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ToggleJO 2024: 1ª Medalha Africana Em Ginástica
A ginasta argelina Kaylia Nemour efectuou um feito histórico nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, ao conquistar o seu sonho de ganhar uma medalha de ouro na final das barras assimétricas, medalha essa que é também a primeira medalha africana na ginástica artística obtida em Jogos Olímpicos.
Quem é Kaylia Nemour
De origem franco-argelina, Kaylia nasceu em França, filha de Jamel Nemour, argelino e Stephanie Nemour, francesa. Desde cedo, demonstrou paixão pela ginástica, inspirada pela sua irmã mais velha que competiu a nível nacional em França. Kaylia começou a treinar ginástica aos quatro anos e destacou-se rapidamente pelas suas habilidades naturais e persistência.
Deu os primeiros saltos na ginástica em França, o seu país de nascimento, cujas cores defendeu até 2023. A decisão de representar a Argélia não foi fácil. Kaylia viveu conflitos com a federação francesa, após uma grave lesão nos joelhos que exigiram cirurgia, em 2021. No entanto, mesmo após ter alta do seu médico e receber autorização para voltar a competir, encontrou resistência da federação francesa.
Impedida de competir por falta de autorização da federação para regressar às competições, Kaylia decidiu representar a Argélia, o país de origem do seu pai.
“A federação francesa bloqueou-me das competições durante um ano, por isso estou a competir pela Argélia”.
“A federação argelina recebeu-me de braços abertos e estou muito feliz por representar a Argélia”.
Afirmou Kaylia Nemour em uma entrevista ao Jornal The National.
Conquistas pela Argélia
Pela Argélia, Nemour alcançou feitos notáveis antes dos Jogos Olímpicos. No Mundial de Ginástica de 2023, a ginasta ganhou a medalha de prata nas barras assimétricas, a primeira medalha de um país africano em mundiais de ginástica.
Em Paris, Kaylia encantou com o seu talento, classificando-se para as finais do individual geral e das barras assimétricas. Nas provas pré-olímpicas, a sua performance nas barras assimétricas rendeu notas acima dos 14 pontos e na final do All-Around, realizada na passada quinta-feira, 1 de Agosto, obteve 15.533 pontos passando em primeiro lugar para a disputa das medalhas neste aparelho.
Esperanças Olímpicas
Aos 17 anos, Kaylia já tinha grandes esperanças de conquistar uma medalha nas Olimpíadas, especialmente nas barras assimétricas, onde se destacou.
Na final do individual geral (All-Around), ficou em quinto lugar, competindo com algumas das melhores ginastas do mundo, como a americana Simone Biles e a brasileira Rebeca Andrade.
Conseguir uma medalha de ouro nas barras assimétricas foi um enorme feito para a ginasta argelina e um marco histórico para África.
Emoções em Paris
Kaylia viveu um misto de emoções nestes jogos de Paris 2024, como afirmou em entrevista ao Olympics:
“Nestes Jogos Olímpicos de Paris 2024, digo a mim mesma que estou em casa, mas não exatamente em casa”.
Na final, Kaylia usou um fato branco com lantejoulas prateadas, a partir do pescoço, como se fossem reflexos da lua, o símbolo da Argélia, encantando o público com a sua presença, ao realizar o fabuloso exercício que lhe valeu a medalha de Ouro.
Do lado francês, ficou o lamento por uma das suas mais promissoras atletas não estar a competir com as cores de França, especialmente quando nenhuma ginasta francesa conseguiu um lugar nas finais individuais na ginástica artística.
Conclusão
Kaylia Nemour, com o seu fato branco com lantejoulas prateadas, trouxe orgulho e inspiração ao continente africano ao conquistar a medalha de ouro nas barras assimétricas, solidificando o seu nome na história da ginástica artística e abrindo caminho para futuras gerações de atletas africanos.
A sua determinação e talento são um exemplo para muitos, mostrando que, independentemente dos obstáculos, é possível alcançar os sonhos mais altos.
O que achas desta fabulosa vitória para África? Kaylia Nemour mereceu esta medalha? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.
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Imagem: © 2024 Francisco Lopes-Santos