das superstições que reaparecem com força na Sexta-Feira 13.

 

Conclusão


Embora a Sexta-Feira 13 seja vista por muitos como um dia de azar, grande parte dessa crença deriva de tradições culturais, religiosas e populares que foram amplificadas ao longo dos séculos.

A mistura de mitos antigos, eventos históricos e influências modernas criou uma data que, para uns, simboliza o azar, mas para outros, não passa de uma superstição ultrapassada. Quer acreditemos ou não no poder do azar, é inegável que a Sexta-Feira 13 ocupa um lugar especial no imaginário colectivo.

 

Conhecias alguma destas estórias da origem da Sexta-Feira 13? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 


Imagem: © DR
Francisco Lopes-Santos
Francisco Lopes-Santos

Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

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Francisco Lopes-Santos
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Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.
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