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Segunda-feira, Setembro 16, 2024

JO 2024: O Legado Africano de Paris 2024

O impacto destas conquistas será sentido muito além das fronteiras de Paris, influenciando políticas desportivas, investimentos em infraestruturas e a promoção de novos talentos em todo o continente africano.

JO 2024: O Legado Africano de Paris 2024


Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 chegaram ao fim, marcando mais um capítulo memorável na história do desporto mundial. À medida que as cortinas se fecham sobre esta grandiosa celebração do desporto e do espírito humano, é impossível ignorar o impacto significativo que o continente africano teve nesta edição.

Com uma exibição sólida de talento, superação e determinação, os países africanos conseguiram um total de 40 medalhas. Este feito não só reafirma a crescente relevância de África no panorama olímpico, mas também coloca o continente num novo patamar de reconhecimento e prestígio desportivo.

Os Jogos de Paris 2024 foram palco de histórias emocionantes e performances extraordinárias que não só cativaram o público mundial, mas também inspiraram milhões de jovens africanos que aspiram a alcançar o mesmo nível de excelência.

Numa época em que o desporto se torna cada vez mais uma plataforma para expressar identidade e orgulho nacional, as conquistas dos atletas africanos em Paris são um testemunho do progresso e da evolução desportiva do continente.

As vitórias de atletas como Faith Kipyegon, Soufiane El Bakkali, Tatjana Smith e Kaylia Nemour reafirmam o domínio de África em algumas modalidades, transformando-se em um raio de esperança para futuras gerações de africanos.

Embora o foco esteja muitas vezes nos atletas individuais que conquistam medalhas, o verdadeiro legado dos Jogos de Paris 2024 vai além das vitórias pessoais. É um legado de união e colaboração entre as nações africanas que, apesar das adversidades e desafios, continuam a trilhar um caminho de sucesso no panorama do desporto mundial.

O impacto destas conquistas será sentido muito além das fronteiras de Paris, influenciando políticas desportivas, investimentos em infraestruturas e a promoção de novos talentos em todo o continente africano.

 

Adeus, Paris 2024, Bem-vindos, Los Angeles 2028


Os Jogos Olímpicos de Paris 2024, chegaram ao fim, exaustos e previsíveis.

Depois de começarem com a energia de um temporal, os Jogos da XXXIII Olimpíada terminaram num ritmo mais calmo, dentro de um Estádio, como sempre foi normal. Foram os Jogos do regresso à normalidade, com o público de volta às bancadas e também os que se anunciaram como os, supostamente, mais ecológicos de sempre.

Estes Jogos foram marcados por nomes como Leon Marchand, Simone Biles, Mijaín Lopez, Snoop Dogg e Khingzam Lhamo, a atleta do Butão que correu a maratona feminina em menos de quatro horas, alcançando um recorde pessoal. Tudo isso aconteceu sob o céu de Paris e também em Marselha e no Taiti, mas chegou ao fim no Stade de France.

A cerimónia de encerramento, bem diferente da cerimónia de abertura que ocorreu ao longo do Sena, com muito estilo e ousadia, apesar do dilúvio que se fazia sentir, foi realizada dentro do Estádio, onde decorreram as provas de atletismo, seguindo todas as normas protocolares e sem grandes surpresas, mantendo uma toada mais formal.

Los Angeles, a próxima sede dos Jogos, trouxe Snoop Dogg a Paris para participar no evento, onde ele circulou pelas competições e, até deu início à nova modalidade que se estreou em Paris 2024, o Breaking.

ironicamente e apesar de os Estados Unidos serem o lar do breakdance, a origem da modalidade, o Breaking não deverá ser incluído nas Olimpíadas de Verão de 2028 em Los Angeles, o que põem em causa a sua continuidade como modalidade olímpica.

Tom Cruise também marcou presença, levando a bandeira olímpica numa moto para fora do estádio, simbolizando a transição para Los Angeles na Califórnia, onde Snoop Dogg, com Red Hot Chili Peppers e Billie Eilish, actuaram ao vivo e fizeram com que o público que se encontrava à beira-mar, parecesse muito mais animado do que o presente no Estádio em Paris.

Começa agora a nova olimpíada que, para quem não sabe, é o período de quatro anos que decorre entre dois Jogos Olímpicos, pelo que daqui a quatro anos, todo este espetáculo mediático, mudar-se-á para Los Angeles, onde, esperamos, sejam escritas novas e inolvidáveis histórias desportivas.

