Parteira Maria, A Superheroína de Marrocos.
Na noite de 8 de Setembro, quando o terremoto mais destrutivo da história recente de Marrocos, sacudiu as Montanhas do Atlas, a parteira Maria, estava a cumprir o seu turno em um centro de saúde materna em Talat N’Yaagoub.
Resgatada dos escombros após o devastador terremoto, Maria, qual superheroína, emergiu como um farol de esperança e, agora, ajuda a trazer bebés ao mundo e a salvar vidas enquanto a catástrofe se desenrola de forma implacável ao seu redor.
Estimam-se que devido à devastação causada pelo terremoto, tenham sido afectadas profundamente mais de 300.000 pessoas em Marraquexe e nos seus arredores, deixando marcas indeléveis em comunidades inteiras e mudando o curso de vidas de maneiras inimagináveis.
Segundo o Ministério do Interior de Marrocos até ao momento, estão confirmados 2.946 mortos e 5.674 feridos graves. Entre os afetados, encontram-se 1.500 mulheres grávidas que devem dar à luz nos próximos três meses, o que vai provar ser uma verdadeira luta pela sobrevivência e determinação, diante desta adversidade.
A Parteira Maria
“Presa sob os escombros, pensei que ia morrer”.
Disse Maria, uma parteira de Talat N’Yaagoub – uma localidade situada nas Montanhas do Atlas, perto do epicentro do terremoto – lembrando os momentos angustiantes em que se viu aprisionada.
Ela estava a trabalhar no seu turno como parteira em um centro de saúde materna quando o terremoto mais destrutivo da história recente do Marrocos os atingiu na noite de 8 de Setembro.
“Aquela noite foi difícil, mas assim que os meus colegas me ajudaram a sair dos destroços, todos nós conseguimos prestar ajuda e salvar vidas”.
Disse Maria que, anteriormente havia recebido treinamento em resposta de emergência em saúde do UNFPA, a agência de saúde sexual e reprodutiva das Nações Unidas.
Talat N’Yaagoub fica a apenas 16 quilômetros do epicentro do terremoto. À medida que os residentes aterrorizados fugiam das casas destruídas, uma série de fortes réplicas trouxe ainda mais destruição a um cenário caótico.
Os números actuais confirmados são de 2.946 mortos e 5.674 feridos graves. No entanto estes números provavelmente estão subestimados, já que as equipes de resgate e salvamento, não conseguiram chegar a todas as áreas precárias e inacessíveis do terreno montanhoso.
Estima-se terem sido afetadas, mais de 300.000 pessoas em Marraquexe e nos arredores, entre elas, mais de 1.500 mulheres grávidas que devem dar à luz nos próximos três meses.
Com os hospitais e outras instalações médicas danificadas ou destruídas em aldeias atingidas pelo desastre, a perspectiva de sobrevivência para essas mulheres pode facilmente tornar-se uma ameaça à sua vida, especialmente se enfrentarem complicações durante a gravidez ou o parto.
Maria, A Incansável
Resgatada dos destroços, Maria rapidamente colocou as suas habilidades em uso para salvar a vida dos outros. Coordenando com as autoridades locais para organizar evacuações de helicóptero para quase todas as mulheres grávidas na área afetada, ela garantiu que recebessem o atendimento médico urgente de que precisavam.
Mas havia uma tarefa ainda mais crítica a ser realizada, pois ela percebeu que duas das mulheres estavam em trabalho de parto. Em meio à devastação total, Maria usou os medicamentos que conseguiu salvar dos destroços do centro de saúde para ajudar ambas a dar à luz com seguranças bebés saudáveis – dois deles gémeos.
Maria havia participado de uma iniciativa apoiada pelo UNFPA que, nos últimos dois anos, ajudou a treinar mais de 500 parteiras em procedimentos de emergência para fornecer saúde sexual e reprodutiva em situações de crise.
Os participantes aprenderam as melhores práticas para fornecer suprimentos e informações de planeamento familiar, rapidamente e realizar operações obstétricas de emergência e apoiar sobreviventes de violência de género.
Entregues em conjunto com as associações de parteiras e a associação nacional de planeamento familiar, as sessões de treinamento fortaleceram o conhecimento e as habilidades de profissionais de saúde como Maria para ajudar mulheres e raparigas durante emergências.
O UNFPA fez lobby junto aos focos de decisão para dar prioridade há preparação e a estabelecer redes locais e nacionais de profissionais de saúde que possam garantir uma resposta rápida e especializada durante uma crise humanitária.
Saúde, Abrigo e Estruturas de Apoio
As autoridades nacionais estão a liderar a resposta à tragédia, mas há crescentes necessidades de ajuda de emergência, alimentos, água, abrigo e apoio médico.
Milhares de casas foram destruídas e muitas pessoas procuram refúgio em instalações públicas e dormem ao ar livre com medo de mais desabamentos de edifícios. Nestas circunstâncias, como em todas as crises humanitárias, mulheres e raparigas com pouca proteção ou acesso a recursos entram em risco agudo de violência de género e coerção.
O acesso a serviços de saúde de qualidade, informações e proteção contra a violência são cruciais: o UNFPA permanece dedicado a garantir que o povo de Marrocos e as organizações locais, recebam o apoio de que precisam para proteger a saúde reprodutiva e o bem-estar das mulheres e raparigas da região.
Conclusão
Após sobreviver ao desastre, Maria, uma parteira em Talat N’Yaagoub, Marrocos, emergiu como uma superheroína, durante o devastador terremoto de Setembro. Após o seu resgate, coordenou evacuações de helicóptero para mulheres grávidas e até ajudou outras a dar à luz com segurança, demonstrando a importância do treinamento de emergência que recebeu.
A iniciativa do UNFPA que treinou Maria e outras parteiras para actuarem em situações de crise, provou ser fundamental e a tragédia destacou a necessidade urgente de ajuda humanitária e apoio a mulheres vulneráveis em situações similares.
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Imagem: © 2023 Davide Bonaldo