Síndrome do Impostor, problema no feminino.
A Síndrome do Impostor foi documentada pela primeira vez nos anos 1970. Apesar do que se pensa, não é uma doença, é um padrão de pensamento que nos pode levar a duvidar de nós próprios e a achar que é apenas uma questão de tempo até que os outros descubram que somos uma fraude.
Quem sofre de Síndrome do Impostor considera-se inferior aos outros e sente que não merece reconhecimento ou elogio por algo que tenha feito por mérito próprio, pois quando se alcança sucesso, isso deve-se apenas à sorte.
Com base em vários estudos e análises, está comprovado que a Síndrome do Impostor afeta um grande número de pessoas em todo o mundo. A síndrome pode afetar significativamente a vida pessoal e profissional de uma pessoa. E, ao contrário do que muitos pensam, este fenómeno não afeta apenas as mulheres, embora elas sejam um dos grupos com maior risco.
Um problema no feminino
Apesar de não ser um problema exclusivamente feminino, de acordo com vários estudos, a Síndrome do Impostor parece afetar mais as mulheres do que os homens.
Esta situação, pode estar relacionada a vários fatores, como o fato de as mulheres serem muitas vezes sub-representadas em campos profissionais ou acadêmicos, o que pode aumentar a sensação de não pertença e a pressão para sentirem a necessidade de se estarem a provar constantemente.
Além disso, há também uma maior pressão social para as mulheres se conformarem a padrões de beleza e comportamento, o que pode aumentar a insegurança e a sensação de inadequação.
No entanto, é importante notar que a Síndrome do Impostor pode afetar qualquer pessoa, independentemente do género, idade ou background cultural.
A Síndrome do Impostor
A Síndrome do Impostor não é uma doença, mas sim um padrão de pensamento que pode levar-nos a duvidar das nossas próprias capacidades. É um sentimento de que não somos competentes em determinadas áreas ou situações, mesmo quando confrontados com provas de que somos capazes de executar diferentes tarefas com sucesso.
Sentimos que estamos a fingir que conseguimos ser adultos e que tudo o que fizemos para alcançar o sucesso foi pura sorte. Pode afetar toda a gente, homens e mulheres, mas há grupos com maior risco, como pessoas que atingem grandes objetivos e que são perfeccionistas.
Estudos demonstram que pessoas que são diferentes dos seus pares – como mulheres que seguem carreiras profissionais na área da tecnologia ou até pessoas que são a primeira geração da sua família a estudar na universidade – apresentam maior probabilidade de ter a síndrome do impostor.
Autossabotagem
Quem tem a síndrome do impostor, acredita que o fracasso é inevitável e que a qualquer momento alguém experiente irá desmascará-lo na frente dos outros. Assim, mesmo sem perceber, pode preferir esforçar-se menos, evitando gastar energia para algo que acredita que não dará certo, diminuindo as chances de ser julgado por outras pessoas.
Esta autossabotagem pode manifestar-se em vários momentos e áreas da nossa vida, tais como no trabalho, na escola, em casa e nos relacionamentos.
Pode impedir-nos de pedir um aumento de salário ou uma promoção, fazer-nos evitar falar ou esclarecer dúvidas durante as aulas, fazer-nos sentir incapazes ou pouco preparados para lidar com a responsabilidade de cuidar de uma criança e até levar-nos a terminar uma relação antes que a outra pessoa o possa fazer.
Como prevenir
Muitas pessoas com a Síndrome do Impostor cresceram em famílias que valorizam excessivamente o sucesso.
Pais que elogiam excessivamente ou criticam constantemente, podem levar a pessoa a sentir que não é boa o suficiente nem nunca será. Além disso, a pressão em ambientes competitivos e traços de personalidade como o perfeccionismo também podem contribuir para a Síndrome do Impostor.
Para prevenir a, tal como diz o ditado “de pequenino se torce o pepino” convém os pais começarem-se a preocupar com os filhos, logo em tenra idade, a começar a elogiar o esforço no desempenho das tarefas e não apenas os bons resultados obtidos.
É importante lembrar que todos cometemos erros e, aceitar que a imperfeição faz parte da vida, é vital e importante e é o primeiro passo para evitar o aparecimento da Síndrome do Impostor.
Algumas estratégias que podem ajudar a combater a Síndrome, são informar-se sobre o que ela é, aceitar os seus sentimentos, mas focar-se nos factos, celebrar os sucessos, fazer uma lista dos seus feitos, ser realista e aceitar que ninguém é perfeito, não fazer comparações e falar sobre o que se sente.
Conclusão
A Síndrome do Impostor é um problema que pode afetar qualquer um de nós, mas saber reconhecer e lidar com ela é o primeiro passo para a sua cura.
É um problema que pode afetar muitas pessoas em diferentes áreas da vida, levando-as a duvidar constantemente das suas capacidades e a sentir-se como uma fraude. No entanto, é importante lembrar que este padrão de pensamento não reflete a realidade e que existem estratégias que podem ser adotadas para superar a síndrome.
Ao reconhecer o problema e trabalhar para ultrapassá-lo, as pessoas podem alcançar o sucesso e a realização pessoal que merecem, sem serem impedidas por pensamentos negativos e limitantes.
O que achas desta Síndrome do Impostor? Conheces alguém que sofra desta condição? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.
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