Entrevista Exclusiva a Mais Afrika, de Nilson César Guimarães, adido agrícola na Embaixada do Brasil em Rabat, no Reino do Marrocos.

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Dos transgénicos à importância do Brasil para África.

Em mais uma entrevista interessantíssima, realizada para o nosso canal do YouTube, +Áfrika, o actual adido agrícola brasileiro no Marrocos, Nilson César Castanheira Guimarães, falou-nos um pouco da sua carreira e da pesquisa científica que tem realizado.

Falámos também do assunto polémico dos produtos agrícolas transgénicos e do seu potencial para o futuro.

Também falamos dos pontos de contribuição entre o Brasil e o Marrocos e como se pode melhorar essa relação bilateral com a África em geral.

E, como não podia deixar de ser, em ano de Campeonato do Mundo (Copa do Mundo), também falámos de futebol…

Leia aqui a entrevista na integra, ou então, veja o vídeo no canal +Afrika.

 

A entrevista

Mais Afrika (MA): Olá, Nilson, é um prazer estar aqui consigo. Para começar e para os nossos ouvintes o ficarem a conhecer um pouco melhor, pode-nos dizer quem é que funções é que ocupa actualmente e contar-nos também um pouco do seu percurso até chegar ao momento em que está hoje, aí na Embaixada do Marrocos?

Nilson César Guimarães (NCG): Bom dia, é um prazer conceder essa entrevista à Mais Afrika. O meu nome é Nilson César Castanheira Guimarães, eu sou auditor fiscal federal, agropecuário, do Ministério da Agricultura do Brasil. Desde 2007, ocupo esse cargo, a gente participa de um processo seletivo, um Concurso Público para que possa ocupar esse cargo.

Desde que entrei, a minha atividade, foi sempre ligada à área laboratorial. Em 2007, eu entrei para o laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Minas Gerais, no Brasil e de lá até 2018, eu exerci várias posições dentro do laboratório, inclusive coordenação técnica desse laboratório.

Posteriormente, em 2018 fui para Brasília, também continuei trabalhando na área laboratorial, mas aí, na coordenação de desenvolvimento e inovação, para todos os laboratórios do Ministério no Brasil e, a partir de 2019, fui selecionado também num concurso público Interno do Ministério, para ocupar o cargo de adido agrícola aqui na Embaixada do Brasil em Rabat, no Reino do Marrocos.

Sou engenheiro agrónomo de formação, essa é uma das exigências para o cargo de auditor fiscal, a gente tem de opção, 5 carreiras possíveis, uma delas é de engenheiro agrónomo. Então, por isso, estou nesse cargo e, desde então, ocupando a de adido agrícola aqui na embaixada do Brasil em Rabat.

 

(MA): Nilson, neste momento você está com essa função de adido agrícola na Embaixada do Brasil em Rabat, no Marrocos. Poder-nos-ia explicar de uma forma bem simples que trabalho você desenvolve aí no Marrocos?

(NCG): Sim, o trabalho de adido agrícola é muito importante. É um trabalho de suporte técnico, ao Embaixador e à equipa da embaixada.

Então o Ministério das Relações exteriores recebe suporte do adido, naqueles temas técnicos e o Ministério da Agricultura, que é o nosso órgão de origem, é o órgão que vai receber o nosso suporte técnico local e suporte administrativo, para que a gente possa realizar dentro do país as ações técnicas que são recomendadas pelo nosso Ministério.

Então, além desse suporte com informações, a gente trabalha diretamente nas aberturas de mercado. Então, todas as ações de abertura de mercado que demandam interlocução com os órgãos locais, essa interlocução é feita por nós.

Todas as ações de cooperação também, então os memorandos de entendimento, os acordos, todos contam com a interlocução também do adido agrícola. A parte de promoção comercial e a promoção da imagem do país, a participação em feiras, salões, tudo isso também demanda a nossa participação e o apoio aos stakeholders.

Então os stakeholders brasileiros que têm negócios ou tem a intenção de estabelecer negócios no país, eles contam também com apoio dos adidos agrícolas.

Então empresas brasileiras que têm intenção de investir ou exportar para o Marrocos, ou mesmo empresas brasileiras que têm intenção de importador do Marrocos, elas contam com nosso apoio local para auxiliar nessas operações.

