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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Declaração África-Paris sobre Transição Energética

Durante o fórum, os participantes abordaram estratégias para atrair investimentos e desenvolver soluções energéticas sustentáveis.

Declaração África-Paris sobre Transição Energética


A Declaração África-Paris sobre Transição Energética, Justiça Climática e Pobreza Energética, alinha a posição de África sobre a transição energética global e a justiça climática, após o fórum Invest in African Energy, realizado em Paris.

Este evento reuniu diversos intervenientes, incluindo a sociedade civil africana, grupos de direitos humanos, ambientalistas, governos e o sector privado, todos unidos pelo compromisso de enfrentar os desafios energéticos do continente. A Declaração destaca a urgência de uma abordagem integrada que promova a industrialização sustentável e a justiça climática em toda o continente.

 

O Fórum


Imagem © 2024 African Energy Chamber (20240522) Declaração África-Paris sobre Transição EnergéticaDurante o fórum, realizado a 15 de Maio de 2024, em Paris, os participantes abordaram estratégias para atrair investimentos e desenvolver soluções energéticas sustentáveis que possam impulsionar o crescimento económico e melhorar a qualidade de vida das comunidades africanas.

A escolha de Paris como local para o evento é simbólica, pois foi nesta cidade que o Acordo Climático de Paris foi assinado em 2016, estabelecendo metas globais para a redução das emissões de gases de efeito estufa. A Declaração África-Paris reflete a continuidade desse compromisso, destacando a importância de parcerias internacionais para o desenvolvimento energético de África.

A pobreza energética continua a ser um obstáculo significativo ao progresso socioeconómico em muitas nações africanas. Com mais de 600 milhões de pessoas sem acesso a energia segura e 900 milhões sem acesso a combustíveis limpos para cozinhar, a necessidade de soluções eficazes é mais urgente do que nunca.

A Declaração apela a um ambiente favorável ao investimento e à inovação, reconhecendo que a superação desses desafios é essencial para a emancipação económica e social do continente. Promover uma transição energética justa e equilibrada que leve em consideração tanto as necessidades de desenvolvimento quanto a proteção ambiental, é crucial para o futuro sustentável de África.

 

O Compromisso Africano


A sociedade civil africana, os grupos de direitos humanos, os grupos ambientalistas, os governos e o sector privado estão unidos no seu compromisso de combater a pobreza energética e promover a industrialização em África. Além disso, defendem uma transição energética íntegra e a justiça climática. Este compromisso foi reforçado no fórum Invest in African Energy, realizado em Paris, no dia 15 de Maio.

Durante o fórum, os principais intervenientes de África e de outros países reuniram-se para abordar os desafios energéticos urgentes do continente. As discussões centraram-se em estratégias para atrair investimentos, promover o desenvolvimento energético sustentável e impulsionar o crescimento económico, com ênfase na responsabilidade ambiental.

A sociedade civil africana, os grupos de direitos humanos, os grupos ambientalistas, os governos e o sector privado reconhecem a importância crucial de abordar a pobreza energética que continua a impedir o progresso socioeconómico em muitas nações africanas.

Ao promover um ambiente favorável ao investimento e à inovação, os africanos pretendem libertar o vasto potencial energético do continente e capacitar as comunidades com acesso a fontes de energia seguras e acessíveis.

 

Ações e Projetos Para África


Imagem © 2024 African Energy Chamber (20240522) Declaração África-Paris sobre Transição EnergéticaA Declaração de Paris apela a discussões e colaborações frutíferas, destacando o compromisso partilhado das nações africanas, dos investidores globais e dos líderes industriais para impulsionar o desenvolvimento energético sustentável em todo o continente.

No futuro, África continua empenhada em promover a agenda energética, defendendo políticas que equilibrem o crescimento económico com a proteção ambiental, dando força às nações africanas para realizarem o seu potencial energético e alcançarem os objetivos climáticos.

