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ToggleIsrael “Orgulhosamente Sós” Invadem Rafah
O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após negar a proposta de cessar-fogo aceite pelo Hamas, para acabar com a guerra em Gaza, ordenou a entrada do Exército em Rafah, tomando a cidade fronteiriça com o Egipto, ignorando os apelos da comunidade internacional, prosseguindo com as operações militares, apesar de não anunciaram a suspensão das conversações no Cairo.
A recusa de Israel em aceitar o cessar-fogo negociado e aceite pelo Hamas desencadeou uma série de eventos que afetaram a população civil em Gaza e provocaram preocupações internacionais já que Rafah é uma importante porta de entrada para a ajuda humanitária destinada ao território palestino.
Recusa de Acesso à Ajuda Humanitária
Segundo as Nações Unidas, o Exército israelita negou o acesso a Rafah, a principal porta de entrada da ajuda humanitária no território palestiniano. Devido a essa posição de Israel, centenas de camiões carregados de combustível e de ajuda humanitária estão bloqueados no Egito, na sequência do encerramento das passagens de Rafah e Kerem Shalom.
O alto representante da União Europeia (UE) para Assuntos Externos e Segurança, Josep Borrell, alertou que a ofensiva vai provocar uma crise humanitária ainda maior do que a que Gaza já sofre.
“Certamente a situação é muito preocupante. Não posso antecipar as perdas humanitárias que isto vai originar”.
Alertou Borrell, perante a imprensa, à chegada a um Conselho de Ministros europeu do Desenvolvimento.
Condenação Internacional
Os Governos da Jordânia e da Turquia condenaram a tomada de Rafah. Numa mensagem publicada na conta pessoal na rede social X, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, exigiu, paralelamente, que o Conselho de Segurança da ONU “intervenha imediata e firmemente”.
O Vice-Presidente da Turquia, Cevdet Yilmaz, juntou a sua voz às críticas, afirmando que tomar o controlo do lado palestiniano da passagem de Rafah é “acrescentar mais um crime de guerra” aos cometidos no âmbito da ofensiva lançada contra a Faixa de Gaza.
“Ao realizar um ataque terrestre a Rafah, um dia depois do Hamas ter aceitado a proposta de cessar-fogo, Israel está a acrescentar mais um crime de guerra aos já cometidos nos territórios palestinianos desde 7 de Outubro”.
Afirmou Yilmaz numa mensagem na rede social X.
Orgulhosamente Sós
O Exército israelita assumiu o controlo de Rafah do lado palestiniano da passagem de fronteira com o Egipto, sete meses após o início da guerra contra o Hamas em Gaza. Os bombardeamentos nocturnos na cidade causaram a morte de pelo menos 27 pessoas, segundo dois hospitais de Rafah.
Israel divulgou imagens de tanques com a sua bandeira e alegou estar a levar a cabo uma operação anti-terrorista em “áreas específicas” do leste da cidade. Na véspera, o exército israelita tinha apelado para a retirada de dezenas de milhares de famílias do leste da cidade, onde vivem 1,4 milhões de palestinianos, segundo a ONU.
A medida foi vista como uma antecipação de uma ofensiva terrestre que o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu lançar para eliminar os últimos batalhões do Hamas.
Entretanto, as forças israelitas confirmaram, em comunicado que quatro morteiros atingiram a zona de Kerem Shalom sem causar feridos ou danos. O braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, já tinham anunciou o disparo de foguetes contra as tropas israelitas junto à passagem de Kerem Shalom.
As Consequências das Acções de Israel
As ações de Israel em Rafah têm sido criticadas pelo seu impacto humanitário e por agravarem ainda mais a situação já precária em Gaza. A ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza já provocou cerca de 34.800 mortos, até ao momento, de acordo com o Hamas, que controla o território desde 2007.
Após a acção de Genocídio movida contra Israel pela África dos Sul, no Tribunal Internacional de Justiça, vários líderes internacionais já acusaram Israel de cometer crimes de guerra ao tomarem o controle de Rafah, destacando que tais ações violam o direito internacional.
Este ataque já levou a que a Assembleia Geral das Nações Unidas com o voto a favor de 143, países, tenha determinado que o Estado da Palestina está qualificado para ser membro da ONU em conformidade com o artigo 4º da Carta das Nações Unidas e deve, portanto, ser admitido como membro das Nações Unidas, não tendo, no entanto, direito a voto. A Palestina já tinha o status de observador desde 2012.
Os EUA criticaram fortemente Israel pelo uso de armas norte-americanas na Faixa de Gaza, violando o direito humanitário internacional e as regras que Washington estabelece para a venda de armas, levando à suspensão do envio de ajuda militar.
EUA Suspende Envio de Munições
O Governo de Israel está a tentar entender porque é que os Estados Unidos da América, suspenderam, pela primeira vez, desde o início do conflito em Gaza, o fornecimento de munições, segundo o portal Axios, que cita fontes de israelitas sob anonimato.
“Autoridades israelitas disseram que o fornecimento de munições a Israel foi interrompido”, lê-se no portal.
Segundo a publicação, a decisão despertou sérias preocupações dentro do Governo liderado por Benjamin Netanyahu que estão a tentar perceber a decisão dos EUA. O artigo lembra que o Presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta, internamente, duras críticas por conta do apoio a Israel há ofensiva na Faixa de Gaza.
No entanto, aparentemente, a gestão Biden está “altamente preocupada” com os planos de Netanyahu em lançar uma ofensiva contra a cidade de Rafah, no Sul de Gaza, onde se encontram abrigados pelo menos 1,4 milhão de palestinos, deslocados pela ofensiva inicial em Gaza.
É preciso não esquecer de que os EUA tinham avisado Israel de que se avançassem sobre Rafah, iriam suspender o envio de munições. A estupefação e o descrédito por parte do governo de Israel, só demonstra que acreditavam que essa posição não passava de um “bluf” ou então que seria apenas uma falsa posição, apenas para os EUA, manterem a “cara lavada” perante a comunidade internacional.
Já anteriormente, em Fevereiro, Washington tinha pedido a Telavive garantias de que as armas fornecidas pelos EUA seriam apenas utilizadas no enclave em consonância com as leis de direito internacional. Israel respondeu, enviando em Março, uma carta de garantias ao Governo norte-americano.
Conclusão
A incursão de Israel em Rafah, ignorando os apelos internacionais e recusando a proposta de cessar-fogo, demonstra a verdadeira natureza do estado de Israel, envergonhando todos os judeus que se prezem dignos desse nome.
Israel ao negar o acesso à ajuda humanitária a Rafah agrava ainda mais a situação em Gaza, levantando preocupações sobre os direitos humanos e sobre a “legalidade das suas ações”.
As reações da comunidade internacional, as condenações e a suspensões de apoio militar pelos EUA, mostram o aumento da complexidade e das tensões envolvidas neste conflito. Com o aumento das baixas civis e as acusações de genocídio e de crimes de guerra, a tentativa de encontrar uma solução pacífica e duradoura crucial para a estabilidade da região, parece estar cada vez mais longe de ser alcançada.
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Imagem: © 2024 Israel Defense Forces