 

(MA): Para me preparar para esta entrevista estive a ler minuciosamente o seu currículo. Devo dizer-lhe que o achei bastante interessante, até porque, de certa maneira, encontrei umas certas parecenças comigo, porque a minha formação inicial é de engenheiro químico e, houve algo que achei muito curioso.

Foi um trabalho que executou sobre o melhoramento genético do eucalipto. Pode contar-nos um pouco sobre este trabalho ou para ser mais exacto, quais seriam os benefícios deste melhoramento do eucalipto para a natureza e para o ser humano?

(NCG): Claro, esse é um trabalho que eu realizei quando terminei o meu Mestrado. Eu fiz um mestrado na Universidade Federal de Lavras, no Brasil, terminei em 2005 e, após o mestrado eu segui para a uma empresa privada onde trabalhei durante 2 anos e meio, antes de em 2007, ingressar na carreira de auditor fiscal do Ministério da Agricultura do Brasil.

Nesse período, então a gente aplicou os conhecimentos que adquirimos na universidade, relativos há parte de melhoramento genético e da biologia molecular. A espécie de planta com que eu trabalhei foi o eucalipto.

Os impactos, como você perguntava, são muito interessantes porque o eucalipto é uma espécie de vegetal, onde a multiplicação dela hoje, quase que na sua totalidade, em implantações comerciais, é através de multiplicação clonal.

Ou seja, o eucalipto, são arvores que são clones, umas das outras. O melhoramento genético, é baseado em seleção desses clones. Porém, para que a gente obtenha esses clones de maior produtividade e de maior potencial, nós precisamos de uma base genética, de uma variabilidade genética ampla.

E essa variabilidade genética, obviamente, não se pode obter dos clones, porque a variabilidade genética do clone é quase zero, é baixa, porque os cones são idênticos. Então a gente tem que recorrer àquela base genética anterior que é o plantio através de sementes e de cruzamentos entre essa semente, para o melhoramento.

Então o trabalho que a gente realizava, era a seleção visual, a seleção de produção e a seleção de qualidade das plantas. Você precisava ver se aquela madeira que a planta vai produzir, tem a qualidade para que você deseja para a aplicação que você vai utilizar.

Se o corte no tamanho e a produção das plantas é adequado e para isso a gente usa muito de estatística, obviamente, a gente tem os ensaios de campo, com essas variedades a partir de sementes plantadas, ali você tem uma variação muito grande entre as plantes.

A gente vai selecionar aquelas visualmente mais interessantes e mais produtivas. Vai avaliar características de madeira e, caso aquela árvore ou aquele grupo de árvores se destaque em todas as características, a gente vai produzir clones, a partir dela.

Esses clones, são produzidos a partir de mudas e aí, a gente produz, leva para o viveiro e produz uma quantidade infinita, de mudas, aí essas mudas são transplantadas para o campo e começa-se a produção comercial.

É interessante comentar que o melhoramento genético, como eu disse, foca na qualidade também e essa qualidade depende muito da aplicação. Eu trabalhei com o melhoramento genético de eucalipto para a produção de carvão vegetal.

E para a produção de carvão vegetal, a densidade da madeira é muito importante, porque a lignina na madeira é muito importante, mas tem outras empresas e outros pesquisadores que trabalham, por exemplo, no melhoramento do eucalipto para a produção de papel, a característica no papel é outra aí a produção de celulose é importante.

Então tem onde celulose na madeira é mais importante do que o teor de lignina que é quando você busca para carvão. Então é um campo que é realmente muito interessante e muito apaixonante também.

Você trabalha com a seleção das plantas e você vê o seu trabalho, se transformando em algo concreto. É extremamente gostoso, foi uma optima experiência.

 

(MA): Eu acredito que sim. Quando acabei a licenciatura, eu queria seguir genética. Mas o meu interesse era estudar o genoma humano. Só que nunca acreditei que fosse possível quebrar as barreiras morais do ser humano e cometi o erro de optar por outra área e acabei por ir para química analítica.

Infelizmente, o aparecimento da SIDA permitiu estudarmos o genoma humano e hoje estou muito arrependido de não ter ido para essa área, porque, de facto, adorava. Eu compreendo o que diz, é interessante nós pegarmos neste trabalho e vermos a crescer e fazer algo para se melhorar o meio ambiente e o próprio ser humano.

