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Sexta-feira, Outubro 18, 2024

Sudão: Barragem Colapsou Matando Dezenas

A situação de insegurança faz com que muitas agências humanitárias hesitem em entrar na região, deixando as comunidades afetadas ainda mais vulneráveis.

Sudão: Barragem Colapsou Matando Dezenas


A barragem de Arbaat, no Sudão, colapsou, causando uma onda de devastação e de perdas humanas, deixando todos horrorizados com o ocorrido. A tragédia aconteceu após as chuvas intensas do fim de semana, terem atingido a estrutura da barragem e provocaram o seu colapso inundando áreas circundantes e arrastando dezenas de vidas para a morte.

Em comunicado divulgado no domingo à noite, o Ministério Federal da Saúde, disse que a barragem de Arbaat tinha colapsado e que haviam sido enviados recursos para ajudar as pessoas na região. O comunicado também afirmava que apenas quatro pessoas teriam morrido, não dando uma estimativa de quantas pessoas se encontrariam desaparecidas.

No entanto, vários meios de comunicação sudaneses locais, afirmam que há pelo menos 60 mortos, estando mais de 100 pessoas desaparecidas e que muitos outros moradores escalaram colinas rochosas para tentar fugir há elevação das águas.

Este desastre é um reflexo das profundas fragilidades estruturais e administrativas que o Sudão enfrenta há anos. As consequências imediatas foram catastróficas, com inúmeras pessoas desaparecidas, mortos confirmados e uma população aterrorizada a tentar sobreviver em meio ao caos.

 

A Barragem de Arbaat


A barragem de Arbaat, situada a cerca de 40 quilómetros a norte de Port Sudan, era um pilar crucial para o fornecimento de água potável para esta cidade do Mar Vermelho, especialmente numa região predominantemente desértica, onde a água é um recurso escasso e vital.

Com uma capacidade de 25 milhões de metros cúbicos, a barragem tinha como principal função armazenar água das chuvas e das nascentes para uso durante a estação seca. No entanto, a sua falta de manutenção ao longo dos anos deixou-a vulnerável a catástrofes, como a que acabou de acontecer

A tragédia da barragem de Arbaat também se insere num contexto mais amplo de crise humanitária no Sudão. Desde o início do conflito armado em Abril de 2023, o país tem sido palco de violência, deslocamentos em massa e colapso das infraestruturas.

 

Impacto Local


A devastação causada pelo colapso da barragem de Arbaat no Sudão, está a ter um impacto severo nas comunidades locais. As águas da enchente varreram aldeias inteiras, deixando um rastro de destruição que é difícil de quantificar.

De acordo com relatos de testemunhas e fontes locais, o desastre deixou um número considerável de mortos e desaparecidos. Estimativas iniciais sugerem que pelo menos 60 pessoas perderam a vida, mas o número real pode ser muito maior, considerando que muitas áreas afectadas ainda estão inacessíveis.

As aldeias próximas à barragem que dependiam do reservatório para a sua sobrevivência, foram as mais afetadas. O súbito colapso da barragem fez com que as águas se precipitaram violentamente pelos vales, esmagando tudo no seu caminho.

Foram destruídas casas, campos agrícolas e os meios de subsistência de muitas famílias foram completamente dizimados. Além das perdas humanas, os danos materiais são incalculáveis, com centenas de pessoas a procurar refúgio em zonas montanhosas, tentando escapar à fúria das águas.

 

Os Riscos Para a Saúde


O colapso desta barragem no Sudão, também trouxe à tona uma crise de saúde pública que continua a vingar na região. A falta de acesso a água potável, agravada pela destruição da principal fonte de água, expôs as populações a riscos sanitários severos.

Um surto de cólera anterior, já ceifou muitas vidas, agora, alimentado pelas águas contaminadas e pela falta de saneamento adequado, a propagação da doença ameaça tornar-se numa crise maior.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou mais de 650 casos de cólera e 28 mortes em cinco estados sudaneses, com a situação a piorar devido à incapacidade de fornecer vacinas e assistência médica em tempo útil.

A resposta imediata à tragédia vai ser dificultada por vários fatores. As redes de telecomunicações na área foram interrompidas, o que dificulta a coordenação dos esforços de resgate. Além disso, a guerra em curso no país deslocou milhões de pessoas, sobrecarregando os já limitados recursos das autoridades locais.

A situação de insegurança faz com que muitas agências humanitárias hesitem em entrar na região, deixando as comunidades afetadas ainda mais vulneráveis.

 

Falhas Estruturais


O colapso da barragem de Arbaat, é o resultado da consequência das falhas estruturais e administrativas crónicas no Sudão. A barragem, construída em 2003 com o objetivo de armazenar água para a estação seca, nunca recebeu a devida manutenção ao longo dos anos.

Este abandono é sintomático de uma infraestrutura nacional em declínio, corroída pela corrupção, má gestão e pela falta de investimento estatal em obras públicas essenciais.

A falta de manutenção adequada foi um factor crucial no colapso da barragem. Com o passar dos anos, fissuras e outros sinais de desgaste foram ignorados pelas autoridades que, sobrecarregadas por outras crises, negligenciaram a necessidade de reparações.

Além disso, a construção da barragem em si pode ter sido comprometida desde o início por padrões de engenharia abaixo do esperado, algo comum em projetos que sofrem de má gestão e corrupção.

 

Conclusão


O colapso da barragem de Arbaat no Sudão representa uma tragédia com múltiplas camadas de causas e consequências. O desastre não foi apenas o resultado de chuvas intensas, mas também de anos de negligência estrutural, má gestão e uma resposta inadequada por parte das autoridades.

As comunidades locais foram deixadas à mercê das águas, sem proteção adequada ou assistência rápida, expondo falhas profundas nas infraestruturas e na capacidade administrativa do país.

O Sudão enfrenta desafios significativos, desde a guerra civil em curso até à crise humanitária crescente e o colapso da barragem de Arbaat é um alerta sombrio para a necessidade de reformas imediatas no país e da necessidade, mais do que fundamental, de assistência internacional.

 

O que pensas de mais esta crise humanitária no Sudão? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 


Imagem: © 2024 DR
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