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Sexta-feira, Outubro 4, 2024

Girafas Regressam A Iona Ao Fim de 100 Anos

Este é um testemunho da capacidade humana de restaurar o que foi perdido e de preservar a beleza única da vida selvagem africana.

Girafas Regressam A Iona Ao Fim de 100 Anos.

A presença majestosa das girafas voltou a encher os horizontes do Parque Nacional do Iona, no sul de Angola, após uma ausência que se prolongou por mais de um século. Um total de 14 destes elegantes animais foram cuidadosamente transportados de volta à reserva no início de julho, como parte de um ambicioso esforço para repovoar a região.

Há mais de 100 anos que o parque havia perdido a sua população nativa devido à ocupação colonial e a conflitos armados que varreram a região.

Embora, lamentavelmente, se tenham perdido três indivíduos durante a adaptação inicial, este retorno triunfante das girafas é motivo de celebração tanto para a população local quanto para a comunidade de pesquisa, marcando o ressurgimento de uma espécie que esteve ausente por mais de um século

 

O Regresso das Girafas

Imagem © DR (20230902) Girafas Regressam A Iona Ao Fim de 100 AnosA emocionante jornada de retorno das girafas a Angola começou com uma colaboração notável entre o African Parks, a organização responsável pela gestão do Parque Nacional do Iona, em parceria com o governo angolano e a Giraffe Conservation Foundation.

Numa viagem que abrangeu uma impressionante distância de 1.300 quilómetros, os imponentes animais foram transportados em contentores especialmente projetados que partiram da Namíbia e atravessaram a fronteira até alcançar a sua nova casa na reserva.

O diretor do Parque Nacional do Iona, Pedro Monterroso, um especialista em biodiversidade, genética e evolução, descreveu esse momento como uma espera ansiosamente aguardada, já que a presença de girafas não era registrada na região há pelo menos um século. A ausência histórica desses animais é um mistério que pode estar ligado à interferência humana durante o período colonial.

Durante a complexa transferência, infelizmente, três das girafas não resistiram, provavelmente devido ao stresse associado ao transporte. É importante ressalvar que perdas durante a transferência de animais são comuns e não incomuns.

Os pesquisadores estão comprometidos a aprender com estas experiências para que num futuro transporte, corra tudo melhor, As outras onze girafas estão em ótimas condições físicas, sendo cuidadosamente monitorizadas enquanto exploram o seu novo habitat.

A reintegração das girafas no Parque Nacional do Iona é crucial para a manutenção do ecossistema local. Assim como rinocerontes e elefantes, as girafas são consideradas “engenheiras do ecossistema”.

Elas desempenham um papel fundamental na estruturação da paisagem e na dispersão de sementes através das suas actividades de alimentação herbívora e das trilhas que deixam à sua passagem, contribuindo para a restauração de processos biológicos essenciais.

 

Breve História do Parque

Imagem © DR (20230902) Girafas Regressam A Iona Ao Fim de 100 Anos

O Parque Nacional de Iona além de ser o maior parque nacional de Angola, é um tesouro natural situado no Sudoeste de Angola, na província do Namíbe, entre o Oceano Atlântico e os rios Cunene e Curoca, a cerca de 200 km da cidade do Namibe, abrangendo uma vasta área de cerca de 15.200 km².

Este santuário da vida selvagem é um refúgio intocado, onde a natureza se revela em toda a sua magnificência, incluindo dunas antigas, trechos da costa atlântica e paisagens montanhosas espetaculares. Foi estabelecido inicialmente em 1937, como Reserva de Caça e, posteriormente, em 1964, transformado em Parque Nacional

O parque é especialmente conhecido por ser o principal habitat da Welwitschia mirabilis, uma planta fascinante que é frequentemente chamada de “fóssil vivo”, pois existe desde o tempo dos dinossaurios. Além disso, o parque também é o lar da Palanca-negra, uma espécie emblemática, símbolo de Angola.

Imagem © DR (20230902) Girafas Regressam A Iona Ao Fim de 100 AnosDesde o início de 2020, o parque está sob a gestão da African Parks, uma ONG sem fins lucrativos que administra 17 parques naturais em 11 países diferentes, em colaboração com o governo angolano.

O Parque Nacional do Iona não pretende parar por aqui. O sucesso do retorno das girafas inspira planos ambiciosos para aumentar ainda mais a população destes majestosos animais e reintroduzir outras espécies na região. Estes esforços colaborativos têm o objetivo de contribuir para a conservação da biodiversidade e restaurar o equilíbrio natural em Angola.

 

Conclusão

A reintrodução das girafas nativas no Parque Nacional do Iona marca um momento histórico para a conservação da fauna e flora em Angola. Apesar dos desafios enfrentados durante o transporte, a perseverança e a dedicação dos envolvidos resultaram no retorno bem-sucedido dessas magníficas criaturas à sua terra natal após um hiato de mais de 100 anos.

Este é um testemunho da capacidade humana de restaurar o que foi perdido e de preservar a beleza única da vida selvagem africana.

 

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Imagem: © DR 
Francisco Lopes-Santos
Francisco Lopes-Santos

Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

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Francisco Lopes-Santos
Francisco Lopes-Santoshttp://xesko.webs.com
Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.
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