 

O Desempenho Africano


Imagem: © 2024 Francisco Lopes-Santos (20240806) África Nos Jogos Olímpicos De VerãoO desempenho de África nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 foi uma manifestação clara do talento, disciplina e ambição que caracterizam os atletas do continente.

Com a participação de, pela primeira vez, a totalidade de todos os países africanos, o continente mostrou uma vez mais que é um concorrente sério no palco mundial, com destaque para as medalhas conquistadas em várias modalidades como o atletismo, a natação, a ginástica artística, a esgrima, o boxe, o ciclismo, o taekwondo, o pentatlo moderno, o levantamento de peso, o rugby e o futebol.

O Esperado

O Quénia ficou à frente com um total de 11 medalhas, todas em provas de atletismo, demonstrando a sua supremacia nessa modalidade, especialmente nas provas de longa distância.

Faith Kipyegon confirmou o seu estatuto de estrela ao conquistar duas medalhas de Ouro, uma nos 1500 metros e outra nos 5000 metros, além de uma medalha de Prata, consolidando-se como uma das melhores corredoras da sua geração.

A performance do Quénia foi ainda reforçada por Beatrice Chebet, que também obteve duas medalhas de Ouro, nos 5000 metros e nos 10.000 metros, cimentando o domínio queniano nestas provas.

A África do Sul também se destacou, somando seis medalhas, entre as quais as conquistas por Tatjana Smith que levou para casa uma medalha de Ouro e uma de Prata nas provas de natação. A diversidade de modalidades em que os sul-africanos conquistaram medalhas reflecte a versatilidade do país no desporto de elite, com conquistas, além da natação, no atletismo, ciclismo e no rugby de sete.

A Etiópia, outro gigante do atletismo africano, conseguiu quatro medalhas, com destaque para a maratona masculina, onde o país voltou a erguer a bandeira no topo do pódio.

O Marrocos também conseguiu duas medalhas, uma delas de Ouro, reafirmando a sua força no atletismo, particularmente nos 3000 metros obstáculos, com Soufiane El Bakkali a brilhar novamente e, a outra de Bronze, no futebol.

As Surpresas

Entre as surpresas, está o desempenho de países como Cabo Verde e a Zâmbia, que garantiram medalhas de Bronze e o Botswana com duas medalhas uma de Ouro e outra de Prata.

Cabo Verde conquistou a sua primeira medalha olímpica de sempre, graças a David de Pina, no boxe, um feito histórico para o pequeno país insular e, o Botswana, com a vitória de Letsile Tebogo, na prova dos 200 metros, provou que África também tem velocistas.

A Argélia também merece destaque com três medalhas, incluindo duas de Ouro, uma delas na barra assimétrica feminina, um feito inédito, sendo a primeira medalha africana em ginástica artística e a outra no boxe feminino, o que mostra a força crescente do país nestas modalidades.

O Egipto, com três medalhas, surpreendeu com o sucesso em desportos como a esgrima e o pentatlo moderno, onde, Ahmed Elgendy, além de ganhar a medalha de Ouro, bateu o record do mundo.

 

E as Nossas Previsões?


Imagem © 2021 BSS - AFP Tatjana Smith (20240728) JO 2024 10 Africanos Que Podem Ganhar MedalhasAntes dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, as expectativas estavam altas para vários atletas africanos que se destacaram nas competições anteriores e em eventos internacionais. Num artigo anterior, mencionámos alguns dos nomes com maiores probabilidades de trazer medalhas para o continente,

Foram eles: Eliud Kipchoge, Faith Kipyegon, Hugues Fabrice Zango, Marie-Josée Ta Lou, Wayde van Niekerk, Tobi Amusan, Soufiane El Bakkali, Cheick Sallah Cissé, Habitam Alemu e Tatjana Smith.

Agora, ao comparar as previsões com os resultados finais, verifica-se que acertamos algumas, mas que também houve muitas surpresas.

O Que Acertámos

Faith Kipyegon, conforme previsto, brilhou intensamente, conquistando duas medalhas de Ouro e uma de Prata, solidificando a sua posição como uma das maiores corredoras de meia distância de todos os tempos. A sua performance foi nada menos do que olímpica, confirmando as expectativas ajudando a elevar o Quénia ao topo do quadro de medalhas africano.

Tatjana Smith também confirmou o seu talento, ganhando uma medalha de Ouro e uma de Prata na natação, cumprindo as previsões e reafirmando a sua posição como uma das principais nadadoras do continente africano.