Mas voltando às perguntas. Em Março desse ano você participou de um evento universitário, sobre o tema “O poder do agro”, onde abordou o assunto da expansão e oportunidades do agronegócio brasileiro. Não queremos que você repita aqui o que disse, mas poderia falar um pouco sobre esse tema pertinente?

(NCG): Claro, esse foi um evento muito interessantes e o foco foi realmente, comentar sobre a nossa revolução do agro brasileiro, principalmente a partir da década de 70.

O Brasil, da década de 70 para cá, ele se transformou de um país importador, em um país exportador, na realidade de grande exportador de alimentos e, nesse evento, comentei exatamente sobre o papel da pesquisa e desenvolvimento das universidades, nessa verdadeira revolução verde que aconteceu no Brasil.

Eu acho que, como você comentou, com relação ao continente africano, eu acho que o continente é enorme e tem desafios muito diferente, nessa questão da aplicação da pesquisa e desenvolvimento, no crescimento do agro na África.

E no Brasil, esse desenvolvimento que nós tivemos, principalmente baseado nas empresas de pesquisa e desenvolvimento e nas universidades, ele pode em grande monta ser replicado no continente africano.

E nesse evento eu comentei sobre isso, sobre a possibilidade do Marrocos, como um player também na África, o que tem sido feito aqui e, o que nós fizemos no Brasil e como isso foi importante, para que o Brasil hoje alcançasse os índices enormes e o grande sucesso que tem como exportador de alimentos.

 

(MA): Nilson, ao estar a trabalhar aí no Marrocos, como adido agrícola da embaixada brasileira, de certeza que neste momento deve conhecer bem a realidade da carência de cereais que está a acontecer no país, ainda por cima agravada pela actual guerra da Ucrânia. Acha que essa realidade é muito diferente do resto do continente africano?

(NCG): Olha, eu acho que sim. Apesar do problema ser igual para todos, de atingir todos, o problema da carência dos cereais por causa da guerra, o Marrocos tem sofrido enormemente com isso, tanto que o Brasil, hoje, está exportando trigo para o Marrocos em grande quantidade.

O que é uma novidade, o Brasil, teoricamente, não é um exportador de trigo, muito menos para o Marrocos e esse ano está batendo recorde, atrás de recorde, de exportação de trigo.

Mas eu acredito que o panorama, é bem diferente do resto do continente, porque o Marrocos ele tem uma agricultura de excelência.

O Marrocos é um país com bastante desenvolvimento agrícola, com uma agricultura irrigada muito forte e não é a regra no continente africano.

Então, a produção de cereais aqui, apesar de o Marrocos, na minha opinião, não ser um país que tem grande potencial de ser celeiro para a África ou para o mundo, você tem outros países que teriam essa condição de ser celeiro, porém, esses países em muitas, ocasiões, em muitas situações, eles têm condições de produção muito pior.

Então até, respondendo um pouco, junto com a pergunta anterior, a pesquisa de desenvolvimento seria chave para que a gente pudesse ter um desenvolvimento maior desses países, para que pudessem ser players importantes para que o mundo suplantasse de uma forma mais suave uma carência de cereais, como tem acontecido nesse momento.

Agora, como eu disse, os potenciais são distintos, as realidades são distintas, em Marrocos, eu acho que não dá para ser levado como comparação porque o nível de desenvolvimento da agricultura marroquina, mesmo que numa área relativamente limitada, ele é bastante satisfatório e a gente não vê isso nos outros países da África de forma muito habitual.

 

(MA): Nilson, já que falávamos da carência de cereais na África e a sua área de intervenção, ser relacionada com esse assunto, o que você acha que a África deveria fazer para eliminar essa dependência que tem dos outros continentes?

(NCG): Olha, é como eu disse. A primeira coisa é investimento e pesquisa da tecnologia e tecnificação em geral.

A pesquisa em tecnologia, vem junto e você precisa tecnificar e hoje a África têm muitos locais, eu sei, não só pela questão do Marrocos onde eu trabalho, mas por conhecimento de outras pessoas que relatam também, tem um défice muito grande de tecnologias de tecnificação da agricultura.

Então acho que o investimento, talvez uma parceria com outros países ou mesmo com investimento governamental local, de melhor técnificação, de maior aumento da produtividade, isso seria a chave, para que a África se descolasse dessa dependência e pudesse tornar um player de facto, mas autónomo.

