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Sábado, Abril 27, 2024

BAD Contra Empréstimos Pagos Em Recursos Naturais

"São mesmo maus, antes de mais porque não se consegue dar um preço justo aos ativos" - Akinwumi Adesina.

BAD Contra Empréstimos Pagos Em Recursos Naturais


O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, defendeu hoje o fim dos empréstimos que são pagos com recursos naturais, nomeadamente à China, considerando que isso ajudou a criar uma crise financeira no continente.

“São mesmo maus, antes de mais porque não se consegue dar um preço justo aos ativos”.

Disse o presidente do BAD numa entrevista à agência norte-americana de notícias Associated Press em Lagos, na Nigéria, acrescentando:

“Se um país tem minerais ou petróleo no solo, como é que se define um preço para um contrato de longo prazo, isso é um grande desafio”.

Ligar as receitas futuras das exportações de recursos naturais a empréstimos é muitas vezes um mecanismo utilizado pelos países para receberem financiamento antecipado que permita pagar os projetos de infraestruturas, e para os credores é uma maneira de reduzirem o risco de não serem pagos.

Angola, durante anos, utilizou este mecanismo nos empréstimos dados pela China, aos quais o petróleo era oferecido como garantia e, muitas vezes, era o próprio meio de pagamento.

A transição energética fomentou a utilização de veículos elétricos e causou um pico na procura de minerais, o que fez aumentar a utilização deste tipo de empréstimos em países como a República Democrática do Congo, rica em cobalto, por parte da China, que assim consegue fortalecer a sua posição na cadeia global de fornecimento de veículos elétricos e outros produtos tecnológicos.

“Há varias razões para eu dizer que África devia acabar com estes empréstimos baseados em recursos naturais”.

Vincou Adesina, salientando a Aliança para as Infraestruturas Verdes, uma iniciativa do BAD com o objetivo de “ajudar os países a renegociar estes empréstimos assimétricos, opacos e erradamente avaliados“.

Pelo menos 11 países africanos usaram este tipo de empréstimos feito por empresas e bancos como Glencore, Trafigura e o Banco Standard Chartered, sobre os quais os bancos multilaterais de desenvolvimento têm sido bastante críticos.

A AP pediu comentários a estas três entidades, e só a Trafigura respondeu:

“Estas firmas estão a permitir uma produção que de outra forma não seria possível, o que significa que estão a permitir crescimento económico, criação de empregos e geração de receita fiscal nos países em causa”.

Na entrevista, o Presidente do BAD, citou o caso do Chade, que caiu numa crise financeira grave devido a um empréstimo da Glencore, que acabou por consumir quase todas as receitas do petróleo, em vez de serem canalizadas para o financiamento de projetos que promovam o desenvolvimento.

Imagem: © 2024 Francisco Lopes-Santos
Lusa - Agência de Notícias de Portugal
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É a maior agência noticiosa de língua portuguesa, faz parte da Aliança das Agências de Informação de Língua Portuguesa e tem mais de 280 jornalistas espalhados por todo o mundo. Para além das principais cidades de Portugal, a Lusa tem delegações ou correspondentes permanentes na Bélgica, Espanha, Alemanha, Reino Unido, França, Luxemburgo, Rússia, Estónia, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, Índia, São Tomé e Príncipe, África do Sul, Argélia, Timor-Leste, Macau, China, Brasil, Venezuela, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Fornece um serviço noticioso a inúmeros jornais, rádios e canais de televisão portugueses, aos meios de comunicação social das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e a agências noticiosas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Subscrevem também os serviços da Lusa diversas instituições públicas e privadas.

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