2 Mil Rinocerontes-Brancos Salvos Do Cativeiro.
A organização não-governamental sul-africana African Parks adquiriu 2 mil Rinocerontes-brancos que se encontravam em cativeiro. Estes animais, pertenciam ao bilionário John Hume e estavam a ser leiloados online, mas não tinham recebido nenhuma oferta.
A African Parks pretende agora transferir estes rinocerontes para áreas protegidas em todo o continente, numa iniciativa que visa assegurar o futuro desta espécie ameaçada. Esta aquisição faz parte de um ambicioso projeto de renaturalização com a duração de dez anos.
A herdade de John Hume, localizada na África do Sul, era altamente dispendiosa de operar, com custos significativos dedicados à segurança e alimentação dos animais. O leilão online dos rinocerontes não atraiu compradores, levando à intervenção da African Parks.
Esta aquisição representa um marco na conservação da vida selvagem, uma vez que a organização planeia reintroduzir os rinocerontes em habitats naturais seguros em todo o continente africano. Esta medida visa contribuir para a preservação de uma espécie ameaçada e restaurar o equilíbrio ecológico em várias regiões.
O Resgate dos Rinocerontes
2 mil Rinocerontes-brancos em cativeiro estão prestes a serem libertados num projeto de renaturalização de dez anos em África. A organização não-governamental (ONG) sul-africana African Parks assumiu a responsabilidade por esta notável iniciativa ao adquirir a maior operação de criação de rinocerontes em cativeiro do mundo. O objetivo principal é garantir a sobrevivência desses animais em todo o continente.
A intervenção da African Parks aconteceu após um leilão online fracassado dos 2 mil rinocerontes, anteriormente pertencentes ao criador John Hume que não atraiu nenhuma oferta.
A ONG assegurou um “financiamento de emergência” e adquiriu a propriedade de 7.800 hectares e os seus 2.000 habitantes ameaçados que representam quase 15% da população mundial remanescente de Rinocerontes-brancos do sul.
“Reconhecemos plenamente o imperativo moral de encontrar uma solução para estes animais, para que possam desempenhar novamente o seu papel integral em ecossistemas plenamente funcionais”.
“A escala deste empreendimento é simplesmente enorme e, por isso, assustadora”. No entanto, é igualmente uma das oportunidades de conservação mais excitantes e globalmente estratégicas”.
“Trabalharemos com vários governos, parceiros de financiamento e organizações de conservação comprometidas em tornar esta visão de renaturalização uma realidade”.
Afirmou o CEO da African Parks, Peter Fearnhead.
Nos próximos dez anos, a organização de conservação pretende transferir estes animais para áreas protegidas em toda a África, contribuindo assim para a preservação desta espécie ameaçada.
O Legado de John Hume
John Hume, um antigo bilionário, em 2009, investiu a sua fortuna na criação da maior herdade de rinocerontes do mundo, a Platinum Rhino, localizada em Klerksdorp, a cerca de 170 quilómetros a sudeste de Joanesburgo.
Contudo, a manutenção da herdade de alta segurança, tornou-se financeiramente insustentável, com custos mensais que ultrapassavam os 425 mil dólares (396 mil euros). Os custos aumentaram nos últimos anos devido a uma seca prolongada, o que fez subir o preço da alimentação dos animais.
Para dissuadir caçadores furtivos, os chifres dos rinocerontes da herdade de Hume foram cortados, um procedimento que não causa danos aos animais, mas que pode afetar o seu comportamento a longo prazo. Quando cortados corretamente, os chifres podem crescer novamente ao longo do tempo.
Em 2017, John Hume conseguiu legalmente levantar a proibição, em vigor desde 2009, do comércio interno de chifres de rinoceronte na África do Sul, apesar da proibição internacional. Esta medida visava financiar o seu projeto de conservação e, supostamente, reduzir o valor dos chifres no mercado ilegal.
Em 2016, a CNN reportou que a herdade possuía quase dez toneladas de chifres, avaliados em cerca de 500 milhões de euros. Em 2015, o valor dos chifres de rinoceronte ultrapassou o do ouro e o da cocaína.
“Gastei todas as minhas economias de uma vida a cuidar dessa população de rinocerontes ao longo de 30 anos”.
“Tenho esperança que haja um bilionário que prefira salvar a população de rinocerontes do que ter lucro com eles”, disse Hume.
Em abril, incapaz de continuar a gerir a herdade de 7800 hectares, Hume colocou-a em leilão online. O preço pago pela African Parks não foi revelado, mas o leilão, que terminou em maio, aceitava licitações a partir de 10 milhões de dólares (9,3 milhões de euros).
Salvar os Rinocerontes
A African Parks, uma ONG de conservação, gere 22 parques nacionais em 12 países africanos, em parceria com governos e comunidades locais. Com o apoio do governo sul-africano, planeia recuperar os 2 mil Rinocerontes-brancos do Sul, que representarão cerca de 15% da população selvagem ainda existente no mundo.
A organização possui experiência na gestão de áreas protegidas e na translocação de animais selvagens em grande número, incluindo o regresso de rinocerontes ao Rwanda, ao Malawi e à República Democrática do Congo.
A ONG assegurou financiamento de emergência para adquirir os rinocerontes e protegê-los da potencial caça furtiva e da fragmentação. Nos próximos dez anos, planeia recolocar os rinocerontes em áreas bem geridas e seguras, estabelecendo ou complementando populações estratégicas para garantir o futuro da espécie.
Este será um dos maiores projetos de renaturalização a nível continental a ocorrer para qualquer espécie. Os rinocerontes na África do Sul enfrentam diversas ameaças.
Os Rinocerontes Brancos
Depois de terem sido caçados quase até à extinção no final do século XIX, os Rinocerontes-brancos do Sul tornaram-se uma história de sucesso em matéria de conservação, com a sua população a crescer de menos de 40 animais na década de 1930 para cerca de 13 mil actualmente, graças a programas de proteção e reprodução.
No entanto, esse número diminuiu para 20 mil em 2012 devido à caça furtiva. Os rinocerontes são regularmente caçados devido aos seus chifres, que são utilizados na medicina tradicional para tratar diversas doenças. Em 2022, foram mortos 448 rinocerontes na África do Sul, segundo a organização de conservação Save the Rhino.
Os Rinocerontes-brancos do Sul estão classificados como quase ameaçados pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), enquanto o Rinoceronte-branco do norte está funcionalmente extinto, com apenas duas fêmeas não reprodutoras em cativeiro no Quénia.
Mais de metade dos Rinocerontes-brancos de África estão agora na posse de proprietários privados, que normalmente têm mais recursos para medidas de segurança.
Conclusão
A iniciativa da African Parks de adquirir e libertar 2 mil Rinocerontes-brancos em cativeiro é um passo crucial na conservação destes animais em perigo. A organização demonstra um compromisso notável com a proteção da biodiversidade africana, assumindo a responsabilidade pela preservação de uma parte significativa da população mundial desses rinocerontes.
Além disso, o projeto de renaturalização de dez anos destaca a visão a longo prazo da African Parks e a sua capacidade de gerir eficazmente grandes operações de conservação. A proteção desses rinocerontes da caça furtiva e a reintrodução em habitats adequados são passos essenciais para garantir a sobrevivência desta espécie.
Este empreendimento exemplifica como a colaboração entre organizações de conservação, governos e comunidades locais pode fazer a diferença na preservação da vida selvagem africana.
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