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Domingo, Outubro 13, 2024

AfCFTA precisa de Infraestruturas robustas

Uma rede de infraestruturas bem planeada e implementada pode ser o elemento-chave para desbloquear o potencial comercial de África.

AfCFTA precisa de Infraestruturas robustas.

Para colherem as vantagens do Acordo de Comércio Livre Africano (AfCFTA, sigla em inglês), os países africanos necessitam de políticas que incentivem a evolução das infraestruturas, é o que defende, António Pedro, o representante interino da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA),

“Para beneficiar das oportunidades apresentadas pelo AfCFTA, temos de superar o déficit de infraestruturas”.

“Não é a ausência de planos e projetos que impede a transformação estrutural de África, mas a falta de espaço político para avançar esta agenda”. Argumentou.

 

A chave para atrair investimentos sustentáveis

Durante a sessão sobre África, no 12.º Encontro Anual de Investimento, focado na criação de um novo quadro para atrair investimentos sustentáveis e produtivos, António Pedro afirmou que:

“Para atrair investimentos sustentáveis e transfronteiriços em África, a infraestrutura física e digital deve estar pronta”.

Para António Pedro, a infraestrutura não é apenas uma questão de construção e logística. Ela é o alicerce que permite a implementação de políticas e a concretização de planos estratégicos. Mais do que isso, é um indicador da capacidade de um país para hospedar e sustentar investimentos.

O desenvolvimento de infraestruturas robustas impulsiona a economia, promovendo a criação de empregos, o desenvolvimento de competências, a inovação e o crescimento. Estas, por sua vez, atraem investidores que buscam mercados estáveis, dinâmicos e em crescimento.

Adicionalmente, uma infraestrutura sólida e confiável é um pré-requisito para a exploração de novos mercados, a expansão de operações comerciais e a atração de investimentos sustentáveis. Com a infraestrutura adequada, os países africanos serão capazes de promover e sustentar um crescimento inclusivo, diversificar as suas economias e melhorar a competitividade no mercado global.

Investimentos sustentáveis e transfronteiriços são essenciais para a concretização do AfCFTA. Estes investimentos podem potenciar a transformação económica de África, impulsionando a industrialização, promovendo a diversificação económica e aumentando a resiliência das economias africanas.

Neste contexto, a preparação da infraestrutura física e digital torna-se um fator estratégico, capaz de definir o futuro de África no cenário do comércio global. Só com infraestruturas preparadas e adequadas, África poderá colher os benefícios do AfCFTA e posicionar-se de forma proeminente no comércio internacional.

 

AfCFTA: A maior zona de comércio livre do mundo

A AfCFTA, que entrou em vigor em 2019, tornou-se a maior zona de comércio livre do mundo, abrangendo 1,3 mil milhões de pessoas e um PIB combinado de aproximadamente 2,5 trilhões de dólares, cerca de 2,3 trilhões de euros. O seu objetivo final é, a longo prazo, eliminar as barreiras aduaneiras nos 54 países africanos.

“Devemos investir em ciência, tecnologia e inovação para manter a competitividade a longo prazo e construir cadeias de valor regionais que possam gerar mais valor acrescentado e aumentar a quota de mercado das empresas africanas”.

Defendeu, acrescentando que África pode aproveitar os seus recursos naturais para criar cadeias de valor sustentáveis.

A zona de livre comércio é uma das maiores aspirações da União Africana. Segundo Emily Mburu, directora do secretariado da AfCFTA, a diversificação dos países africanos poderia ser impulsionada e os avanços nas indústrias acelerados se a mobilidade de pessoas no continente fosse intensificada.

O cenário comercial africano enfrenta desafios significativos. Para impulsionar o comércio interno e externo, o continente, rico em recursos naturais e potencial humano, precisa de infraestruturas adequadas. Assim, as infraestruturas assumem-se como um elemento crucial para o fortalecimento da economia africana.

