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Quinta-feira, Setembro 19, 2024

OMS: Surto Do Mpox É Emergência Internacional

A cooperação entre governos, organizações internacionais e a sociedade civil é essencial para enfrentar este desafio de saúde pública e evitar que o Mpox se torne uma pandemia Mundial.

OMS: Surto Do Mpox É Emergência Internacional


O aumento do Mpox (o vírus da Varíola dos Macacos) na República Democrática do Congo (RDC) e em um outro número crescente de países em África, bem como na Europa, na Ásia e nos EUA, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005), constitui uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (ESPII).

Perante a declaração de ESPII pelo Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, foi pedido hoje, para que seja criada uma resposta internacional unificada, perante a identificação da nova variante do vírus Mpox fora de África e, para que as pessoas não entrem em pânico com exemplos “alarmistas” que têm surgido.

A porta-voz da OMS, Margaret Harris, disse ainda, aos repórteres internacionais em Genebra que não havia necessidade de se entrar em pânico devido aos relatos que circulam, de pessoas que foram infetadas apenas por apertarem a mão a alguém que estava infectado, mas que ainda não apresentava erupções cutâneas.

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) também afirmou hoje, em Genebra que a doença afecta particularmente as comunidades marginalizadas que necessitam de informação clara sobre a forma de se protegerem e de identificarem os sintomas.

Essas comunidades, também precisam de ser convencidas a procurar assistência médica quando há sinais de infeção e, para isso, o estigma em torno da doença, que é a principal razão pela qual as pessoas não procuram ajuda, deve ser combatido.

 

A Resposta Mundial ao Mpox


A propagação da doença conhecida como Mpox, previamente referida como varíola dos macacos, tem vindo a preocupar as autoridades de saúde em todo o mundo.

Desde que apareceram novas variantes do vírus na Europa, até à expansão contínua em África, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem vindo a apelar por uma resposta unificada e coordenada, sublinhando a importância de uma ação rápida e eficiente para conter o avanço da epidemia.

A descoberta de uma nova clade do vírus na Suécia, seguida pelo registo do primeiro caso confirmado do Mpox na Ásia, e mais precisamente no Paquistão, são exemplos claros de como esta doença não respeita fronteiras, atingindo cada vez mais regiões do globo.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, foi claro e expressou a sua preocupação em relação à propagação do vírus, realçando que é fundamental que os países afectados colaborem na partilha de dados, melhorando a vigilância e a compreensão da transmissão.

Além disso, a necessidade de vacinas para os países mais afectados, especialmente em África, foi destacada como uma prioridade urgente. No entanto, a OMS também alerta contra o pânico desnecessário e os alarmismos.

Falsos Relatos

Apesar de existirem relatos de infeções através de contactos aparentemente inofensivos, como apertos de mão, especialistas indicam que a transmissão da doença geralmente ocorre em situações de contato físico muito próximo, como relações sexuais ou o uso de vestimentas e roupas de cama contaminadas.

Por outro lado, a situação na RDC agrava-se a cada dia. Com mais de 15.000 casos registados e cerca de 548 mortes desde o início do ano, a epidemia do Mpox já afeta todas as províncias do país, colocando um grande desafio às autoridades de saúde locais e internacionais.

O ministro da Saúde da RDC, Samuel-Roger Kamba, reforçou a necessidade de mobilização internacional para conter a propagação da doença e garantir o acesso a tratamentos adequados para a população.

A OMS, em conjunto com a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), tem trabalhado incansavelmente para fornecer informações precisas às comunidades mais afectadas, combatendo o estigma associado à doença e encorajando as pessoas a procurarem assistência médica quando surgem sinais de infeção.

Apesar dos esforços, a luta contra o Mpox continua a ser um desafio Mundial que exige uma resposta coordenada, especialmente com a ameaça de novas variantes do vírus.

 

A Expansão do Mpox


A epidemia do Mpox na República Democrática do Congo não é um fenómeno isolado, é parte de uma tendência preocupante de surtos em várias regiões de África e além.

O vírus, inicialmente confinado a países da África Ocidental e Central, começou a expandir-se de forma alarmante, levando à declaração de uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (PHEIC) pela Organização Mundial da Saúde.

A OMS, através do seu diretor-geral, alertou que a disseminação rápida do vírus na RDC e em países vizinhos exige uma resposta internacional coordenada.

A escalada do Mpox na RDC é particularmente preocupante devido à disseminação de uma nova variante, a clade 1b, que parece estar a propagar-se principalmente através de redes sexuais.

A OMS informou que esta variante já foi detectada em países vizinhos, como o Burundi, o Quénia, o Rwanda e o Uganda, todos eles a reportarem os primeiros casos do Mpox. A propagação do vírus fora das áreas endémicas tradicionais não só revela a facilidade com que se está a transmitir, mas também sublinha a necessidade de reforçar as medidas de controlo e prevenção em toda a região.

O aumento exponencial de casos na RDC, bem como o elevado número de mortes, reflete a fragilidade dos sistemas de saúde em muitas áreas afectadas. As províncias de Kivu Sul, Kivu Norte e Tshopo, no leste do país, são algumas das mais atingidas, mas o impacto do vírus é sentido em quase todo o território nacional.

Esta situação realça a importância de uma resposta Mundial eficaz, que inclua a distribuição de vacinas, o fortalecimento dos sistemas de vigilância e a disponibilização de tratamentos adequados.

Cooperação Internacional

A cooperação internacional é vital para travar o avanço do Mpox e evitarmos o surgimento de uma nova pandemia mundial, como a do COVID-19. No entanto, a falta de vacinas suficientes para cobrir as necessidades dos países mais afectados é um dos principais desafios enfrentados pelas autoridades de saúde.

