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ToggleÁfrica Emite Menos De 5% Dos Gases De Estufa
África, embora contribua pouco para as emissões globais de gases de efeito estufa, sofre desproporcionalmente com as alterações climáticas. O relatório do Instituto para Estudos de Segurança (ISS) destaca a urgência de uma resposta internacional coordenada, alinhada com os princípios da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC).
Consequências
África emite menos de 5% dos gases com efeito de estufa a nível mundial, mas “sofre as graves consequências das alterações climáticas”, afirmou hoje, num relatório, o Instituto para Estudos de Segurança (ISS).
Segundo o ISS, reconhecer esta disparidade “é o primeiro passo para uma resposta internacional” que a retifique, sendo que a resposta global deve ser orientada pelo princípio da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (CQNUAC).
O mundo enfrenta uma crise climática provocada por um aumento incessante das emissões de carbono, explicou o ISS no seu relatório.
O Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), citado pelo ISS, referiu que 89% das emissões globais de dióxido de carbono em 2022 tiveram origem em combustíveis fósseis e processos industriais.
Os níveis de CO2 atmosférico têm continuado a aumentar, atingindo máximos históricos em 2023. Como consequência, o Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas declarou 2023 como o ano mais quente de que há registo.
São necessários esforços coordenados a nível mundial para reduzir as emissões de carbono e atenuar a escalada dos níveis de CO2 na atmosfera, referiu.
Tributar o Carbono
De acordo com o ISS, estima-se que a percentagem de dióxido de carbono dos combustíveis fósseis em África corresponderá a 13% das emissões globais em 2050 e a 22% em 2063.
“O continente precisa de ser apoiado pelos responsáveis pela crise, sendo que uma dessas vias é a utilização das receitas geradas pelos impostos sobre o carbono para projetos de medidas de atenuação e adaptação”.
“Os mecanismos de fixação do preço do carbono, incluindo os impostos sobre o carbono e os sistemas de comércio de licenças de emissão (ETS), constituem instrumentos práticos para combater a crise climática”, declarou.
Instituições como o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) apoiaram um quadro global de tributação do carbono.
“No ano passado, os líderes africanos assinaram a Declaração de Nairobi sobre as alterações climáticas, sublinhando a necessidade de reformas financeiras multilaterais abrangentes”.
“A declaração propôs a criação de um regime global de tributação do carbono para financiar investimentos que apoiem iniciativas ecológicas”.
“No entanto, apenas 37 iniciativas de tributação do carbono foram implementadas a nível mundial, cobrindo “uns escassos 5,62% das emissões globais de gases com efeito de estufa”, alertou.
Os 10 maiores emissores mundiais são a China, os Estados Unidos da América, a Índia, a Rússia, o Japão, a Indonésia, o Irão, a Alemanha, a Arábia Saudita e a Coreia do Sul.
Coletivamente, contribuem com 69% das emissões globais de combustíveis fósseis.
“A aplicação de um imposto sobre o carbono a estes grandes emissores poderia incentivar”, aconselhou.
Destes, apenas o Japão adotou um imposto sobre o carbono, indicou.
África e a Responsabilidade Global
Embora um imposto sobre o carbono seja apenas uma das várias medidas necessárias para combater as alterações climáticas, a sua implementação à escala global é fundamental, reforçou.
“O continente africano deve apresentar uma frente unida a nível internacional e reconhecer a sua responsabilidade partilhada no combate às alterações climáticas”, declarou.
O estabelecimento de um quadro global de impostos sobre o carbono oferece vários benefícios para combater as alterações climáticas, referiu.
“É claro que a implementação de um quadro global de tributação do carbono tem os seus desafios: os interesses económicos, a dinâmica política e as limitações de capacidade podem impedir o progresso”, refletiu.
No entanto, ao aplicar princípios de justiça e de eficiência, um quadro global de tributação do carbono torna-se a pedra angular de uma governação climática eficaz no século XXI, mas apenas se África desempenhar um papel ativo e os principais poluidores do mundo pagarem as suas contas, concluiu.
Conclusão
O estabelecimento de um quadro global de tributação do carbono é essencial para enfrentar as alterações climáticas. África deve unir-se internacionalmente e garantir que os principais emissores assumam as suas responsabilidades. Embora persistam vários desafios, a implementação justa e eficaz é fundamental para uma gestão climática eficaz no século XXI.
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Imagem: © 2022 noomcpk / Shutterstock