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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Relatório ONU: Fim do Mundo é já em 2025

A continuar por este caminho, em 2025, atingiremos o ponto climático de não retorno, a partir do qual a vida na terra será insustentável para qualquer ser vivo, inclusive, nós, os humanos.

Relatório ONU: Fim do Mundo é já em 2025.

O relatório da ONU, é bem claro. As mudanças climáticas aceleraram os fenómenos naturais “anormais”, tais como o derreter dos gelos dos polos e das geleiras, antes consideradas “eternas”.

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A continuar por este caminho, em 2025, atingiremos o ponto climático de não retorno, a partir do qual a vida na terra será insustentável para qualquer ser vivo, inclusive, nós, os humanos.

“Estamos em uma encruzilhada. As decisões que tomarmos agora podem garantir um futuro habitável. Temos as ferramentas e o know-how necessários para limitar o aquecimento”.

Disse o chefe do IPCC, Hoesung Lee.

Os governos concordaram, no acordo de Paris de 2015, a limitar o aquecimento global a 1,5ºC, ainda neste século para evitar uma catástrofe climática.

No entanto, mas muitos especialistas dizem que isso exigirá cortes drásticos nas emissões de gases poluentes e para tal, são necessárias criar uma gama de políticas e leis fundamentais, para melhorar a eficiência energética, reduziu as taxas de desmatamento e acelerou a implantação de energia renovável

 

O relatório

Imagem © DR (20230819) O Fim do Mundo é já em 2025, diz relatório da ONUSegundo o relatório de 2.800 páginas, do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado há dias, as emissões de gazes de estufa, vão atingir o ponto de não retorno em 2025, tornando o futuro inabitável.

A humanidade tem menos de três anos para deter o aumento da poluição que aquece o planeta, para evitar a sua extinção. Se não forem efetuadas reduções imediatas e profundas nas emissões de gases de estufa em todos os setores, limitar o aquecimento global a 1,5°C (Valor do Acordo de Paris) está completamente fora de alcance.

Nos cenários avaliados pelo painel, limitar o aquecimento a cerca de 1,5°C exige que as emissões globais de gases de estufa atinjam o seu ponto mais alto, mais tardar, até 2025 e, a partir daí, terão que ser reduzidas, no mínimo, em 43% até 2030. Da mesma foram, o metano também precisaria ser reduzido em cerca de um terço.

Entre 2010-2019, as emissões globais médias anuais de gases de estufa atingiram os níveis mais altos da história da humanidade. A mudança climática induzida pelo homem está a causar perturbações perigosas e generalizadas na natureza e está a afetar a vida de bilhões de pessoas em todo o mundo, diz o relatório

As pessoas e os ecossistemas menos capazes de lidar com isso serão os mais atingidos. O aumento das ondas de calor, secas e inundações já está a exceder os limites de tolerância de plantas e animais, causando mortalidade em massa em espécies como árvores e corais.

 

Extremos Climáticos

Estes extremos climáticos estão a ocorrer simultaneamente, causando impactos em cascata cada vez mais difíceis de lidar. Expuseram milhões de pessoas à insegurança alimentar e hídrica aguda, especialmente na África, Ásia, América Central e do Sul, em pequenas ilhas e no Ártico.

Para evitar a perda crescente de vidas, biodiversidade e infraestrutura, são necessárias ações urgentes, ambiciosas e aceleradas para nos adaptarmos às mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que se tem que fazer cortes rápidos e profundos nas emissões de gases de estufa.

As concentrações recordes de gases de estufa na atmosfera e o calor acumulado associado, impulsionaram o planeta para um território desconhecido, com repercussões de longo alcance para as gerações atuais e futuras.

Este relatório concluiu ainda que os últimos sete anos estão a caminho de serem os sete anos mais quentes já alguma vez registados na história da humanidade. O aumento global do nível do mar acelerou desde 2013 para um novo recorde em 2021, com o aquecimento contínuo dos oceanos e a sua acidificação.

O relatório combina informações de várias agências das Nações Unidas, serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais e especialistas científicos.

 Destaca também os impactos na segurança alimentar e no deslocamento populacional, prejudicando ecossistemas cruciais e o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

 

Como manter o mundo habitável?

Imagem © DR (20230819) O Fim do Mundo é já em 2025, diz relatório da ONUA queima de combustíveis fósseis e o desmatamento aqueceram a superfície da Terra 1,1°C acima dos níveis existentes no final do século IXX, para tentar impedir esse Aquecimento Global, as nações de todo o mundo, comprometeram-se, sob o Acordo de Paris de 2015 a limitar o aquecimento global em 2°C, ou 1,5°C, no mínimo, até 2050.

 

Reduzir as emissões até 2025

Reduzir drasticamente e rapidamente as emissões de gases de efeito estufa além das promessas feitas no Acorde de Paris, parece ser a única solução. Segundo o relatório, se as atuais políticas de redução de carbono se mantiverem o planeta vai aquecer 3,2°C até 2050, causando um aquecimento global incontornável.