 

A ligação entre infraestrutura e comércio

A relação entre uma infraestrutura robusta e o progresso comercial é indiscutível. Estradas, portos, aeroportos e redes de telecomunicações são componentes essenciais para facilitar o comércio e ligar mercados, tornando-os acessíveis e reduzindo custos de transporte e comunicação.

Uma rede de infraestruturas bem planeada e implementada pode ser o elemento-chave para desbloquear o potencial comercial de África.

O AfCFTA, tem o potencial de transformar o panorama económico do continente, abrindo novos mercados e criando oportunidades inéditas para as empresas africanas. Contudo, existem desafios que precisam ser superados para que o acordo possa ser plenamente eficaz, como a necessidade de melhorar a infraestrutura.

Investir em infraestruturas pode gerar uma série de benefícios para as economias africanas. Pode criar empregos, estimular o crescimento económico e tornar as empresas locais mais competitivas. Uma melhor infraestrutura também pode facilitar o comércio e ajudar a maximizar os benefícios do AfCFTA, colocando África numa posição mais proeminente no comércio global.

 

A Importância das Indústrias Verdes

As indústrias verdes, que incluem energias renováveis, reciclagem e tecnologias limpas, representam um caminho promissor para o desenvolvimento sustentável de África. Ao adotar práticas ecológicas, os países africanos podem beneficiar de uma economia mais sustentável e resiliente, que atrai investidores conscientes do ambiente e abre caminho para a criação de empregos verdes.

“As indústrias verdes são cruciais para a competitividade de África num futuro de mercados com emissões zero de carbono”.

Enfatizou António Pedro, evidenciando a relevância deste setor para a atração de investimento estrangeiro.

Este setor tem um papel fundamental na transição para uma economia de baixo carbono, que é essencial para cumprir os objetivos do Acordo de Paris e combater as mudanças climáticas. Para além disso, as indústrias verdes podem contribuir para a diversificação económica, reduzindo a dependência de África dos combustíveis fósseis e outras indústrias poluentes.

Assim, África tem a oportunidade de se posicionar na vanguarda do desenvolvimento sustentável, apostando em indústrias verdes para aumentar a sua competitividade, atrair investimento estrangeiro e contribuir para um futuro com zero emissões de carbono. É um desafio, mas também uma oportunidade única para o continente africano.

 

A UNECA e a Promoção do Comércio em África

A UNECA, assume um papel decisivo na promoção do comércio e do desenvolvimento em África. As iniciativas e programas implementados pela UNECA têm como objetivo primordial o aperfeiçoamento da infraestrutura e o fomento do comércio, estabelecendo-se assim como um elemento fundamental para o desenvolvimento económico do continente.

Por meio das suas acções, a UNECA contribui para a criação de políticas estratégicas e a implementação de projetos que buscam aumentar a eficiência e a capacidade das infraestruturas existentes. Este trabalho é essencial para promover o crescimento económico, a diversificação e a competitividade, aspectos cruciais para a prosperidade de África.

A UNECA também actua como uma plataforma para a troca de conhecimentos e experiências entre os países africanos, promovendo a cooperação regional e a partilha de melhores práticas. Esta cooperação e coordenação são essenciais para maximizar o impacto das políticas e ações implementadas.

 

Conclusão

Investir em infraestruturas é um passo imprescindível para que África possa beneficiar plenamente do AfCFTA. Este investimento, juntamente com as iniciativas da UNECA e a implementação efetiva do acordo, pode desbloquear o potencial económico do continente e colocar África numa posição de destaque no comércio global.

Como tal, o papel da UNECA na promoção do comércio em África é inestimável. Ao focar-se na melhoria da infraestrutura e na promoção do comércio, a UNECA está a contribuir de forma significativa para o desenvolvimento económico sustentável e inclusivo do continente africano.

 

O que achas do AfCFTA? Concordas que África está com deficiência de infraestruturas? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

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Imagem: © DR
Francisco Lopes-Santos

Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

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Francisco Lopes-Santos
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Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.
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