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Quinta-feira, Junho 12, 2025

Animais Fantásticos de África (Parte II)

África continua a ser um continente desconhecido onde o silêncio esconde segredos ancestrais e os sonhos se tornam em aventuras. É um continente enigmático que convida à imaginação, desafiando a lógica com cada suspiro do vento. Mergulha agora neste universo, onde o passado e o presente se entrelaçam num enigma sem fim e fica a conhecer os mistérios dos “Animais Fantásticos de África” (Parte II).

Animais Fantásticos de África (Parte II)


África, continente onde o mito e a realidade se entrelaçam nas sombras das florestas e nas profundezas dos rios esconde criaturas que desafiam a ciência. Enquanto noutros continentes os “animais fantásticos” são explorados como atracção, aqui eles permanecem segredos guardados a sete chaves pelas comunidades locais.

Esta série em 4 partes, sobre os Animais Fantásticos de África, mergulha nos criptídeos 1Os Criptídeos são animais que se acredita que possam existir em algum lugar da natureza, mas cuja existência é duvidosa ou controversa, não sendo fundamentada pela ciência. africanos – seres cuja existência é testemunhada, mas até agora não comprovada pela ciência tradicional.

Da bacia do Congo às savanas do Quénia, vamos desvendar lendas ancestrais e investigações modernas que questionam os limites do conhecido. Nesta Parte II, vamos ficar a conhecer os “monstros” das selvas e dos pântanos.

Prepara-te para uma viagem pela surpresa e pelo inexplicável que só poderia acontecer nesta “Africa Desconhecida”.


Parte 2: Guardiões das Águas e dos Céus


Dingonek


Imagem © 2021 Xesko (20250610) Animais Fantásticos de África (Parte II)
Dingonek

O Dingonek é uma criatura originaria da África Ocidental, é bastante conhecido pelos Kipsigi (Quénia) e pelos Maasai (Quénia e Tanzânia) 2Jordan, John Alfred e Prebble, John. Mongaso. A Man Who Is Always Moving. The Story of An African Hunter. s.l.: Nicholas Kaye, 1956.. Foi avistado pela primeira vez por um ocidental em 1907, perto do Lago Vitória, pelo caçador John Alfred Jordan e por outras pessoas que faziam parte do seu grupo de caça, conforme relatado pelo seu colega edgar Beecher Bronson, nas suas memórias publicadas em 1910, “In Closed Territory”.

Nessas memórias, Bronson chamou-o de “morsa da selva” e descreveu o Dingonek, como tendo “quatorze ou quinze pés de comprimento (4 a 4,5 m), cabeça grande como a de uma leoa, mas com o formato de um leopardo, com duas longas presas brancas que saíam directamente da sua mandíbula superior, dorso largo como um hipopótamo e escamado como o de um tatu, mas colorido e com marcas como as de um leopardo, terminando em uma cauda larga com formato de barbatana” 3Bronson edgar Beecher. In Closed Territory. Chicago: A. C. McClurg & Co, 1910..

A este relato seguiu-se um artigo publicado em 1913 na “East Africa Natural History Society” por Charles William Hobley, no qual ele afirma ter encontrado vários relatos da mesma criatura 4On Some Unidentified Beasts. Hobley, C. W. s.l.: Longmans, Green, & Co., Julho de 1913, The Journal of East Africa Uganda Natural History Society..

Em 1918, um artigo publicado pela MacLean’s declarou que a criatura era uma espécie animal recém-descoberta 5Costain, T. B. Something About the Dingonek: A New Monster Discovered in Darkest Africa, in Maclean’s Magazine. Toronto: The Maclean Publishing Company, 1918. pp. 67, 70. Vol. 31 no. 3..

Emela-ntouka


magem © 2021 Xesko (20250610) Animais Fantásticos de África (Parte II)
Emela-ntouka

A Emela-ntouka é uma criatura originaria da África Central mais precisamente da região pantanosa de Likouala, na República do Congo e faz parte do folclore das tribos de pigmeus. O seu nome em lingala significa matador de elefantes.

Também existe no folclore de outras tribos da África Central onde ganha outros nomes como: Aseka-moke, Njago-gunda, Ngamba-namae, Chipekwe or Irizima. É temida pelos nativos da região e os anciões alegavam que um encontro com a criatura resulta em morte certa, devido à sua ferocidade.