Soufiane El Bakkali, o favorito nos 3000 metros obstáculos, não decepcionou, conquistando o Ouro e mantendo a tradição do Marrocos nesta prova. A sua vitória foi um dos pontos altos para o atletismo africano, mais uma vez demonstrando o domínio de África em corridas de resistência.

O Que Erramos

Por outro lado, algumas previsões não se concretizaram. Cheick Sallah Cissé, da Costa do Marfim que havia conquistado o Ouro no Taekwondo nos Jogos de 2016, conseguiu desta vez apenas uma medalha de Bronze. Embora tenha sido uma conquista significativa, ficou abaixo das expectativas, mostrando o quão competitiva se tornou a sua categoria.

Da mesma forma, Tobi Amusan, que havia causado sensação nos 100 metros barreiras nos Jogos anteriores, também não conseguiu repetir o sucesso em Paris 2024, ficando fora das medalhas.

Hugues Fabrice Zango, do Burkina Faso que estava entre os favoritos para o triplo salto, também não conseguiu conquistar uma medalha, o que foi uma decepção para muitos fãs africanos que esperavam vê-lo no pódio. Marie-Josée Ta Lou, da Costa do Marfim que era uma forte candidata nos 100m e 200m, também não conseguiu atingir o pódio em Paris 2024.

Wayde van Niekerk, da África do Sul que foi o campeão olímpico em 2016 nos 400m, também não conseguiu repetir o seu sucesso em Paris 2024. Habitam Alemu, da Etiópia, que competiu nos 800m femininos, também decepcionou pois não conseguiu conquistar uma medalha

Mas a maior surpresa de todas, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, foi a de Eliud Kipchoge, considerado um dos melhores maratonistas da história que não conseguiu chegar ao pódio. Kipchoge que já foi duas vezes campeão olímpico, enfrentou uma forte concorrência e um percurso desafiante, o que o deixou fora do pódio, uma raridade na sua ilustre carreira.

Apesar das surpresas e dos imprevistos, o desempenho geral dos atletas africanos em Paris 2024 demonstrou a profundidade e a qualidade do talento desportivo no continente. As previsões acertadas mostram que o continente continua a produzir atletas de classe mundial, enquanto as surpresas recordam a imprevisibilidade e a emoção que definem os Jogos Olímpicos.

 

Surpresas e Destaques


Imagem: © 2024 Francisco Lopes-Santos (20240804) JO 2024: 1ª Medalha Africana Em GinásticaOs Jogos Olímpicos são sempre um palco de surpresas, onde novos talentos emergem e nações menos conhecidas encontram o seu momento de glória. Paris 2024 não foi diferente e alguns países africanos conseguiram superar as expectativas, conquistando medalhas em desportos onde tradicionalmente não têm forte presença.

Cabo Verde, fez história ao conquistar a sua primeira medalha olímpica, um feito notável para um país com recursos limitados para o desenvolvimento desportivo. Este triunfo é um testemunho do potencial dos atletas cabo-verdianos e certamente inspirará futuras gerações a seguir os seus passos.

Outro destaque foi a Argélia, que conseguiu três medalhas, incluindo duas de Ouro. A vitória de Kaylia Nemour na barra assimétrica feminina foi particularmente impressionante, marcando um momento significativo na história do desporto argelino e africano.

O Botswana também surpreendeu o mundo ao conquistar a medalha de Ouro nos 200 metros masculinos, com a vitória de Letsile Tebogo.

Esta vitória é histórica, pois foi a primeira vez que um atleta africano venceu uma prova de velocidade nos Jogos Olímpicos. O feito de Tebogo não só coloca o Botswana no mapa do atletismo mundial, mas também desafia a hegemonia tradicional das potências das corridas de velocidade.

A Zâmbia, por sua vez, conseguiu uma medalha de Bronze no atletismo, nos 400 metros masculinos, com Muzala Samukonga. Esta conquista é especialmente significativa, considerando que o país não é tradicionalmente uma potência no atletismo.

Por último, o Uganda voltou a mostrar a sua força no atletismo, conquistando duas medalhas, uma de Ouro e outra de Prata. Joshua Cheptegei venceu os 10.000 metros, enquanto Peruth Chemutai conquistou a Prata nos 3000 metros obstáculos femininos. Estas conquistas reforçam a posição de Uganda como uma das nações emergentes no atletismo africano e mundial.