É uma fronteira em expansão, em várias semelhanças com o que a gente passou na revolução verde que eu comentei e eu acredito que, tem potencial para daqui, vamos dizer, a algumas décadas, ser um grande celeiro do mundo, junto com o Brasil e a Europa Oriental, o leste europeu.

 

(MA): A sua formação académica é a agronomia, mas tem um mestrado em agroquímica com uma predileção por bioquímica e ênfase em biologia molecular. Será que estou a ver aqui um padrão? Quer dizer que é um adepto de produtos agrícolas transgénicos ou será que é contra?

(NCG): Ótima pergunta, nem a favor nem contra, até porque desde 2007, quando entrei no laboratório, o meu primeiro laboratório, onde eu trabalhei, na primeira unidade laboratorial, foi a de detecção de produtos transgénicos.

Ali, eu trabalhava no Ministério da Agricultura, fiquei nessa área por 5 anos. Eu trabalhava exatamente com a detecção dos limites e a rotulagem de produtos transgénicos e a verificação da conformidade destes produtos, à legislação brasileira.

E, como eu estava nesse ponto, eu estava exatamente em cima do muro. Eu não poderia nem ser pro, nem ser contra, porque eu estava trabalhando com a rotulagem, então eu estava garantindo a segurança do consumidor, mas estava garantindo também que quem produzisse, produzisse de forma correta em acordo com a legislação.

Sobre ser a favor ou contra, tudo depende. Depende da avaliação científica que esse produto passou. Então eu na verdade, eu sou pela ciência. A avaliação científica e criteriosa dos riscos e a confiança no processo decisório das instâncias competentes.

No Brasil, por exemplo, nós temos a comissão técnica nacional de biossegurança, CTNBio, que é o órgão colegiado responsável pela avaliação dos processos, de avaliação dos produtos transgénicos.

E então, os produtos são submetidos a essa comissão, uma comissão técnica formada por pessoas do mais alto gabarito e que avaliam a pertinência e a possibilidade ou não deste produto ser comercializado e a segurança. A partir dessa avaliação sou totalmente a favor que ele seja comercializado.

Mas eu não sou a favor da comercialização indiscriminada. Eu acho que é uma avaliação caso a caso com base científica e aí sim, a gente, sem histeria, sem grandes paixões, é muito importante isso, transgénico não pode misturar com paixão, transgénico é a avaliação de organismos geneticamente modificados, é algo que deve ser feito sem paixões, sem emoções, baseado na razão e na ciência.

 

(MA): Nilson, para finalizamos essa parte da entrevista, eu gostaria de fazer uma última pergunta sobre um tema pertinente. Que tipo de ações você acha que podem ser desenvolvidas pelo Governo brasileiro de forma a dinamizar o comércio do agronegócio entre Brasil e Marrocos.

(NCG): Essa pergunta é muito importante. O Brasil e o Marrocos, são países extremamente complementares e o Brasil e o Marrocos não está nem aí, apesar de estarem namorando e se descobrindo, eles ainda são muito desconhecidos um do outro e eu vejo um potencial imenso de colaboração, de cooperação e de intercâmbio comercial, técnico, científico, entre esses países.

O Marrocos é um país grande exportador de fosfato, diria talvez que é o principal produto do Marrocos e o Brasil é um grande importador de fosfato. O Marrocos é um grande importador de alimentos, o Brasil, um grande exportador de alimentos.

O Marrocos, na minha opinião, e isso já relatei tanto ao lado marroquino quanto ao lado brasileiro, se aventura às vezes a buscar uma autossuficiência na produção de alimentos que me soa muitas vezes incompatível com o tamanho do país e com as condições climáticas do país.

E o Brasil tem toda a condição de se propor como parceiro estratégico nesse campo dos alimentos e o Marrocos, com essa agricultura pujante, moderna que eu comentava, pode se dedicar, talvez a produzir produtos de maior, ou de maior valor agregado.

O Marrocos, é um grande exportador de hortaliças para a Europa, você tem pimentão, melão, tomate e o Marrocos exporta tudo isso para a Europa, exporta bem e é líder em vários desses produtos.

Por outro lado, os cereais, como a gente comentava, eu não vejo muito sentido no Marrocos produzir cereais numa área pequena, sendo que é um produto de baixo valor agregado e de grande dependência das condições climáticas.

O Marrocos é muito exposto a estas variações de seca, de problemas de chuvas e de altas temperaturas que prejudicam muito a produção de cereais no país e o Brasil pode se propor como um parceiro estratégico.