É descrito como sendo do tamanho de um elefante ou maior, sem pelos, de coloração castanha a cinza. Pernas pesadas, as suas patas têm apenas três dedos, ou garras. Tem um chifre em cima da cabeça, mais parecida com uma presa de marfim de um elefante do que com um chifre de rinoceronte.

Embora coma plantas, sabe-se que se torna violento. Os nativos afirmam que quando é incomodado, investe ferozmente com o seu chifre, chegando a matar elefantes, búfalos, hipopótamos e outros animais.

No Ocidente, foi descrito pela primeira vez em 1954 em um artigo da revista britânica Mammalia. O artigo foi escrito por Lucien Blancou ex-inspetor da região do pântano de Likouala na África Equatorial Francesa, onde afirma que um espécime havia sido morto no pântano de Likoula por volta de 1934 6Notes sur les Mammiferes de l’Equateur Africain Francais – Un Rhinoceros de Foret? Blancou, Lucien. 4, 1954, Mammalia, Vol. 18, pp. 358-363..

Em 1981, o Dr. Roy Mackal viajou para o Congo para tentar encontrar outro animal, ainda desconhecido do ocidente, o Mokele-mbembe. Mas deparou-se com vários relatos de outro animal misterioso chamado Emela-ntouka.

Após ouvir várias descrições e ver desenhos do animal especulou que se tratava de um dinossáurio ceratopsiano 7Os dinossáurios ceratopsianos ou ceratopsia (do latim cerat – chifres e op – faces) são dinossauros quadrúpedes herbívoros que possuem um ou mais chifres na face, característicos do período Cretáceo. Estes dinossáurios variavam muito de tamanho, medindo de 75 centímetros até 10 metros de comprimento., Mackal deixou em aberto a possibilidade de que o Emela-ntouka fosse um Centrosaurus que tivesse sobrevivido até aos nossos dias sendo provavelmente da família Ceratopsian, já que esta família de dinossáurios ostenta um único chifre grande no centro de sua cabeça 8Mackal, Roy P. A Living Dinosaur? In Search of Mokele-Mbembe. [ed.] E.J. Brill. New York: W.S. Heinman, Inc., 1987. p. 340..

Grootslang


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Grootslang

De acordo com uma lenda sul-africana, a grande e terrível Grootslang foi uma das primeiras criaturas que os deuses fizeram. Criaram-na enorme e poderosa, maior do que um elefante e mais inteligente do que qualquer homem só para provarem o poder que tinham.

Mas foi um erro. Os deuses eram novos na arte de criar vida e ainda não entendiam os perigos de fazer algo tão poderoso. Por isso, tentaram corrigir o seu erro exterminando todos as Grootslang, dividindo os seus poderes em duas espécies: o elefante e a cobra. Mas uma Grootslang conseguiu escapar e tornou-se a mãe de todas as espécies de criaturas sagradas que os homens passaram a adorar 9Reader’s Digest. Strange Stories, Amazing Facts. Montreal: Reader’s Digest, 1975..

O Grootslang ou Grote Slang (afrikaans para “cobra grande”) é uma criatura que tem sido avistada ao longo dos anos no rio Orange na África do Sul 10Green, Lawrence George. Secret Africa. s.l.: Howard Timmins, 1980. p. 287.. É frequentemente associado ao mito “koo-be-eng” dos povos Sãs que diz haver uma serpente monstruosa com chifres, a viver no rio, a espreitar pelos juncos ao redor da beira da água 11Stow, George William. The Native Races of South Africa: A History of the Intrusion of the Hottentots and Bantu into the Hunting Grounds of the Bushmen, the Aborigines of the Country. s.l.: S. Sonnenschein & Company, limited, 1905. p. 618. 12Heuvelmans, Bernard. Les Derniers Dragons d’Afrique. s.l.: Plon, 1978..

O primeiro avistamento efectuado por um ocidental, foi em 1936 por Sir Edward James Alexander (1803 – 1885) durante a sua exploração à região que hoje é a África do Sul, Botswana e Namíbia de 1836 a 1837. No livro em dois volumes, onde descreve a expedição faz uma menção ao Grootslang:

[…] ocasionalmente é vista uma imensa cobra cujo rastro na areia tem um pé de largura. Os nativos dizem que, quando enrolada, a circunferência dessa cobra é igual à roda de uma carroça e que quando visita a foz do rio Orange é sinal de uma boa estação das chuvas 13Alexander, James Edward. An expedition of discovery into the interior of Africa: through the hitherto undescribed countries of the Great Namaquas, Boschmans, and Hill Damaras. Londres: Henry Colburn, 1938..