 

Balanço das Medalhas Africanas em Paris 2024


Imagem: © 2024 John Locher (20240812) JO 2024: O Legado Africano de Paris 2024Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 confirmaram o potencial e a crescente presença do continente africano no panorama desportivo mundial. Com um total de 39 medalhas conquistadas por atletas representando 12 nações africanas, os resultados superaram Tóquio 2020, com 37 medalhas, mas ficaram aquém do recorde alcançado no Rio de Janeiro em 2016, com 45 medalhas.

No entanto, se incluirmos a medalha obtida pela atleta Cindy Winner Djankeu Ngamba, dos Camarões, que competiu pela Equipe Olímpica dos Refugiados, África na verdade conquistou 40 medalhas nestes Jogos, um feito notável que sublinha a importância da diáspora africana no desporto mundial.

Das 40 medalhas, 13 foram de Ouro, 12 de Prata e 15 de Bronze.

As Medalhas Por Países

O Quénia ficou em primeiro no quadro de medalhas africano, arrecadando um total de 11 medalhas, das quais 4 de Ouro, 2 de Prata e 5 de Bronze. O país manteve a sua supremacia no atletismo, destacando-se como a nação africana mais bem-sucedida em Paris 2024.,

A África do Sul foi a segunda nação africana mais medalhada, arrecadando um total de 6 medalhas: 1 de Ouro, 3 de Prata e 2 de Bronze.  A Etiópia conquistou 4 medalhas em Paris 2024, sendo 1 de Ouro e 3 de Prata, com as suas principais vitórias a virem das provas de atletismo, reafirmando a sua posição de destaque nas corridas de longa distância

A Argélia somou 3 medalhas, com 2 de Ouro e 1 de Bronze, destacando-se em modalidades como a ginástica artística e o boxe feminino, onde obteve vitórias históricas. A Tunísia conquistou 3 medalhas: 1 de Ouro, 1 de Prata e 1 de Bronze, com destaque para o taekwondo, onde obteve a sua medalha de Ouro

O Egipto também conquistou 3 medalhas em Paris 2024, sendo 1 de Ouro, 1 de Prata e 1 de Bronze, com o destaque parao pentatlo moderno que além da medalha de Ouro foi batido o record do mundo.

O Botswana ganhou 2 medalhas em Paris 2024, sendo 1 de Ouro e 1 de Prata. A vitória no atletismo, com a medalha de Ouro de Letsile Tebogo nos 200 metros, foi histórica, marcando a primeira vez que um país africano venceu uma prova de velocidade.

O Marrocos somou 2 medalhas, com 1 de Ouro e 1 de Bronze, mantendo a sua tradição no atletismo com a vitória de Soufiane El Bakkali nos 3000 metros obstáculos. Cabo Verde, Costa do Marfim e Zâmbia, conseguiram cada uma 1 medalha de Bronze.

A atleta dos Camarões, Cindy Winner Djankeu Ngamba, também conquistou uma medalha de Bronze na categoria de 75kg de boxe, mas a competir pela Equipe Olímpica dos Refugiados.

 

Conclusão


Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 serão lembrados como uma edição em que o continente africano consolidou a sua presença no panorama desportivo mundial. Com um total de 40 medalhas, África não superou o seu recorde estabelecido no Rio 2016, onde o total de medalhas africanas foi de 45, mas reafirmou a sua importância e o seu crescente domínio em várias modalidades.

As previsões feitas anteriormente por nós, acertaram em grande parte, mas os Jogos, como sempre, foram palco de surpresas e reviravoltas. A vitória de Cabo Verde e da Zâmbia em modalidades onde raramente brilham, bem como as medalhas inesperadas de países como a Argélia, mostram que o desporto africano está em constante evolução, com novas nações a emergirem no panorama olímpico.

O legado de Paris 2024 para África vai além das medalhas conquistadas. É um testemunho do crescimento do continente no desporto mundial e uma inspiração para futuras gerações. As conquistas destes Jogos servirão como base para que mais atletas africanos alcancem novos patamares e levem o nome de África ainda mais alto nos próximos anos.

 

O que achas deste quadro de medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

Ver Também:

JO 2024: Pioneira Do Breaking Quer O Ouro

África Nos Jogos Olímpicos De Verão

JO 2024: 1ª Medalha Africana Em Ginástica

JO 2024: Cabo Verde Garante A Sua 1º Medalha

JO Paris 2024: Pérolas Negras Vencem Espanha

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Imagem: © 2024 Francisco Lopes-Santos
Francisco Lopes-Santos
Francisco Lopes-Santos

Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

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Francisco Lopes-Santos
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Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.
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