Então eu acho que o Governo brasileiro e a gente têm tentado propor isso, sempre a alertar os nossos governantes e também o lado marroquino.

O governo brasileiro, na minha opinião, tem que se propor como parceiro estratégico do Marrocos para que ele possa garantir o fornecimento e o aprovisionamento de abastecimento de fertilizantes no Brasil e ele possa garantir que o Marrocos não seja tão afetado pelos sobressaltos da descontinuidade de produção de alimentos no mundo.

Se os governos entram num acordo, de forma a convergirem nessa complementaridade, eu acho que a gente tem tudo para ter um parceiro muito estratégico e para aumentar o intercâmbio comercial grandemente com o Marrocos.

Eu aqui, nesse período que aqui estive, consigo enxergar um parceiro potencial, fantástico para o Brasil, principalmente se a gente conseguir enxergar o tamanho que o Marrocos tem na África e o tamanho que o Marrocos pode ter como parceiro para Brasil.

 

(MA): Nilson, muito obrigado por nos ter concedido esta entrevista, mas antes de nos despedirmos, não se esqueça do nosso desafio. Pedimos que escolhesse, no nosso site Mais Afrika, uma notícia publicada recentemente e que a comentasse.

A notícia que escolheu, foi publicada no dia 31 de Julho de 2022 e foi “Brasil, eleito a melhor nação desportiva da FIFAe”. Pode explicar-nos porque é que escolheu esta notícia e, depois tal como o desafio pede, comentá-la?

(NCG): Claro, futebol e Brasil tem tudo a ver, né? Então, ainda mais em ano de Copa do Mundo, nesse ano de 2022 e eu como brasileiro e bom amante de futebol me sinto à vontade para comentar e exaltar esse prémio recebido pelo Brasil.

Eu, exalto também, a parceria do futebol brasileiro com o futebol marroquino. Minha equipe no Brasil, que é o Cruzeiro Esporte Clube, eles têm uma amizade muito grande, com uma equipe marroquina que é a equipe do Raja Casablanca.

Os times, sempre se cumprimentam na Internet, se saúdam pelo Twitter e, então é nesse panorama de amizade futebolística entre o Brasil e o Marrocos, eu exalto aí a nossa participação, como potência nos “e-sports” nos esportes eletrónicos e fico feliz que o Brasil tenha já começado com o pé direito em ano de Copa do Mundo.

Espero que a gente lá em Novembro, finalize o ano com o pé direito, também, conquistando a copa.

 

(MA): Bom, Nilson, eu gostaria de agradecer muito pela sua participação, eu sei que o seu tempo é escaço, mas espero que esta entrevista tenha ajudando a colocar o Brasil na rota da promoção, tanto em África quanto na Europa, para saber o que realmente o Brasil faz.

Hoje vamos ficar por aqui, mas quem sabe a gente pode voltar a conversar num futuro breve. Muito obrigada.

(NCG): Obrigado. Eu agradeço muito a oportunidade de poder falar sobre o nosso trabalho, é um orgulho para a gente, o trabalho que desempenhamos aqui. Temos muita satisfação, em realizar esse trabalho, poder contribuir para que o nosso país exporta mais, o nosso país, seja mais visto, mais conhecido de uma forma realista pelos países estrangeiros.

Tenho uma felicidade muito grande de poder também auxiliar o Marrocos, em conhecer mais o Brasil, em comercializar mais com o Brasil, é um país que eu aprendi a amar, sem dúvida aqui, já há quase 4 anos no país e com uma filha marroquina, a minha filha nascida aqui, a mais nova. Então é um país que eu aprendi a gostar.

E deixo um recado também, o cargo de adido agrícola, é um cargo que a cada 4 anos a gente troca o adido, eu estou terminando, o meu período aqui.

A partir do ano que vem, vai ser uma colega, também do Ministério da Agricultura, também auditora fiscal federal agropecuária, chama-se Ellen Laurindo, extremamente competentes e desejo boa sorte a ela a partir de Janeiro, ela será nossa adida agrícola aqui em Rabat.

 

(MA): Nilson, mais uma vez, muito obrigado, pela sua participação.

 

O que achas desta entrevista? Ficas-te a conhecer melhor o potencial do Brasil? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.
Imagem: © 2022 Francisco Lopes-Santos 
Francisco Lopes-Santos
Francisco Lopes-Santos

Ex-atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

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