Dos avistamentos ocorridos, os mais notórios datam do ano de 1963 em que surgiram uma “vaga” de aparições relatadas em vários jornais locais. O monstro foi descrito como um animal semelhante a uma cobra, com uma cabeça chata de 20 cm de largura, armada com presas.

Alguns jornais, ofereceram recompensas a quem apresenta-se provas concretas do “monstro” o que levou ao aparecimento de muitos “caçadores” inexperientes o que obrigou o governo provincial a emitir um decreto proibindo a caça ao animal 14Heuvelmans, Bernard. Les Derniers Dragons d’Afrique. s.l.: Plon, 1978..

Kongamato


magem © 2021 Xesko (20250610) Animais Fantásticos de África (Parte II)
Kongamato

O Kongamato que em Kaondé significa “destruidor de barcos” 15Eberhart, George M. Mysterious Creatures: A Guide to Cryptozoology. s.l.: ABC-CLIO, Inc., 2002., é um criptídeo pterossauro 16Os pterossauros constituem uma ordem extinta da classe Sauropsida que corresponde aos répteis voadores do período Mesozoico. Embora sejam seus contemporâneos estes animais não eram dinossauros. 17Palmer, Douglas e Barrett, Peter. Evolução, A História da Vida. s.l. : Larousse, 2009. cujos avistamentos tem ocorrido no distrito de Mwinilunga, no rio Mutanda e nos pântanos Jiundu do norte da Zâmbia, bem como em partes do Zimbabwe, partes de Angola e da Namíbia 18Clark, Loren Coleman & Jerome. Cryptozoology A to Z: The Encyclopedia of Loch Monsters, Sasquatch, Chupacabras, and Other Authentic Mysteries of Nature. s.l.: Simon & Schuster, 1999. 19Coudray, Philippe. Guide des Animaux Cachés. s.l.: Editions du Mont, 2009..

É descrito como sendo um perigoso animal voador com um longo bico cheio de dentes e asas lisas como as de um morcego. Todas as descrições feitas até à data, apontam para que seja um possível pterossauro vivo 20Eberhart, George M. Mysterious Creatures: A Guide to Cryptozoology. s.l.: ABC-CLIO, Inc., 2002. 21Shuker, Karl P. N. In Search of Prehistoric Survivors: Do Giant ‘Extinct’ Creatures Still Exist? s.l.: Blandford, 1995..

A primeira descrição efectuada por um ocidental foi por, Frank Melland, um antropólogo e explorador inglês que passou algum tempo entre o povo Kaondé na Zâmbia.  Ele reuniu vários relatórios de nativos, sobre a existência de répteis voadores ferozes.

Os nativos chamavam a essa criatura Kongamato. Segundo os vários relatórios, a criatura, viveria nos pântanos de Jiundu no distrito de Mwinilunga, no oeste da Zâmbia, perto da fronteira do Congo com Angola.

Foi descrito como uma criatura grande, de pele lisa preta ou avermelhada, com asas coriáceas e desprovido de penas, com envergadura entre 1,2 m e 2,1 m e um bico cheio de dentes. Fez, posteriormente, referência ao animal, no seu livro, In Witch-Bound Africa, publicado em 1932.

O Kongamato é muito temido e considerado altamente agressivo: acredita-se que tenha o poder de virar canoas elevando o nível da água ou de imobilizá-las nadando debaixo d’água e agarrando as suas quilhas. Às vezes era mesmo conhecido por atacar, matar e comer pessoas.

Testemunhas oculares a quem é mostrada uma ilustração do pterodáctilo concordaram unanimemente de que essa ilustração é do Kongamato. A evidência que aponta para o pterodáctilo é que os nativos podem descrevê-lo de forma precisa espontânea e que todos concordam sobre isso.

Há suporte negativo também no fato de que eles disseram que não conseguiram identificar nenhum outro monstro pré-histórico que eu lhes mostrei […] e apesar de os Kaondé, quando atravessam os pântanos de Jiundu levarem amuletos para os proteger do Kongamato, não o consideram um ser sobrenatural, como um mulombe [demónio].

Apenas uma coisa horrível, como um leão comedor de homens ou um elefante selvagem, mas infinitamente pior […] foi referido que o pântano Jiundu (noroeste da Zâmbia) é um dos famosos redutos do Kongamato.

