O fenómeno climático El Niño, aliado ao aumento das temperaturas mundiais, tem provocado a pior seca que a África Austral já enfrentou em anos. Esta calamidade tem afectado profundamente a vida de milhões de pessoas na região, com consequências devastadoras para a produção agrícola e pecuária.

A segurança alimentar está em risco, e as economias locais sofrem os impactos severos desta seca prolongada, que ameaça a subsistência de inúmeras famílias dependentes das colheitas. A intensificação das alterações climáticas, provocadas pelas emissões de gases com efeito de estufa, agrava ainda mais a situação.

O El Niño que perturba os padrões climáticos mundiais, tem causado uma crise humanitária de grandes proporções. Este panorama de adversidade climática tem arrastado consigo graves consequências para a segurança alimentar e as economias de diversos países da região, já tendo afectado cerca de 68 milhões de pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade extrema.

Impacto do El Niño na África Austral

“A estação das chuvas de 2024 tem sido um desafio, com a maior parte da região a sofrer os efeitos negativos do fenómeno El Nino, caracterizado pelo início tardio das chuvas”, afirmou Elias Magosi.

Desde o início do ano o fenómeno El Niño, conhecido por causar alterações significativas nos padrões climáticos mundiais, trouxe uma crise de seca severa à África Austral. Este evento climático, marcado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico oriental, combinou-se com o aumento das temperaturas médias impulsionadas pelas emissões de gases com efeito de estufa.

Como resultado, as colheitas foram dizimadas, a produção pecuária foi gravemente afetada e a escassez de alimentos tornou-se uma realidade assustadora para milhões de pessoas. Diante deste panorama, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), composta por 16 países, tem tentado encontrar soluções para a crise.

Respostas à Crise e Apelos de Apoio

No entanto, a mobilização de fundos tem sido insuficiente, conforme lamentou, durante a cimeira, João Lourenço, Presidente de Angola e líder cessante da SADC.

“O montante mobilizado até agora está, infelizmente, abaixo dos valores estimados e gostaria de reiterar este apelo aos parceiros regionais e internacionais para que redobrem os seus esforços… para ajudar o nosso povo que foi afetado pelo El Nino”, disse João Lourenço na cimeira.

A seca tem sido o tema central dos debates desta cimeira, embora outras questões, como o conflito contínuo no leste da República Democrática do Congo, também estejam a ser discutidas. João Lourenço expressou a sua preocupação com a falta de recursos para apoiar as populações afectadas, apelando aos parceiros internacionais e regionais para redobrarem os seus esforços de solidariedade.

Conclusão

A combinação de fenómenos climáticos extremos e a falta de apoio internacional suficiente intensificam a vulnerabilidade das populações. A região enfrenta o desafio de fortalecer as suas respostas humanitárias e procurar soluções sustentáveis para mitigar os efeitos de eventos climáticos futuros.

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