A OMS estima que existam cerca de meio milhão de doses de uma das vacinas desenvolvidas contra o Mpox, mas a produção de mais vacinas será necessária para responder à crescente procura. Além disso, a OMS está a trabalhar com vários países para facilitar a doação de vacinas para África, onde a doença tem causado um impacto devastador.

A mobilização de recursos financeiros é outra questão crítica. A OMS já libertou fundos de emergência para apoiar as actividades de vigilância e resposta à epidemia, mas o financiamento total necessário para enfrentar o surto é muito maior.

A organização apelou aos doadores para contribuírem, destacando que, sem o apoio adequado, será difícil controlar a propagação do vírus e evitar que a situação se agrave ainda mais.

 

Uma Crise Mundial


O Mpox não é apenas uma preocupação para os países africanos; é uma ameaça Mundial. Em 2022, a propagação do vírus atingiu proporções alarmantes, com surtos a ocorrerem em várias partes do mundo, incluindo a Europa e os EUA. Este surto Mundial destacou a vulnerabilidade das populações em todo o mundo a doenças emergentes que anteriormente eram confinadas a regiões específicas.

A rápida disseminação do vírus através de redes sexuais em países onde nunca antes tinha sido registado é um sinal claro de que a saúde Mundial está interligada e que as doenças não conhecem fronteiras.

A resposta internacional à epidemia de 2022 foi marcada pela rápida mobilização de recursos e pela implementação de medidas de contenção. No entanto, apesar dos esforços, o vírus conseguiu espalhar-se, infectando milhares de pessoas em vários continentes.

Em Julho de 2022, a OMS declarou o surto do Mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, um reconhecimento da gravidade da situação e da necessidade de uma ação coordenada a nível Mundial.

Nos meses que se seguiram, a situação começou a melhorar, com uma diminuição sustentada no número de casos reportados. Em Maio de 2023, a OMS levantou o estado de emergência, uma vez que a propagação do vírus parecia estar sob controlo.

O Ressurgimento

Contudo, o ressurgimento do Mpox em várias partes de África, especialmente na RDC e a detecção de novas variantes do vírus em regiões como a Europa, Ásia e os EUA, demonstram que o risco de novos surtos ainda não foi completamente eliminado.

A pandemia do COVID-19 ensinou ao mundo a importância de estar preparado para emergências de saúde Mundial. No caso do Mpox, a coordenação internacional e o apoio às regiões mais afectadas são essenciais para evitar que a doença se torne uma ameaça ainda maior.

O aumento da vigilância, o reforço dos sistemas de saúde e a distribuição equitativa de vacinas e outros tratamentos, são passos fundamentais para conter a propagação da doença e salvar vidas.

Além disso, é crucial que a comunidade Mundial não negligencie a situação em África. A história do Mpox mostra que, quando as doenças são ignoradas em determinadas regiões, elas podem rapidamente transformar-se em ameaças generalizadas.

A luta contra o Mpox exige uma abordagem inclusiva, onde todas as regiões afectadas recebam o apoio necessário para poderem combater o vírus de forma eficaz.

 

Os Desafios do Combate ao Mpox


O combate ao Mpox enfrenta vários desafios, tanto a nível local como Mundial. Em África, onde o vírus é endémico, os sistemas de saúde frequentemente carecem dos recursos necessários para responder de forma eficaz aos surtos.

A falta de vacinas, de infraestruturas médicas adequadas e de acesso a tratamentos são algumas das dificuldades enfrentadas pelas autoridades de saúde em países como a RDC. Além disso, o estigma associado à doença impede muitas pessoas de procurarem assistência médica, o que contribui para a propagação do vírus nas comunidades locais.

A nível Mundial, a resposta ao Mpox enfrenta obstáculos relacionados com a equidade no acesso às vacinas e aos tratamentos. A produção limitada de vacinas significa que muitos países, especialmente os mais pobres, terão dificuldades em garantir as doses necessárias para imunizar as suas populações.

A OMS tem trabalhado para facilitar a doação de vacinas para os países mais necessitados, mas o processo de distribuição é lento e enfrenta desafios logísticos significativos.

Outro desafio importante é a falta de conhecimento sobre a doença em muitas partes do mundo. Embora o Mpox seja conhecida há décadas em África, em muitas outras regiões, o vírus é relativamente desconhecido.

Esta falta de consciência torna mais difícil a implementação de medidas preventivas eficazes, uma vez que as pessoas podem não reconhecer os sintomas da doença ou subestimar a gravidade da infeção.

A prevenção e o controlo do Mpox requerem uma abordagem multidisciplinar que inclua a educação das comunidades sobre a doença, a melhoria das capacidades dos sistemas de saúde e a coordenação internacional para garantir que os recursos sejam distribuídos de forma equitativa.

A cooperação entre governos, organizações internacionais e a sociedade civil é essencial para enfrentar este desafio de saúde pública e evitar que o Mpox se torne uma pandemia Mundial.

 

Conclusão


A expansão do Mpox é uma ameaça séria que exige uma resposta Mundial coordenada. A situação na RDC e em outros países africanos, destaca a urgência de fornecer apoio a estas regiões, garantindo que tenham acesso a vacinas, tratamentos e infraestruturas de saúde adequadas.

Ao mesmo tempo, é fundamental que a comunidade internacional esteja preparada para responder a surtos em outras partes do mundo, garantindo que o Mpox não se torne uma pandemia Mundial. A luta contra esta doença depende da cooperação internacional, do financiamento adequado e do compromisso contínuo para proteger a saúde Mundial.

 

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Imagem: © 2024 Katson Maliro / OMS
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