E devo dizer que o lugar em si é exactamente o tipo de local em que tal réptil poderá existir, se for possível que ainda exista algum em qualquer lugar desconhecido da terra 22Melland, Frank Hulme. In Witch-Bound Africa: An Account of the Primitive Kaonde Tribe and Their Beliefs. s.l.: Seeley, Service & Company, limited, 1932, pp. 238, 240..

O guarda-florestal Charles Pitman refere-se ao Kongamato, corroborando o testemunho de Melland, no seu livro publicado em 1942, A Game-Warden Takes Stock onde refere:

Quando estive na Rodésia do Norte, ouvi falar de uma fera mítica que me intrigou consideravelmente. Dizia-se que assombrava outrora e talvez ainda assombre, uma densa região de floresta pantanosa nas redondezas da fronteira de Angola com o Congo. Encontra-la equivale a morrer.

Mas a característica mais surpreendente desta besta misteriosa é a sua identidade sugerida de uma criatura parecida com um morcego-pássaro na forma, mas em uma escala gigantesca estranhamente parecida ao do pterodáctilo 23Pterodáctilo (do grego πτεροδάκτυλος, pterodaktulos que significa “dedo alado”) é um género extinto de pterossauro, cujos membros são conhecidos como pterodáctilos. Como todos os pterossauros, possuía asas formadas por pele e uma membrana muscular que se estendia do quarto dedo até os membros posteriores, sustentada internamente por fibras de colágeno e externamente por cristas queratinosas. 24The Earliest Winged Fish-Catchers. Gudger e.W. 2, 1944, The Scientific Monthly, Vol. 59, pp. 120–129. pré-histórico. De onde o africano primitivo teria ido buscar tal ideia tão fantasiosa? 25Pitman, Charles Robert Senhouse. A game warden takes stock. s.l.: J. Nisbet, 1942.

Crê-se, no entanto, existiriam referencias ao Kongamato em tempos mais antigos 26Heuvelmans, Bernard e Lindbergh, Alika. Les derniers dragons d’Afrique. Paris: Plon, 1978.. A provável primeira referência a tal animal data de 1591, inscrita na Relatione del Reame del Congo do explorador italiano Filippo Pigafetta que se baseou nas notas e cartas de Duarte Lopez.

Nesse trabalho, Pigafetta descreveu um raro animal voador “Existem certas criaturas maiores que um carneiro, com asas e caudas como dragões e um focinho comprido, com várias fileiras de dentes e que comem carne crua. A sua pele tem a aparência de escamas e apoiam-se em dois pés.” 27Pigafetta, Filippo. Relatione del reame di Congo et delle circonvicine contrade / tratta dalli scritti & ragionamenti di Odoardo Lopez portoghese. 1591. que foi confundido por posteriores autores, como Luys del Marmol Carvajal, com histórias de cobras aladas 28Heuvelmans, Bernard. Les Derniers Dragons d’Afrique. s.l.: Plon, 1978..

É claro que não existem apenas estes relatos, de facto existem vários relatos entre viajantes, caçadores e exploradores que reforçam a existência do Kongamato, chegando mesmo a ser referidos ataques, como o ocorrido em 1920, na então Rodésia do Sul, a um trabalhador local que decidiu explorar um vasto pântano supostamente o lar de demónios.

Esse trabalhador terá sido atacado e ferido por “um pássaro enorme, com um bico longo e afiado, de um tipo que nunca tinha visto antes”, deixando-o com uma grande ferida no peito. Quando o administrador colonial lhe mostrou um livro de animais ele folheou o livro vagarosamente até encontrar uma ilustração de um pterossauro, nesse momento gritou de pânico e fugiu da casa do administrador 29Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016.79.1. Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016..

Em 1957 ocorreu um ataque semelhante nos pântanos ao redor do lago Bangweulu. Neste caso, o ferido foi levado a um hospital em Fort Rosebery onde lhe deram papel e lápis de cera para desenhar o animal que o atacou, acabando por desenhar “uma silhueta que correspondia precisamente à de um pterodáctilo”.

Mais ou menos por volta dessa altura, Ian Colvin, correspondente do Daily Telegraph para África, alega ter visto um animal no Vale do Zambeze que mais tarde referiu ser semelhante a um pterossauro 30Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016.79.1. Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016..

