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Terça-feira, Dezembro 3, 2024

O Nosso Planeta Azul Está A Ficar Verde

É crucial tomar medidas para mitigar as alterações climáticas e preservar a saúde dos oceanos, garantindo assim um futuro sustentável para o nosso Planeta Azul.

O Nosso Planeta Azul Está A Ficar Verde.

O planeta Terra, conhecido como o “Planeta Azul“, está a passar por mudanças significativas devido às alterações climáticas e isso é cada vez mais evidente nos ecossistemas aquáticos. Estudos recentes abordam diferentes aspectos dessas mudanças.

Um desses estudos, publicado na Geophysical Research Letters, revelou um cenário preocupante sobre o futuro do nosso planeta, indicando que a cor das águas do Planeta Azul estão a mudar de cor.

Um outro estudo publicado na revista Nature Sustainability, baseou-se na análise de imagens de satélite captadas ao longo de 20 anos e corroborou esse estudo, concluindo que os oceanos da Terra estão a mudar de cor e a tornar-se mais verdes por causa das alterações climáticas.

Estes estudos reforçam a urgência de serem necessárias ações para mitigar as alterações climáticas que estão a ter implicações sérias para todos os ecossistemas aquáticos e protegê-los o mais rapidamente possível, antes que seja tarde.

 

Adeus, Planeta Azul

Não é por acaso que a Terra é conhecida como o Planeta Azul. Cerca de 71% da superfície do nosso planeta está coberta por água, conferindo-lhe essa cor azul distinta que se destaca no meio do vermelho de Marte e do amarelo acastanhado de Júpiter.

Contudo, está a acontecer uma mudança radical. Um novo estudo publicado na Geophysical Research Letters apresenta um cenário sombrio sobre o futuro do nosso planeta devido às alterações climáticas, e uma das consequências previstas é a mudança da cor das águas do nosso Planeta Azul para verde.

Um estudo publicado recentemente na revista Nature Sustainability utilizou imagens de satélite ao longo de duas décadas para analisar as mudanças de cor nos oceanos. Os resultados revelaram que, devido às alterações climáticas, os oceanos da Terra estão a passar por uma transformação radical tornando-se cada vez mais verdes. Essa mudança é especialmente notória na região do equador.

O aumento da temperatura nos oceanos está a levar à proliferação de várias espécies de algas, e a fazer crescer a quantidade de fitoplâncton, o que está a tornar os corpos de água, dos rios, lagos aos oceanos, mais verdes, tornando o nosso Planeta Azul em Planeta Verde.

 

Lagos Verdes

Imagem © DR (20230714) O Nosso Planeta Azul Está A Ficar VerdeO aumento das temperaturas globais está a alterar os lagos azuis, que agora estão a adquirir uma tonalidade mais sombria e verde acastanhada. A cor dos lagos é determinada por vários fatores, principalmente pela quantidade de algas e sedimentos presentes. A temperatura do ar, a precipitação, a profundidade e a elevação de um lago também influenciam o tom das suas águas.

Os lagos azuis são em maioria no planeta e tendem a ser profundos e encontram-se em regiões mais frias, com latitude mais alta e maior precipitação. Já os lagos verdes e castanhos são mais comuns em zonas mais secas, no interior continental e ao longo das costas, conforme relata o IFLScience.

Esta pesquisa, analisou mais de cinco milhões de imagens de satélite relacionadas com 85.360 lagos e reservatórios em todo o mundo, entre 2013 e 2020, comparando as alterações nas cores. A equipa criou um mapa interativo que exibe os resultados dessas imagens.

Com o aumento das temperaturas e um clima mais seco, os lagos azuis estão a tornar-se cada vez mais raros devido à proliferação de algas, conferindo-lhes um tom mais verde.

“Ninguém quer nadar num lago verde”.

“Por isso, esteticamente, alguns lagos que sempre vimos como refúgios ou lugares espirituais vão começar a desaparecer com a mudança das cores”.

Explicou Catherine O’Reilly, ecologista aquática e autora do estudo.

No entanto, as mudanças estéticas são o menor dos problemas. A alteração de cor é um sinal de que estes ecossistemas estão a passar por mudanças drásticas, afetando a flora e a fauna que dependem desses lagos.

“Pode haver períodos em que a água não é saudável e as espécies de peixes podem já não estar presentes”.

“Por isso não vamos ter o mesmo serviço dos ecossistemas destes lagos quando mudam de azuis para verdes”, concluiu.

 

Mudança De Cor Nas Águas

Esta mudança de cor deve-se ao aumento das temperaturas da água, o qual resulta num crescimento das populações de fitoplâncton – pequenos microrganismos, como algas, que utilizam a clorofila verde para realizar a fotossíntese. Quanto mais fitoplâncton existe, mais verdes se tornam os oceanos.

