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Quarta-feira, Novembro 20, 2024

Moçambique na presidência do CS da ONU

O país teve maior número de votos do que os outros quatro novos ocupantes de cadeiras não permanentes: Equador, Suíça, Malta e Japão.

Moçambique na presidência do CS da ONU.

Moçambique assume a partir de hoje 1º de Março de 2023, a liderança do Conselho de Segurança das Nações Unidas. No período de presidência rotativa do órgão, o país organizará um evento especial sobre a mulher, paz e segurança para marcar os 25 anos da resolução 1325 sobre o tema.

A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, disse à ONU News que as mulheres terão um lugar à mesa para falar sobre solução de conflitos. Mas defende que também é essencial ouvir os jovens na busca pela paz.

 

Mulher, paz e segurança

“Nós estamos, de facto, preparados para essa direção. Como sabe, na maior parte do tempo isso vai ser feito pelo representante permanente aqui em Nova Iorque”.

“É uma pessoa que tem experiência. Haverá, portanto, duas sessões de alto nível”.

“Escolhemos dirigir o debate sobre a mulher. Portanto, o tema da mulher, paz e segurança. Aqui chamamos a atenção para a criança”.

“Quando olhamos para a criança e a juventude, sobretudo para criança e para mulher, vemos grupos sensíveis quando há situação de conflitos”.

“Quanto à mulher e juventude estamos a olhar para interlocutores que devem ser válidos”.

Afirmou, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo.

O mês da presidência moçambicana culminará com um debate aberto em nível ministerial sobre o terrorismo e a prevenção do extremismo violento e reforço da cooperação em torno do tema. O embaixador Pedro Comissário falou da meta de dar visibilidade aos temas com relevância atualmente:

“O Conselho de Segurança será presidido, em pessoa, por sua excelência o presidente da República no dia 28 de Março de 2023”.

“A sessão a ser conduzida pelo presidente subordinar-se-á ao tema Combate ao terrorismo e extremismo violento”.

“O grande tema do dia 7 de Março, na sessão do Conselho a ser presidida pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, é Mulher, Paz e segurança”.

 

Diferentes maneiras de ver o mundo

Recentemente, o órgão recebeu estudos sobre violência de grupos ligados ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, ou Daesh, que citam o país. Moçambique também é alvo de “situações preocupantes” de violência armada, ao lado da Etiópia e da Ucrânia.

A ministra Verónica Macamo diz que o seu país também se fará valer da experiência de 30 anos de estabilização, após a guerra civil, encerrada em 1992:

“O problema é como ultrapassarmos as descontinuidades ou as diferentes maneiras de ver o mundo, ou o país, que nos surgem, para encontrarmos sempre soluções para não termos que recorrer à guerra”.

“Porque todos nós sabemos que a guerra mata e destrói. Mata e destrói. Conduz-nos ao retrocesso”.

“E é imperdoável que nós tenhamos retrocessos. O mundo agora deveria estar a debater como se ajudar, se desenvolver e sobretudo agora que estamos num mundo global”.

Em Dezembro, o Brasil conclui o mandato como membro não-permanente do Conselho de Segurança. Para Moçambique, haverá oportunidade para acertar posições e conjugar esforços pela paz global.

 

Debate sobre o multilateralismo

“Nós temos tido boas relações com o Brasil. Sempre tivemos. Esperamos que estas sejam incrementadas? Sem dúvidas”.

“Quando estivemos cá até nos encontramos com o representante do Brasil. Ainda no âmbito da campanha, nós conversamos”.

“Depois de termos ganho as eleições também conversamos no sentido de vermos como agir. Vamos concertar a estratégia e os pontos de vista, para vermos efetivamente aquilo que é comum”.

“Nestes casos, quando a estratégia é comum e quando temos que pensar de uma mesma matéria, é fácil conjugar esforços para também nos defendermos”.

“Mas, mesmo quando não o conseguimos, podemos sentar-nos para ver se há uma plataforma de nos entendemos para defender as nossas posições e interesses da melhor maneira”.

Foi concorrendo no grupo de África que Moçambique foi eleito para o Conselho de Segurança com um total de 192 votos válidos dos 193 Estados-membros da Assembleia Geral.

O país teve maior número de votos do que os outros quatro novos ocupantes de cadeiras não permanentes: Equador, Suíça, Malta e Japão.

Na altura, a nação lusófona também apontou como prioridade debater o multilateralismo e a ameaça representada pela mudança climática.

 

O que achas de um país dos PALOP estar à frente do CS da ONU? Pensas que Moçambique estará à altura? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.
Imagem: © 2023 UN News
UN News

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