A sétima edição do EurAfrican Forum encerrou hoje, dia 16 de Julho de 2024, na Universidade Nova SBE, em Carcavelos, reunindo líderes políticos e empresariais de diversos sectores para debater parcerias estratégicas que impulsionem o desenvolvimento sustentável entre Europa e África.

Com o tema “África: O Próximo Capítulo – Parcerias para o Crescimento“, o evento contou com a presença de mais de uma centena de oradores, incluindo os Presidentes da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa e o das Ilhas Maurícias, Prithvirajsing Roopun.

Parcerias Inovadoras

Este foco em inovação foi reforçado por Gugu Dingaan, da Women Investment Portfolio Holdings que destacou o papel crucial das mulheres no desenvolvimento económico e a necessidade de políticas que garantam igualdade de oportunidades.

Dingaan lembrou que, apesar de as mulheres representarem metade da população e serem pioneiras no desenvolvimento de microempresas, ainda enfrentam desafios significativos para alcançarem igualdade de oportunidades.

“É crucial que políticas sejam implementadas para garantir a participação das mulheres em todos os sectores económicos”, disse Dingaan.

José Miguel Cerdeira, do BFA Angola, sublinhou a importância dos bancos na diversificação económica e no apoio ao sector agrícola. Cerdeira ressaltou que os bancos devem oferecer suporte e formação aos pequenos agricultores para promover o crescimento sustentável.

Ele também mencionou a relevância dos acordos de comércio livre regionais na transformação económica de África, apontando para a necessidade de uma cooperação mais estreita entre Europa e África para explorar essas oportunidades.

Cerdeira destacou ainda que a diversificação da economia é essencial para o crescimento sustentável e que os bancos têm um papel vital em apoiar essa transição, não apenas a gerir activos, mas também a fornecerem a educação e os recursos aos agricultores locais.

Oportunidades de Crescimento

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Durante os dois dias do EurAfrican Forum, foram discutidos vários temas, incluindo investimento, internacionalização, energia e minas, educação, desporto, digitalização, infraestruturas e urbanismo, agronegócio e saúde.

O Ministro da Economia de Portugal, Pedro Reis, e a Ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, participaram nos debates, sublinhando a importância da cooperação em áreas chave para o desenvolvimento económico e social.

Maria Ramos mencionou ainda a necessidade de investimentos não apenas em infraestruturas físicas, como portos e ferrovias, mas também em tecnologias emergentes que possam revolucionar o sector energético em África.

A criação de alianças estratégicas que impulsionem o desenvolvimento sustentável foi um tema recorrente nos debates, com ênfase na importância de um crescimento inovador e inclusivo que beneficie ambos os continentes. A necessidade de um ambiente de negócios inclusivo que promova a igualdade de género também foi um ponto central nas discussões.

Dingaan salientou que, para além de se ter de dar voz às mulheres, é essencial criar políticas que garantam a participação das mulheres em posições de liderança e gestão. Esta inclusão é vista como um passo crucial para o desenvolvimento económico sustentável e para a criação de oportunidades equitativas.

CPLP e Relações Internacionais

O Presidente das Maurícias, Prithvirajsing Roopun, sublinhou a necessidade de encorajar estudantes mauricianos a aprender português, fortalecendo as relações com os países lusófonos.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a CPLP tem vindo a aumentar o número de observadores e a sua influência global, destacando a adesão recente do Paraguai como observador associado. Este crescimento demonstra a relevância da CPLP como uma plataforma de cooperação internacional.

A categoria de observador associado e de observador consultivo da CPLP foi criada em 2005, após decisão do Conselho de Ministros da comunidade, tendo aberto oportunidade para o eventual ingresso de Estados ou regiões lusófonas de países terceiros.

Os Estados que pretendam adquirir a categoria de observador associado terão de partilhar os princípios orientadores da CPLP, designadamente no que se refere à promoção das práticas democráticas, à boa governação e ao respeito dos direitos humanos e, prosseguir através dos seus programas de Governo, objetivos idênticos aos da organização.

Conclusão

Com uma visão clara de cooperação e crescimento mútuo, os líderes presentes no evento, traçaram um caminho promissor para o futuro das relações entre os dois continentes, sublinhando a importância da inovação, da igualdade de género e do desenvolvimento sustentável.

A presença de líderes de alto nível e a discussão de temas relevantes para o desenvolvimento económico e social demonstram o compromisso de ambos os continentes em trabalhar juntos para um futuro mais próspero e integrado.

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