A alteração de cor está longe de ser o único impacto. O aumento do fitoplâncton acaba por reduzir a quantidade de oxigénio na água, criando mais zonas mortas onde apenas algumas espécies conseguem sobreviver.

Os investigadores afirmam que o fitoplâncton pode não ser a única razão para a mudança de cor dos oceanos, mas a análise realizada está alinhada com um modelo avançado que prevê como os ecossistemas oceânicos podem estar a responder às alterações climáticas.

Embora o aumento do número de fitoplâncton possa ser visto como um valioso sumidouro de carbono, uma vez que absorvem CO2, a situação é mais complexa do que parece à primeira vista, como explicado pelo Science Alert.

Esses microrganismos têm a capacidade de alterar significativamente o seu ambiente, incluindo a temperatura, disponibilidade de nutrientes e níveis de luz na água. Além disso, eles são a base da cadeia alimentar marinha. Portanto, é provável que o seu aumento cause mudanças generalizadas na conservação de certas áreas e na indústria pesqueira.

Estas mudanças nos oceanos têm implicações importantes para os ecossistemas marinhos e para a vida na Terra como um todo. É crucial tomar medidas para mitigar as alterações climáticas e preservar a saúde dos oceanos, garantindo assim um futuro sustentável para o nosso Planeta Azul.

 

Um Ruido Ensurdecedor

Infelizmente as alterações climáticas, não estão apenas a ter impacto na cor das águas. Um estudo publicado na Earth’s Future, concluiu que devido ao aquecimento das águas as ondas sonoras estão-se a propagar mais rapidamente e são mais duradouras, tornando os oceanos mais “barulhentos”, o que terá implicações na comunicação dos animais marinhos.

“Calculamos os efeitos da temperatura, profundidade e salinidade com base nos dados públicos para modelarmos a paisagem sonora do futuro”.

Revelou Alice Affati, investigadora de bioacústica e autora principal do estudo. Este é o primeiro estudo a abordar o impacto das alterações climáticas no som dos oceanos.

A pesquisa prevê que dois pontos específicos sofram alterações significativas nas profundidades de 50 metros e 500 metros, um no mar da Gronelândia e outro no noroeste do Oceano Atlântico.

A velocidade média do som deve aumentar mais de 1,5%, aproximadamente 25 metros por segundo, desde a superfície até aos 500 metros de profundidade até ao final do século, caso as emissões de gases com efeito de estufa continuem a aumentar.

A paisagem sonora dos oceanos inclui vibrações produzidas por organismos vivos, fenómenos naturais como o rebentamento das ondas ou o gelo a estalar, e também sons causados pela atividade humana, como o comércio marítimo ou a extração de recursos naturais.

 

Impacto Para As Baleias E Para Os Golfinhos

Imagem © DR (20230714) O Nosso Planeta Azul Está A Ficar VerdeMuitos animais marinhos, como as baleias ou os golfinhos, utilizam o som para se comunicarem uns com os outros. Portanto, as mudanças na velocidade do som devido ao aquecimento das águas afetam as capacidades desses animais em se alimentarem, encontrarem parceiros, migrarem ou escaparem de predadores.

Além dos dois pontos mencionados como sendo mais vulneráveis, o estudo também concluiu que haverá um aumento de 1% na velocidade do som aos 50 metros de profundidade no Mar de Barents, no noroeste e sul do Pacífico, e aos 500 metros no Oceano Ártico, no Golfo do México e no sul do Mar das Caraíbas.

Os investigadores também criaram modelos para as vocalizações comuns da Baleia-franca-do-atlântico-norte, uma espécie ameaçada de extinção, dentro das projeções futuras. Concluiu-se que o chamado típico desses animais, que ocorre a 50 Hertz, vai propagar-se mais num oceano mais quente.

No futuro, a equipa pretende criar um mapa que avalie a interseção de vários fatores que influenciam a paisagem sonora do mar e identifique as áreas mais afetadas.

 

Conclusão

Estes estudos recentes revelam as diversas consequências das alterações climáticas nos ecossistemas aquáticos. Desde a mudança na cor dos lagos e dos oceanos, que reflete as alterações na quantidade de algas e sedimentos, até o aumento do ruído nas águas, oque prejudica gravemente a comunicação dos animais marinhos, os efeitos são preocupantes.

As alterações climáticas não são um “Mito” elas estão mesmo a acontecer e estão.se a tornar cada vez mais evidentes. É fundamental agir em prol da preservação dos ecossistemas e adotar medidas para reduzir as alterações climáticas, ou então não teremos um planeta onde possamos sobreviver.

O que achas destes estudos sobre o clima? Esta mudança de “Planeta Azul” para “Planeta Verde” não te incomoda? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

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