Mesmo que o aquecimento global seja de apenas 2C o clima tornar-se-á “extremamente desafiador”, por isso, as emissões anuais precisariam diminuir em 1,5 bilhão de toneladas de CO2 ou gases equivalentes, todos os anos, até 2050 para haver uma hipótese de reversão.

 

Subsistir a energia dos combustíveis fósseis

Segundo o relatório, se a atual infraestrutura de energia de petróleo, gás e carvão continuar a emitir as mesmas emissões poluidoras, será impossível limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Limitar o aumento da temperatura global a pelo menos 2°C significaria que 30% do petróleo, 50% do gás e 80% das reservas de carvão não podem ser queimados a menos que a tecnologia usada seja capaz de capturar e armazenar o CO2 libertado.

A eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis poderia reduzir as emissões em até 10% até 2030, ao mesmo tempo que libertaria dinheiro para a construção de transportes públicos menos poluentes.

 

Energia limpa

Até 2050, o mundo deve fazer a transição para uma economia global “zero” na qual quase toda a energia – não apenas a eletricidade – venha de fontes não poluentes para manter as metas de temperatura acordadas em Paris.

A capacidade eólica global cresceu 70%, enquanto a energia solar fotovoltaica (PV) aumentou 170% de 2015 a 2019. Mas a energia solar e a eólica juntas, representaram apenas 8% da geração total de eletricidade em 2019, o que é claramente escasso.

Juntas, as tecnologias de geração de eletricidade com baixo ou zero carbono – incluindo energia nuclear e hidroelétrica – produziram apenas 37% da eletricidade global. O restante veio de combustíveis fósseis, especialmente carvão.

 

Reduzir a procura de energia

Ainda, segundo o relatório, as chamadas estratégias do lado da procura – dietas baseadas em vegetais, veículos elétricos, mobilidade sem carro próprio, teletrabalho, edifícios com aproveitamento energético, eficiência energética aprimorada, menos voos de longa distância – podem reduzir as emissões de CO2 em 40-70% até 2050.

 

Reduzir a produção de metano

O relatório também avisa que o potente gás metano – 21 vezes mais poluente que o CO2 em um período de 100 anos – é responsável por quase 20% do aquecimento global.

Um terço desses gazes, em 2019, foi produzido por de combustíveis fósseis, mas também é gerado pelo gado (vacas e ovelhas) e aterros sanitários, além de também existem fontes naturais de produção de metano.

Para limitar o aquecimento a 1,5°C ou até 2°C as emissões de metano – que têm vindo a aumentar constantemente – precisarão cair pelo menos em 50% até 2050 em comparação com os níveis de 2019.

 

Remover o CO2 do ar

Mesmo em cenários de emissões otimistas, vários bilhões de toneladas de CO2 precisarão de ser extraídos da atmosfera em cada ano até 2050, com um total acumulado de centenas de bilhões de toneladas até 2100.

Estratégias que vão desde o plantio de árvores até máquinas que extraem quimicamente o CO2 do ar, vão compensar setores da economia que provavelmente não serão capazes de descarbonizar até 2050, como a aviação, o transporte de veículos pesados e o necessário, cimento.

 

Conclusão

Agir sai caro, mas…

Limitar o aquecimento global a 1,5°C sem ultrapassar a marca por uma ampla margem, exigirá investir cerca de 2,3 biliões de dólares por ano no setor elétrico de 2020 a 2050.

Em 2021, cerca de 750 bilhões de dólares, foram gastos em tecnologias de energia limpa e eficiência em todo o mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). No entanto, no geral, o investimento na redução de CO2 é curto ou praticamente nulo.

Por outro lado, as nações mais ricas, que têm potencial para mais, estão a gastar apenas duas a cinco vezes menos do que o necessário para se baixar os índices de poluição enquanto nos países pobres, nos em desenvolvimento e nos emergentes, o investimento se situa entre os 1,6 biliões a 3,2 biliões de dólares por ano o que claramente é pouco.

 

…não fazer nada sai ainda mais caro.

O caminho para a despoluição pode ser caro, mas os benefícios dos meios necessários que provavelmente limitarão o aquecimento a 2°C, superam em muito os custos dessa despoluição, ao longo do século 21.

Os benefícios económicos da redução da poluição do ar – que causa cerca de sete milhões de mortes prematuras a cada ano – seriam da “mesma ordem de grandeza” ou potencialmente ainda maiores que os custos da redução de emissões poluentes.

Fornecer acesso universal a serviços de energia limpa – diminuindo as emissões globais de gases de estufa – além de criar alternativas novas de trabalho, também trará enormes melhorias na qualidade de vida e esse bem, não tem preço.

 

O que achas desta situação climática? Achas que este relatório é realista? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

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Imagem: © DR
Francisco Lopes-Santos

Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

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