O percurso de Moçambique no Campeonato Africano das Nações de 2025 (CAN 2025) tem sido marcada por altos e baixos. Os Mambas, como são carinhosamente conhecidos, estão num momento decisivo das eliminatórias, com o objectivo claro de voltar a fazer história, ao garantir a qualificação para este prestigiado torneio.

No entanto, a recente exibição contra o Eswatini, na capital moçambicana, Maputo, trouxe uma mistura de frustração e esperança, com um empate por 1-1 que, embora suficiente para manter a liderança no Grupo I, deixou um gosto agridoce aos adeptos moçambicanos.

Entretanto, nesta terceira jornada, dos restantes países dos PALOP participantes, Cabo Verde que faz parte do Grupo C, perdeu em casa com o Botswana, por 1-0, dificultando o seu apuramento para a fase final, enquanto que Angola do Grupo F e a Guiné-Bissau do Grupo I, o mesmo que Moçambique, jogam hoje mais para o fim do dia.

A qualificação para o CAN 2025 que será disputada em Marrocos, entre Dezembro de 2025 e Janeiro de 2026, começou com grande optimismo para Moçambique. Iniciaram-se a vencer a Guiné-Bissau por 2-1 e empataram fora de casa contra o Mali, o que fez da equipa de Chiquinho Conde, a favorita no confronto contra Eswatini no Estádio do Zimpeto, infelizmente o jogo terminou empatado (1-1).

Na liderança do Grupo I com quatro pontos, Moçambique visava consolidar a sua posição e distanciar-se dos adversários directos. Com este empate, Moçambique mantém-se provisoriamente na liderança do grupo com cinco pontos. Contudo, esta posição pode mudar, já que o Mali e a Guiné-Bissau que ainda têm menos um jogo e somam quatro e três pontos respectivamente, jogam também hoje em Bamako.

Os Mambas controlaram a maior parte da partida, mas só conseguiram marcar na segunda parte, aos 74 minutos, quando Stanley Ratifo, finalizou um cruzamento de Bruno Langa. A equipa de Eswatini não baixou os braços e respondeu ao golo de Moçambique. Aos 80 minutos, Mavuso, com um remate preciso à entrada da área, empatou o jogo.

Com este resultado, o Eswatini conseguiu o seu primeiro ponto na competição, mas continua na última posição, após três jogos realizados. Moçambique contou com a presença da sua estrela em destaque, Geny Catamo que, no entanto, teve dificuldades em se impor no jogo devido à marcação apertada e entradas duras dos adversários.

As duas equipas voltam a encontrar-se na segunda-feira, desta vez na África do Sul, onde o Eswatini está a disputar os seus jogos em casa, devido à interdição dos seus estádios por falta de condições adequadas.

O jogo começou com muita intensidade, e Moçambique impôs-se rapidamente como a equipa dominante. Logo aos 3 minutos, o veterano Elias Pelembe testou a defesa do Eswatini, após uma jogada rápida pela direita. No entanto, o guarda-redes adversário, Xolani Gama, mostrou-se firme desde o início, negando várias oportunidades claras aos moçambicanos.

Ao longo do primeiro tempo, Moçambique manteve a pressão, com destaque para Geny Catamo que foi uma constante ameaça no ataque. Catamo que vinha de uma boa exibição no jogo anterior, foi o principal criador das jogadas ofensivas dos Mambas.

Apesar disso, a finalização deixou a desejar, com oportunidades desperdiçadas por Nene e Stanley Ratifo que falharam chances claras de golos antes do intervalo.

Após uma primeira parte sem golos, Moçambique voltou mais forte para o segundo tempo. Aos 58 minutos, Bruno Langa acertou no poste com um remate potente, quase abrindo o marcador para os Mambas.

A recompensa pelo esforço veio finalmente aos 73 minutos, quando Stanley Ratifo fez o 1-0, após uma assistência perfeita da ala esquerda. A vantagem deu um suspiro de alívio aos adeptos no Zimpeto, mas a alegria durou pouco.

O Eswatini que estava a lutar pelos seus primeiros pontos, não se deixou abater. Sete minutos após o golo de Moçambique, Thubelihle Mavuso, saído do banco, conseguiu igualar o marcador com um remate impressionante de fora da área, batendo o guarda-redes Ernani sem hipóteses.

Foi um golpe duro para os Mambas que até o apito final continuaram a pressionar na tentativa de marcar um segundo golo, mas para infelicidade de Moçambique, o empate manteve-se até ao fim.

Apesar da frustração de não conseguir os três pontos, o resultado mantém Moçambique no topo do Grupo I, com um ponto de vantagem sobre o Mali. Esta liderança provisória oferece uma base sólida para os próximos confrontos, mas Chiquinho Conde e a sua equipa sabem que há muito trabalho pela frente.

Os jogos restantes contra o Mali e a Guiné-Bissau serão decisivos para determinar o destino de Moçambique na competição. O empate com Eswatini serviu como um alerta de que nenhuma equipa pode ser subestimada nesta fase das eliminatórias.

Uma das maiores preocupações para Moçambique tem sido a eficácia na finalização. Embora o domínio do jogo seja inegável, a capacidade de converter oportunidades claras em golos tem faltado. Chiquinho Conde terá que trabalhar para melhorar este aspecto, especialmente nas partidas decisivas que se aproximam.

Geny Catamo continua a ser uma das peças-chave de Moçambique, demonstrando grande habilidade tanto na criação de jogadas como na sua entrega defensiva. O seu papel de distribuidor no meio-campo tem sido crucial para o sucesso dos Mambas e espera-se que continue a desempenhar este papel nas próximas partidas.

Reinildo Mandava que teve uma exibição sólida tanto no ataque quanto na defesa, também merece destaque. A sua capacidade de contribuir em ambas as frentes será vital para Moçambique, especialmente nos jogos contra adversários mais fortes como o Mali.

Moçambique continua o seu percurso em direcção ao apuramento do CAN 2025, com uma mistura de desafios e oportunidades. O empate com o Eswatini trouxe lições importantes sobre a necessidade de maior precisão na finalização e gestão de vantagens em jogos decisivos.

Com a liderança ainda nas mãos, os Mambas têm tudo para garantir a qualificação, mas devem estar atentos aos próximos jogos para manter o foco e a determinação.

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