Rebeldes do M23 ganham terreno na RDC
Os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23) estão a ganhar posições na província do Kivu Norte, na República Democrática do Congo (RDC), depois do fracasso do cessar-fogo, referem fontes locais.
Segundo fontes citadas pela agência France-Presse, os combates continuam entre o exército congolês e os grupos locais armados, de um lado, e os rebeldes do M23, apoiados pelo exército do Rwanda, segundo as autoridades de Kinshasa e a Organização das Nações Unidas (ONU).
O cessar-fogo devia ter tido lugar desde terça-feira “em toda a região oriental da RDC”, com base no calendário acordo em 03 de março, na minicimeira de Luanda e, anunciado pela presidência de Angola, mediadora nomeada pela União Africana (UA) para este conflito.
Ainda assim, os rebeldes avançaram e reforçaram o seu controlo sobre a capital provincial, Goma, uma cidade de mais de um milhão de habitantes, entre o Rwanda, a leste, e o lago Kivu, a sul.
O M23 lançou uma ofensiva em torno de Kirotshe e Shasha, nas margens do Lago Kivu, cortando parte do tráfego na estrada nacional para o Kivu Sul.
“Desde a manhã, tem havido combates após o ataque da M23”.
Disse ao telefone, Clodius Buhaze, membro da sociedade civil local, acrescentando que os rebeldes estão nas colinas “por cima do hospital, a menos de um quilómetro da estrada” e estão a ganhar terreno ao exército e aos milicianos locais que participaram nos combates.
O tenente-coronel Guillaume Ndjike, porta-voz da província do Kivu Norte, pediu à população, num vídeo colocado na rede social Twitter hoje à tarde para:
“Não atacar os vários contingentes destacados como parte da força regional da Comunidade da África Oriental”.
Esta força inicialmente foi mobilizada para impedir o avanço do M23, mas encontrou alguma hostilidade por parte da população que a acusa de apatia, reportou ainda a agência noticiosa francesa.
O grupo M23, dominado por tutsis, manteve-se inativo durante quase uma década, mas retomou os combates no final de 2021. Kinshasa acusa o Rwanda de apoiar este movimento rebelde, o que foi corroborado por peritos das Nações Unidas, ainda que Kigali o negue.
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Imagem: © 2023 Guerchom Ndebo