Nesta conversa, abordámos a complexa dinâmica entre judeus e árabes, destacando a relevância das ações da África do Sul no panorama internacional e analisando a resposta de Israel às acusações de genocídio apresentadas pela África do Sul.

Discutindo a importância das ações da África do Sul no contexto internacional, contextualizando o cenário desde 1945, marcado por uma nova ordem mundial maioritariamente ocidental, encabeçada pelos Estados Unidos da América. Destacou-se a influência dos EUA na ONU e da sua projeção do ideário ocidental liberal democrático nas Nações Unidas e no mundo.

Conversamos sobre as Convenções de Direitos Humanos e sobre o Genocídio de 1948, destacando que, desde então, poucas nações e segmentos do planeta têm seguido integralmente esses princípios.

Abordamos na conversa, a origem da definição de genocídio, destacando o contexto histórico que levou à concepção desse termo após a Segunda Guerra Mundial e menciona-se o facto de a África do Sul ter mobilizado esses conceitos para contrastar as ações de Israel, invertendo o sentido original, uma vez que o conceito de genocídio foi forjado em grande parte pela experiência do Holocausto.

Discutimos a reação de Israel às acusações, argumentando que a nação reage como qualquer outra que se sente coagida, destacando as complexidades políticas e jurídicas envolvidas. Focou-se que o conceito de genocídio é fluido e que as questões jurídicas também o são e que a mobilização do sistema jurídico muitas vezes procura apenas ganhar tempo.

Encerrou-se a análise reforçando a importância de olhar para além das questões jurídicas e políticas, lembrando que estão a morrer pessoas enquanto estes debates acontecem, não sem antes referir a redução do apoio humanitário a Gaza, destacando a voz pouco ouvida de figuras como o secretário-geral da ONU, António Guterres e refletindo-se sobre o declínio da influência das Nações Unidas.

Em suma, aborda-mos as complexidades das relações entre Israel, África do Sul e a comunidade internacional, destacando a importância de considerar não apenas os aspectos jurídicos e políticos, mas também as consequências humanitárias das ações tomadas e levantaram-se questões importantes sobre poder, influência e responsabilidade no panorama geopolítico global.