Curiosamente estes terão sido os últimos avistamentos registados do Kongamato e, quando o explorador Brian Irwin visitou a região do pântano de Jiundu em 1994, à procura de dinossáurios vivos.

Após entrevistar um grande número de habitantes locais sobre o Kongamato, descobriu que a única pessoa que se lembrava do animal (um homem muito velho) só tinha ouvido falar dele em criança e nunca tinha visto nem se lembrava de ninguém que tivesse visto um.

Esta falta de conhecimento moderno entre os habitantes locais levou Brian a concluir que se o Kongamato, de facto tivesse existido, de momento encontrar-se-ia extinto 31Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016.79.1. Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016..

Especulando um pouco sobre o assunto, é lícito pensar que a construção entre 1955 e 1959, da enorme barragem do Kariba 32A barragem do Kariba, é uma barragem em arco de dupla curvatura na Garganta do Kariba, situada na bacia do rio Zambeze entre a Zâmbia e o Zimbabwe, com 128 metros de altura e 579 metros de comprimento e que deu origem ao Lago Kariba que se estende por 280 km. que causou a drenagem de muitos pântanos da região, tenha eliminado o habitat natural do Kongamato, levando em última estância à sua extinção

Mamlambo


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Mamlambo

O Mamlambo é um animal aquático que faz parte do folclore sul-africano e Zulu, é a deusa dos rios no Natal onde é conhecida por Rio Mãe e que exige um sacrifício humano, próximo da família de quem lhe pedir um favor, arrastando o familiar para as profundezas do rio onde lhe suga o cérebro.

No entanto, os nativos das aldeias ao redor do rio Mzintlava na África do Sul, afirmam que o Malambo é real e que aterroriza a região, sendo conhecido por “sugador de cérebros”, já que esta monstruosidade é conhecida por arrastar as suas vítimas para as profundezas sombrias do rio, onde rasga o rosto das suas vítimas a fim de consumir o seu cérebro.

Existem relatos sobre as vítimas do Malambo desde tempos imemoriais e as testemunhas oculares afirmam que o “monstro” tem cerca de 6 metros de comprimento, cauda longa e 4 barbatanas que parecem braços, com dois olhos verdes brilhantes que, segundo as lendas, tem o poder de hipnotizar os infelizes que fazem contacto visual com ele.

Várias testemunhas e moradores locais afirmam que a presença do Mamlambo costuma ser pontuada por tempestades, sugerindo que a criatura pode ser atraída pelo mau tempo.

Em 1997, o mundo ficou em polvorosa quando vários jornais sul-africanos começaram a relatar avistamentos de um monstruoso “réptil gigante” no rio Mzintlava (também conhecido como rio Umzimhlava) perto do Monte Ayliff na África do Sul.

Os vários jornais mencionaram que 7 a 9 pessoas e até mesmo vários animais foram mortos por este monstro que arrastava as suas vítimas para dentro de água, afogando-as.

O jornalista freelance de Kokstad, Andile Nomabhunga, também afirmou ter recebido vários relatórios sobre o Mamlambo e, segundo ele, foram mortas nove pessoas sendo o último ataque reportado em abril de 1997 tendo ocorrido perto de Lubaleko, uma aldeia situada no rio Mzintlava nas proximidades do Monte Ayliff, localizado a cerca de 177 km a sudeste da metrópole costeira de Durban.

A 29 de Abril de 1997, a agência de notícias Reuter informou que tinha havido uma reunião legislativa do Cabo Oriental realizada em Bisho, África do Sul, onde o ministro da Agricultura, um certo Ezra Sigwela 33Ezra Mvuyisi Sigwela, pastor protestante, foi ministro do governo regional de Eastern Cape, responsável pela pasta da agricultura, de 1994 a 1999., disse a um corpo de governantes surpresos que um monstro “meio peixe, meio- cavalo” tinha devorado ​​pelo menos sete vítimas na região do rio Mzintlava.

Sigwela prometeu que solicitaria a ajuda do ministério nacional da agricultura, na esperança de que eles organizassem uma missão de agentes armados da conservação da natureza para caçar e matar a fera encerrando assim seu reinado de terror.

Tal como na maioria dos casos anteriores, a polícia local, apesar de todos os corpos terem sido encontrados com o crânio perfurado, afirmou que as supostas vítimas do monstro foram, na verdade, apenas vítimas de afogamento, resultantes do aumento do rio Mzintlava durante as fortes chuvas ocorrida durante a estação da chuva.

