PR de Angola Alerta Para Conflitos Militares.
O Presidente de Angola e cessante da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), João Lourenço, no seu discurso de abertura dos trabalhos da 14.ª cimeira da organização, em São Tomé e Príncipe, condenou hoje a invasão da Ucrânia e mostrou-se preocupado com os ataques terroristas no norte de Moçambique.
O Aviso do PR de Angola
João Lourenço alertou para o atual “mundo conturbado“, com “convulsões políticas, militares e sociais a acontecerem em vários pontos do nosso planeta”.
“A nossa principal preocupação em termos de segurança e estabilidade é a República de Moçambique, onde de alguma forma cada um dos Estados-membros dedicou a atenção e o contributo possível para ajudar o povo irmão de Moçambique para fazer face aos problemas que vem enfrentando na região de Cabo Delgado”.
Afirmou o chefe de Estado angolano, que hoje conclui dois anos de presidência rotativa da CPLP que será agora assumida por São Tomé e Príncipe.
João Lourenço destacou que a:
“Força da solidariedade e dos seus efeitos ficou demonstrada em Moçambique”.
“Permitindo mitigar as suas dificuldades e em grande medida conter as organizações terroristas que ameaçavam perigosamente a estabilidade, a segurança e a ordem nesse país irmão”.
O Presidente angolano criticou também a invasão da Ucrânia pela Rússia, sentado na mesma mesa onde estava o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva que na semana passada participou na África do Sul na cimeira dos BRICS, de que Moscovo faz parte.
“Nos tempos que correm está sempre no centro das nossas atenções o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, relativamente ao qual temos vindo a assumir posições muito claras de condenação à agressão e ocupação de territórios de um Estado soberano”.
“da necessidade de se pôr fim à guerra e se resolverem os diferendos existentes por via negocial para pôr fim à guerra e conseguir uma paz duradoura”.
A firmou João Lourenço que também ressalvou o facto de a guerra na Ucrânia ter repercussões ao nível global, o que não pode levar a comunidade internacional a ignorar a situação de instabilidade e segurança que prevalece no leste da RDC (República Democrática do Congo), no Sudão e na região do Sahel.
Outras Constactações
Angola tem estado envolvida na mediação do conflito na RDC e na República Centro-Africana e João Lourenço considera que a intervenção internacional tem permitido uma apreciável melhoria na redução da tensão política e militar nessas zonas.
“Acreditamos que com um pouco mais de esforço, com a participação mais coerente será possível uma paz duradoura nesses países”, acrescentou João Lourenço.
A CPLP, que integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, realiza hoje a 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, sob o lema “Juventude e Sustentabilidade“.
Conclusão
No discurso inaugural da 14.ª cimeira da CPLP, o Presidente angolano João Lourenço expressou preocupações com a invasão russa na Ucrânia e os ataques terroristas em Moçambique.
Enfatizou a necessidade de encontrar uma resolução pacífica e a necessidade de haver solidariedade internacional e sublinhou a relevância do papel de Angola na mediação de conflitos, como na República Democrática do Congo e na República Centro-Africana, destacando o compromisso da CPLP com a estabilidade global.
No entanto, as suas palavras podem suscitar questões sobre a eficácia das ações concretas em resposta a essas preocupações, especialmente se levarmos em consideração o que se tem passado recentemente em Angola, levando-nos a ponderar se a necessidade de resolução pacífica e a solidariedade internacional, expostas neste discurso serão possíveis de traduzir em ações concretas.
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Imagem: © 2023 Estela Silva