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Sexta-feira, Maio 3, 2024

2/3 Das Crianças Guineenses Não Acabam A Escola Primária

O propósito do fórum que decorre em Bissau é elaborar um plano de ação para entregar ao Governo guineense.

2/3 Das Crianças Guineenses Não Acabam A Escola Primária.

Mais de dois terços das crianças da Guiné-Bissau não concluem o ensino primário, com a educação entre as privações num país onde mais de metade da população é jovem, segundo dados divulgados hoje pela UNICEF.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) fez hoje o ponto da situação das crianças no país africano, no início de um fórum que, durante dois dias, assinala o Dia da Criança e discute com os jovens a Guiné-Bissau que querem, alinhados com a visão 2063 da União Africana.

Segundo a UNICEF, “na Guiné-Bissau, a análise multidimensional das privações das crianças, realizada em 2021, mostrou claramente que quase sete em cada dez crianças sofrem seis ou mais privações dos seus direitos ao mesmo tempo”.

A pobreza faz parte das privações, sendo um dos grandes pontos que atinge as crianças e jovens da Guiné-Bissau, como disse à Lusa Wilson Gama, da UNICEF, mas destaca-se também a questão da educação.

“A taxa de conclusão do ensino primário está nos 30%, segundo o último relatório que diz que três em cada dez crianças concluiu o ensino primário. É preocupante”, vincou.

Estes indicadores relativos à educação constam de um relatório realizado em 2018 e aquela organização não tem outros dados mais atualizados.

A análise às privações realizada em 2021 mostra, também, que “os jovens da Guiné-Bissau estão na quinta posição entre os que mais são vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas”.

Os impactos, segundo disse, “sentem-se ao nível da sua saúde, educação e proteção, deixando-os expostos a doenças mortais”, num país onde “as crianças estão altamente expostas a inundações costeiras e poluição do ar”.

O relatório refere que são necessários investimentos em serviços sociais, especialmente na educação, água, higiene e saneamento.

Segundo o mesmo documento, “76% de crianças são vítimas de disciplina violenta”, apenas “14% das crianças têm acesso a saneamento” e a percentagem das que participam em programas da primeira infância é inferior a 15%.

“São dados preocupantes para a Guiné-Bissau”, reiterou.

Para o representante da UNICEF, “as mudanças não dependem só do Governo”.

“Todos temos um papel a desempenhar, desde os pais em casa, desde os parceiros nacionais e internacionais, os líderes religiosos e comunitários, mas obviamente o Governo tem um papel diferente em relação às outras entidades”, considerou.

O propósito do fórum que decorre em Bissau é elaborar um plano de ação para entregar ao Governo guineense, com propostas para alterar a situação.

A iniciativa junta-se às celebrações do Dia Mundial da Criança, assinalado a 20 de novembro em todo o mundo, em simultâneo com o aniversário da criação da Convenção sobre os Direito da Criança, em 1989, pelo Comité dos Direitos das Crianças, das Nações Unidas.

O fórum da juventude agrupa jovens de todas as regiões da Guiné-Bissau, que vão contribuir com opiniões e visões do terreno, do que está a suceder em cada comunidade, e vão elaborar um plano de ação do que é que os jovens da Guiné-Bissau têm como visão para o país em que vivem.

 

Conclusão

Esta situação das crianças na Guiné-Bissau, é preocupante. A pobreza, junto com a baixa taxa de conclusão do ensino primário (30%), destaca-se como um grande desafio. A disciplina violenta afecta 76% das crianças, apenas 14% têm acesso a saneamento e menos de 15% participam em programas de primeira infância.

Os jovens guineenses são classificados como os quintos mais vulneráveis às mudanças climáticas. Isto tem de mudar. Vamos esperar que este fórum da juventude, consiga criar um plano de ação abrangente, envolvendo diversos sectores da sociedade, para abordar estas questões, de forma definitiva.

 

O que achas desta situação das crianças na Guiné-Bissau? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

Imagem: © Lusa
Lusa - Agência de Notícias de Portugal
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É a maior agência noticiosa de língua portuguesa, faz parte da Aliança das Agências de Informação de Língua Portuguesa e tem mais de 280 jornalistas espalhados por todo o mundo. Para além das principais cidades de Portugal, a Lusa tem delegações ou correspondentes permanentes na Bélgica, Espanha, Alemanha, Reino Unido, França, Luxemburgo, Rússia, Estónia, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Índia, São Tomé e Príncipe, África do Sul, Argélia, Timor-Leste, Macau, China, Brasil, Venezuela, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Fornece um serviço noticioso a inúmeros jornais, rádios e canais de televisão portugueses, aos meios de comunicação social das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e a agências noticiosas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Subscrevem também os serviços da Lusa diversas instituições públicas e privadas.

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