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Sexta-feira, Outubro 18, 2024

Junho É Pela 12ª Vez O Mês Mais Quente Do Ano

“As alterações climáticas são, a um nível muito fundamental, irreversíveis” – Andrew Dessler, cientista climático da Texas A&M University.

Junho É Pela 12ª Vez O Mês Mais Quente Do Ano


O mês passado, foi o 12º Junho mais quente a nível mundial alguma vez registado e, o 13º mês consecutivo, em que a temperatura média atingiu esse recorde, segundo informação divulgada pelos Centros de Informação Ambiental dos EUA e pelo Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas da União Europeia (UE).

Cientistas afirmam que a combinação das mudanças climáticas causadas pelo homem e o fenómeno climático natural El Niño elevou as temperaturas a níveis recordes. Zeke Hausfather, cientista de pesquisa da Berkeley Earth, estima uma probabilidade de 95% de que 2024 supere 2023 em termos de temperatura.

Estes dados indicam que 2024 poderá ser de facto o ano mais quente alguma vez registado, desde que se iniciou este tipo de verificação, vindo, obviamente, a superar 2023 como o ano mais quente registado.

Além disso, de acordo com o Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Copernicus (C3S) da EU, desde Junho de 2023 que todos os meses têm sido os mais quentes da história, comparados com os meses correspondentes aos respectivos anos anteriores.

 

Impacto Global


Imagem: © 2024 C3S / ECMWF (20240714) Junho É Pela 12ª Vez O Mês Mais Quente Do Ano

As consequências das mudanças climáticas foram visíveis, a olho nu, por todo o mundo em 2024. Mais de 1.000 pessoas morreram devido ao calor extremo durante a peregrinação do haj no mês passado. Mortes por calor também foram registadas em Nova Deli e entre turistas na Grécia.

Friederike Otto, cientista climática do Grantham Institute do Imperial College de Londres, afirmou que há uma “alta chance” de que, não só o mês de Junho seja o mês mais quente, como 2024 seja o ano mais quente já registado.

O fenómeno El Niño, que aquece as águas superficiais do Pacífico oriental, tende a elevar as temperaturas globais. No entanto, este efeito diminuiu nos últimos meses, com o mundo agora em condições neutras antes que condições mais frias de La Niña sejam esperadas para mais tarde este ano.

A emissão de gases de efeito estufa pela queima de combustíveis fósseis é a principal causa das mudanças climáticas. Apesar das promessas de reduzir o aquecimento global, os países ainda não conseguiram colectivamente diminuir essas emissões, pelo contrário, têm-nas aumentado, empurrando as temperaturas para níveis cada vez mais quentes, continuamente.

 

Recorde Global do Mês de Junho


Imagem: © 2024 C3S / ECMWF (20240714) Junho É Pela 12ª Vez O Mês Mais Quente Do Ano

Segundo o Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Copernicus (C3S) da EU, a Terra bateu um novo recorde de calor em Junho pelo décimo segundo ano consecutivo, com o mês de Junho a ser o mês mais quente de todos os meses de Junho já registados globalmente.

Com uma temperatura média do ar à superfície de 16,66°C, 0,67°C acima da média dos últimos 30 anos, para este mês e 0,14°C acima do recorde anterior estabelecido em Junho de 2023 e, durante os últimos 13 meses, os registos de calor têm sido superados por margens substanciais.

“Junho marca o 13.º mês consecutivo de temperaturas globais recorde e o 12.º mês consecutivo a exceder 1,5º acima dos tempos pré-industriais”.

“Isto vai além de uma raridade estatística e evidencia uma mudança relevante e contínua no nosso clima”.

Afirmou o diretor do C3S, Carlo Buontempo.

Este mês de Junho foi 1,57°C mais quente do que a média dos meses de Junho no período pré-industrial (1850-1900). A temperatura média global dos últimos 13 meses também foi a mais elevada desde que há registo, situando-se 0,76°C acima da média de 1991-2020 e 1,64°C acima da média pré-industrial.

 

Consequências Climáticas


Imagem: © 2024 C3S / ECMWF (20240714) Junho É Pela 12ª Vez O Mês Mais Quente Do Ano

O problema não é os recordes estarem a ser batidos mensalmente, o problema é estarem a ser batidos por margens muito substanciais nos últimos 13 meses o que faz com que isso seja péssimo para o clima.

A maior parte deste calor provém do aquecimento a longo prazo dos gases com efeito de estufa emitidos pela queima de carvão, petróleo e gás natural, mas uma quantidade esmagadora da energia térmica retida pelas alterações climáticas causadas pelo homem vai diretamente para o oceano e os oceanos demoram mais tempo a aquecer e a arrefecer.

O ciclo natural dos El Ninos e das La Ninas que aquecem e arrefecem a região central do Pacífico, alteram o clima em todo o mundo e desempenham um papel importante na crise climática. Os El Niños tendem a aumentar os recordes de temperatura global e o que se formou no ano passado terminou só terminou em Junho deste ano.

“As alterações climáticas são, a um nível muito fundamental, irreversíveis”.

“Para os ricos, isto é ‘um inconveniente’ caro; para os pobres, é um sofrimento constante”.

“No futuro, a quantidade de riqueza necessária para ser apenas ‘um inconveniente’ aumentará, até que a maioria das pessoas esteja a sofrer gravemente”.

Afirmou Andrew Dessler, cientista climático da Texas A&M University.

O impacto das altas temperaturas é claro e evidente, mesmo sem se atingir o limiar dos 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris. Eventos climáticos extremos, como inundações, tempestades, secas e ondas de calor, têm-se intensificado por todo o mundo.

Em Junho, o calor atingiu duramente o Sudeste da Europa, a Turquia, o Leste do Canadá, o Oeste dos Estados Unidos da América e do México, o Brasil, o Norte da Sibéria, o Médio Oriente, o Norte de África e o Oeste da Antártida e, no Paquistão, as temperaturas superaram os 47°C.

 

Conclusão


Segundo Zeke Hausfather, a trajectória climáticva actual indica que 2024, com uma probabilidade de 95%, tem grandes hipóteses de ser o ano mais quente já alguma vez registado. As mudanças climáticas, impulsionadas pela queima de combustíveis fósseis, continuam a elevar as temperaturas globais, resultando em consequências devastadoras por todo o mundo.

Os eventos climáticos extremos estão a tornar-se cada vez mais frequentes e severos, destacando a necessidade urgente de serem efectuadas acções globais para mitigar as emissões de gases de efeito estufa e combater o aquecimento global.

Enquanto alguns – cada vez menos – cientistas, permanecem “optimistas” de que as condições possam estabilizar temporariamente, a tendência de aquecimento contínuo e os impactos associados continuam a representar um desafio significativo para a humanidade.

Uma coisa é certa e é algo que a maioria das pessoas não quer aceitar, já passamos o ponto de não retorno, o que significa que nunca mais voltaremos ao que era antigamente, mas se não quisermos caminhar para a extinção, temos de fazer tudo para que esta crise climática não evolua para lá deste ponto. Boa sorte a todos nós com este, cada vez menos provável desejo.

 

O que achas deste recorde climático do mês de Junho? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

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Imagem: © 2022 Vaclav Sebek / Shutterstock
Francisco Lopes-Santos

Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

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Francisco Lopes-Santos
Francisco Lopes-Santoshttp://xesko.webs.com
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