O capitão G. Mzuko da Polícia de Mount Ayliff, um firme céptico em relação ao Mamlambo, afirmou que teriam sido caranguejos os responsáveis pelos ferimentos “desfigurantes” descobertos nos cadáveres da maioria das vítimas:

“Eu vi alguns dos corpos das chamadas vítimas do monstro. Todos já estavam na água há algum tempo e, como costuma acontecer, os caranguejos do rio haviam comido as partes moles do rosto e da garganta”.

“Em um caso, os caranguejos ainda estavam agarrados ao corpo quando ele foi trazido. Até onde sabemos, houve, pura e simplesmente, apenas casos de afogamento.”

Apesar da recusa da polícia em aceitar os relatos dos nativos, os aldeões que moravam perto do rio alegaram que eles não eram meros aldeões tribais supersticiosos que se estariam a agarrar desesperadamente a lendas para explicar ocorrências naturais, mas sim pessoas educadas que sabiam a diferença entre mito e realidade e estavam a ser aterrorizadas por esse predador selvagem 34Eberhart, George M. Mysterious Creatures: A Guide to Cryptozoology. s.l.: ABC-CLIO, Inc., 2002. 35Steiger, Brad. Real Monsters, Gruesome Critters, and Beasts from the Darkside. s.l.: Visible Ink Press, 2010..

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Celecanto Mawsonia Gigas

Analisando as várias descrições do Mamlambo pode ser que na realidade se trate do peixe pré-histórico, supostamente extinto, Mawsonia Gigas, uma variedade do Celecanto que podia atingir os 6 metros de comprimento e era comum na costa africana durante o período Cretáceo.

É preciso não esquecer que existem duas espécies de Celecantos vivos conhecidos, a Latimeria chalumnae e o Latimeria menadoensis, sendo que se considerava extinto até 1938 altura em que foi descoberto um espécime vivo no litoral da África do Sul do Latimeria chalumnae, vindo posteriormente em 2001, comprovar-se serem endémicos no iSimangaliso Wetland Park, no Kwazulu-Natal na África do Sul.

Kikiyaon


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Kikiyaon

Também conhecido como o canibal de almas ou comedor de almas, o Kikiyaon é simultaneamente um dos mais terríveis e menos vistos de todos os animais das florestas da Gâmbia.

É descrito como tendo o tamanho de um homem e com uma cabeça enorme, semelhante a uma coruja, com garras enormes nas patas e um esporão nas asas cobertas de penas. Possui um cheiro nauseabundo e o seu grito assemelha-se a um grunhido de um homem a ser estrangulado.

Segundo os mitos locais, quando um homem é apanhado pelas suas garras, transforma-se numa espécie de zombie que fica a vaguear pela floresta até morrer. Como esta criatura também aparece em sonhos e alucinações e pode ser invocado por feiticeiros, é difícil saber se há algum fundo de verdade nas histórias.

Até porque os mitos locais dizem que aqueles que o vêm e ficam vivos para contar a história, acabam por morrer de morte prolongada ou de uma doença estranha. Seja qual seja a realidade ela parece ser bastante real para a população local.

Os registos do Kikiyaon, são esparsos ou quase nulos. Um desses poucos registos é-nos dado por J. B. Danquah 36Joseph Kwame Kyeretwie Boakye Danquah (18 de Dezembro de 1895 – 4 de Fevereiro de 1965) foi um estadista ganense, académico, advogado, historiador e um dos fundadores do Gana. que se deparou uma vez com a história de um caçador chamado Agya Wuo que em 1928, teria morto um, descrevendo-o como uma criatura como tendo cerca de 5 pés de altura (1,5 m) e 20 pés (6 m) de envergadura e com manchas pretas e brancas.

Supostamente, o corpo foi levado para a casa do Comissário Distrital, L.W. Wood em Fevereiro de 1928, onde teria sido fotografada. No entanto, quando contactado, Wood não tinha certeza de ter tirado tal fotografia 37Eberhart, George M. Mysterious Creatures: A Guide to Cryptozoology. s.l.: ABC-CLIO, Inc., 2002..