É importante reconhecer o direito soberano de África a desenvolver os seus recursos energéticos – que incluem mais de 125 mil milhões de barris de petróleo e 620 biliões de pés cúbicos de gás natural – de forma equilibrada e sustentável. O aumento do investimento energético, a implementação de financiamento contínuo e o avanço de projectos energéticos são as principais prioridades de África

Projectos como o desenvolvimento do GNL em Moçambique, liderado pela TotalEnergies, e o Oleoduto de Petróleo Bruto da África Oriental procuram maximizar os recursos de África em benefício das comunidades locais.

Na África Ocidental, desenvolvimentos como o Terminal de GNL Cap Lopez da Perenco, a instalação de GPL associada, o Gasoduto Nigéria-Marrocos e o projecto Congo LNG liderado pela Eni irão catalisar o crescimento económico a longo prazo e a resiliência energética. O gás natural, GNL e GPL desempenharão um papel crítico na estratégia de redução da pobreza energética do continente.

A região da África Austral está a começar a concretizar todo o potencial dos seus recursos de petróleo e gás, com as recentes descobertas na Bacia de Cabora Bassa, no Zimbabwe, pela Invictus Energy, e na prolífica Bacia Orange, na Namíbia, pela Shell, TotalEnergies e Galp.

A Namíbia também abriga o maior projecto de hidrogénio verde da África Subsaariana, encabeçada pela Hyphen Hydrogen Energy, enquanto a Mauritânia está na frente do desenvolvimento de hidrogénio verde, com o Projecto Nour da Chariot e o Projecto AMAN da CWP Global, juntamente com o desenvolvimento de gás expandido do Projecto Greater Tortue Ahmeyim GNL, operado pela BP.

 

Um Novo Caminho Para África


Imagem © 2024 African Energy Chamber (20240522) Declaração África-Paris sobre Transição EnergéticaApesar das necessidades energéticas não serem atendidas em África, os empréstimos globais para energia têm aumentado. Enquanto os principais bancos europeus e outros bancos ocidentais abandonam a indústria de combustíveis fósseis no continente africano, continuam a financiar esses combustíveis nos países ocidentais.

Esta disparidade de tratamento é injusta, pois dificulta o acesso a financiamento adequado para energia e questões climáticas nos países africanos, onde as comunidades locais sofrem desproporcionalmente com os riscos climáticos e as restrições ao desenvolvimento de combustíveis fósseis.

Apesar dos apelos europeus ao uso de gás natural e ao financiamento verde, existe um bloqueio significativo ao financiamento energético para os países africanos. Esta situação continua a prejudicar o crescimento industrial de África e a estabelecer indústrias fundamentais movidas a gás, como energia, petroquímica, fertilizantes e minas, mantendo o continente em um estado de atraso de desenvolvimento.

A sociedade civil africana, os grupos de direitos humanos, os grupos ambientalistas, os governos e o sector privado defendem que os países africanos devem diversificar as fontes de capital disponíveis e criar instrumentos financeiros fora das instituições tradicionais. Isto implica aproveitar o capital privado e métodos de financiamento alternativos para apoiar novas iniciativas de exploração e energia.

Além disso, os países africanos devem implementar regras regulamentares e fiscais atractivas, criando um ambiente favorável ao investimento, eliminando todas as barreiras, como regulamentações incoerentes, burocracia excessiva e políticas nacionalistas.

Com termos e incentivos competitivos em vigor, juntamente com a integração de princípios ESG (ambientais, sociais e de governança) e requisitos de capacitação, os projectos energéticos africanos poderão competir pelo capital global e trabalhar para erradicar a pobreza energética em todo o continente.

 

Conclusão


Nós, africanos, lamentamos a contínua polarização do diálogo energético nos países ocidentais e apelamos ao fim da demonização do petróleo e do gás africanos. Defendemos soluções de mercado livre para África, em vez de um contínuo apelo por ajuda que leva os africanos a deixarem os seus recursos inexplorados.

Mais ajuda não é a resposta; o investimento é essencial. Do Cabo ao Cairo, de Nairobi a Dakar, estamos unidos no cumprimento das nossas obrigações comuns de combate às alterações climáticas, reconhecendo que as nações ricas precisam de descarbonizar e que África precisa de se industrializar.

 

Achas que África é capaz de fazer uma transição energética benéfica para o continente? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 


Imagem: © 2024 African Energy Chamber
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