Em 2008 no episódio 13 da segunda série de Destination Truth 38Destination Truth é um reality show paranormal americano. O programa segue o pesquisador paranormal Josh Gates ao redor do mundo para investigar alegações do sobrenatural, principalmente no campo da criptozoologia. 39Criptozoologia é o ramo da ciência que procura demonstrar a sobrevivência de espécies animais extintas (ex: Dinossáurios, Pterossáurios, grandes mamíferos do Plistocénico) ou a existência real de outras que são conhecidas apenas através de mitos ou “evidências” de veracidade duvidosa (ex: Monstro do Loch Ness, Yeti, Bigfoot)., onde tentaram encontrar evidencias do suposto “Dragão” Ninki Nanka e da misteriosa Kikiyaon, chegaram à conclusão de que de facto existe nos confins da floresta da Gambia uma coruja de grande porte.

No entanto, não conseguiram identificar a espécie, pelo que concluíram que o Kikiyaon será uma coruja ainda não identificada pela ciência e que como em muitos outros casos encontrados no resto do mundo esta, terá sido exacerbada, devido ao tradicional e irracional medo dos humanos pelos seres nocturnos 40Gates, Josh, [artista]. Destination Truth S02E13 Ninki Nanka & Kikiyaon. [prod.] MandtBros. Syfy channel, 2008..


A Parte III


Estes seres dominam os elementos, mas não são os únicos. Na Parte III encontraremos o “Lock Ness africano”, um felino que aterroriza aldeias e outras criaturas que persistem no imaginário e nas florestas impenetráveis.


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Notas e Bibliografia

    1. Os Criptídeos são animais que se acredita que possam existir em algum lugar da natureza, mas cuja existência é duvidosa ou controversa, não sendo fundamentada pela ciência.
    2. Jordan, John Alfred e Prebble, John. Mongaso. A Man Who Is Always Moving. The Story of An African Hunter. s.l.: Nicholas Kaye, 1956.
    3. Bronson edgar Beecher. In Closed Territory. Chicago: A. C. McClurg & Co, 1910.
    4. On Some Unidentified Beasts. Hobley, C. W. s.l.: Longmans, Green, & Co., Julho de 1913, The Journal of East Africa Uganda Natural History Society.
    5. Costain, T. B. Something About the Dingonek: A New Monster Discovered in Darkest Africa, in Maclean’s Magazine. Toronto: The Maclean Publishing Company, 1918. pp. 67, 70. Vol. 31 no. 3.
    6. Notes sur les Mammiferes de l’Equateur Africain Francais – Un Rhinoceros de Foret? Blancou, Lucien. 4, 1954, Mammalia, Vol. 18, pp. 358-363.
    7. Os dinossáurios ceratopsianos ou ceratopsia (do latim cerat – chifres e op – faces) são dinossauros quadrúpedes herbívoros que possuem um ou mais chifres na face, característicos do período Cretáceo. Estes dinossáurios variavam muito de tamanho, medindo de 75 centímetros até 10 metros de comprimento.
    8. Mackal, Roy P. A Living Dinosaur? In Search of Mokele-Mbembe. [ed.] E.J. Brill. New York: W.S. Heinman, Inc., 1987. p. 340.
    9. Reader’s Digest. Strange Stories, Amazing Facts. Montreal: Reader’s Digest, 1975.
    10. Green, Lawrence George. Secret Africa. s.l.: Howard Timmins, 1980. p. 287.
    11. Stow, George William. The Native Races of South Africa: A History of the Intrusion of the Hottentots and Bantu into the Hunting Grounds of the Bushmen, the Aborigines of the Country. s.l.: S. Sonnenschein & Company, limited, 1905. p. 618.
    12. Heuvelmans, Bernard. Les Derniers Dragons d’Afrique. s.l.: Plon, 1978.
    13. Alexander, James Edward. An expedition of discovery into the interior of Africa: through the hitherto undescribed countries of the Great Namaquas, Boschmans, and Hill Damaras. Londres: Henry Colburn, 1938.
    14. Heuvelmans, Bernard. Les Derniers Dragons d’Afrique. s.l.: Plon, 1978.
    15. Eberhart, George M. Mysterious Creatures: A Guide to Cryptozoology. s.l.: ABC-CLIO, Inc., 2002.
    16. Os pterossauros constituem uma ordem extinta da classe Sauropsida que corresponde aos répteis voadores do período Mesozoico. Embora sejam seus contemporâneos estes animais não eram dinossauros.
    17. Palmer, Douglas e Barrett, Peter. Evolução, A História da Vida. s.l. : Larousse, 2009.
    18. Clark, Loren Coleman & Jerome. Cryptozoology A to Z: The Encyclopedia of Loch Monsters, Sasquatch, Chupacabras, and Other Authentic Mysteries of Nature. s.l.: Simon & Schuster, 1999.
    19. Eberhart, George M. Mysterious Creatures: A Guide to Cryptozoology. s.l.: ABC-CLIO, Inc., 2002.
    20. Coudray, Philippe. Guide des Animaux Cachés. s.l.: Editions du Mont, 2009.
    21. Shuker, Karl P. N. In Search of Prehistoric Survivors: Do Giant ‘Extinct’ Creatures Still Exist? s.l.: Blandford, 1995.
    22. Melland, Frank Hulme. In Witch-Bound Africa: An Account of the Primitive Kaonde Tribe and Their Beliefs. s.l.: Seeley, Service & Company, limited, 1932, pp. 238, 240.
    23. Pterodáctilo (do grego πτεροδάκτυλος, pterodaktulos que significa “dedo alado”) é um género extinto de pterossauro, cujos membros são conhecidos como pterodáctilos. Como todos os pterossauros, possuía asas formadas por pele e uma membrana muscular que se estendia do quarto dedo até os membros posteriores, sustentada internamente por fibras de colágeno e externamente por cristas queratinosas.
    24. The Earliest Winged Fish-Catchers. Gudger e.W. 2, 1944, The Scientific Monthly, Vol. 59, pp. 120–129.
    25. Pitman, Charles Robert Senhouse. A game warden takes stock. s.l.: J. Nisbet, 1942.
    26. Heuvelmans, Bernard e Lindbergh, Alika. Les derniers dragons d’Afrique. Paris: Plon, 1978.
    27. Pigafetta, Filippo. Relatione del reame di Congo et delle circonvicine contrade / tratta dalli scritti & ragionamenti di Odoardo Lopez portoghese. 1591.
    28. Heuvelmans, Bernard. Les Derniers Dragons d’Afrique. s.l.: Plon, 1978.
    29. Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016.79.1. Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016.
    30. Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016.79.1. Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016.
    31. Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016.79.1. Shuker, Karl P. N. Still In Search Of Prehistoric Survivors: The Creatures That Time Forgot? s.l.: Coachwhip Publications, 2016.
    32. A barragem do Kariba, é uma barragem em arco de dupla curvatura na Garganta do Kariba, situada na bacia do rio Zambeze entre a Zâmbia e o Zimbabwe, com 128 metros de altura e 579 metros de comprimento e que deu origem ao Lago Kariba que se estende por 280 km.
    33. Ezra Mvuyisi Sigwela, pastor protestante, foi ministro do governo regional de Eastern Cape, responsável pela pasta da agricultura, de 1994 a 1999.
    34. Eberhart, George M. Mysterious Creatures: A Guide to Cryptozoology. s.l.: ABC-CLIO, Inc., 2002.
    35. Steiger, Brad. Real Monsters, Gruesome Critters, and Beasts from the Darkside. s.l.: Visible Ink Press, 2010.
    36. Joseph Kwame Kyeretwie Boakye Danquah (18 de Dezembro de 1895 – 4 de Fevereiro de 1965) foi um estadista ganense, académico, advogado, historiador e um dos fundadores do Gana.
    37. Eberhart, George M. Mysterious Creatures: A Guide to Cryptozoology. s.l.: ABC-CLIO, Inc., 2002.
    38. Destination Truth é um reality show paranormal americano. O programa segue o pesquisador paranormal Josh Gates ao redor do mundo para investigar alegações do sobrenatural, principalmente no campo da criptozoologia.
    39. Criptozoologia é o ramo da ciência que procura demonstrar a sobrevivência de espécies animais extintas (ex: Dinossáurios, Pterossáurios, grandes mamíferos do Plistocénico) ou a existência real de outras que são conhecidas apenas através de mitos ou “evidências” de veracidade duvidosa (ex: Monstro do Loch Ness, Yeti, Bigfoot).
    40. Gates, Josh, [artista]. Destination Truth S02E13 Ninki Nanka & Kikiyaon. [prod.] MandtBros. Syfy channel, 2008.
(1) Dingonek
(2) Emela-ntouka
(3) Grootslang
(4) Kongamato
(5) Mamlambo
(6) Celecanto

(7) Kikiyaon

Ilustrações: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 – © 2021 Xesko

 


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Imagem: © 2021 Francisco Lopes-Santos
Francisco Lopes-Santos

Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

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Francisco Lopes-Santos
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