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ToggleAngola: Aceleração Digital Recebe 300 Milhões
Angola vai beneficiar de um financiamento de 300 milhões de dólares (280 milhões de euros) do Banco Mundial, com o intuito de acelerar a inclusão digital e expandir o acesso a serviços digitais.
Este apoio faz parte de um projeto mais amplo de Digitalização Inclusiva na África Oriental e Austral (IDEA) que conta com um investimento total de 2,48 mil milhões de dólares (2,31 mil milhões de euros) da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) e do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD).
Estrutura do Projeto
O programa abrange 15 países e comunidades económicas regionais e enfrenta desafios como a cobertura limitada da Internet, infraestruturas de dados inadequadas, acessibilidade dos dados e dispositivos, competências digitais limitadas, riscos de cibersegurança e protecção de dados.
A iniciativa pretende fomentar o crescimento económico sustentável através de poupanças de custos a longo prazo, eficiência e ganhos de produtividade resultantes da maior adoção digital por parte de cidadãos, empresas e governos na região.
O IDEA será implementado em fases ao longo de oito anos, começando com Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Malawi na primeira fase. Outros países e organismos regionais poderão participar em fases subsequentes, dependendo da sua elegibilidade e preparação. A coordenação regional do programa será liderada pelo Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA).
Componentes do Projeto
Em Angola, o Projeto de Aceleração Digital, parte do IDEA, tem como objectivo acelerar a inclusão digital, aumentar o acesso a serviços digitais e criar oportunidades para o avanço da economia digital.
Com um financiamento de 300 milhões de dólares do BIRD, o projeto será coordenado pelo instituto de Modernização Administrativa (IMA) que supervisiona a transformação digital do governo, em parceria com outras instituições do sector.
Espera-se também a mobilização de cerca de 80 milhões de dólares em investimentos do sector privado.
O projeto angolano está estruturado em três componentes principais:
- Interligação e inclusão de banda larga a preços acessíveis: Visa aumentar o acesso a serviços de Internet de qualidade e criar espaços comunitários digitais, como laboratórios de informática e programas de literacia digital para iniciantes.
- Ampliação de infraestruturas públicas digitais, inclusivas e seguras: Foca-se em incentivar a inovação no governo e sector privado, facilitando o acesso dos cidadãos a serviços públicos e privados online. Irá construir a Infraestrutura Pública Digital de Angola, criando um ambiente propício para o crescimento da economia digital.
- Utilização digital produtiva para oportunidades económicas: Criará mais oportunidades para os angolanos, promovendo os benefícios económicos do uso da Internet e apoiando iniciativas empresariais e empreendedores digitais.
Prevê-se que o projeto beneficie mais de 13 milhões de pessoas em Angola, com especial atenção para mulheres, pessoas com deficiência e aquelas que vivem em áreas de baixo rendimento.
Os cidadãos e empresas das zonas periurbanas e rurais, pouco servidas pela economia digital, terão acesso melhorado a uma Internet de qualidade e preços acessíveis. Além disso, funcionários públicos e empreendedores digitais terão oportunidades de melhorar e actualizar as suas competências, permitindo-lhes aproveitar produtivamente as soluções digitais disponíveis.
Impacto e Benefícios
O Governo angolano, através do PADA (Projecto de Aceleração Digital de Angola), pretende transformar o país numa sociedade totalmente digitalizada. Segundo o Diretor-Geral do IMA, Meick Afonso, o projeto resolverá problemas básicos como a obtenção de documentos junto da administração pública e a consulta de informações detidas pelo Estado.
O PADA também facilitará a celebração de contratos entre partes interessadas em realizar negócios e encurtará distâncias, melhorando a comunicação e gerando impacto social significativo nas comunidades menos favorecidas.
Durante a Consulta Pública do PADA, realizada no Centro de Imprensa da Presidência da República (CIPRA) em Luanda, Meick Afonso destacou que o projeto permitirá uma gestão mais eficiente dos serviços públicos, atendendo às necessidades de cada cidadão e promovendo uma sociedade digital segura e inclusiva que impulsiona o empreendedorismo e cria oportunidades.
Conclusão
A transformação digital de Angola, impulsionada pelo PADA que visa transformar o país numa sociedade 100% digitalizada, representa um marco significativo na modernização do país.
O financiamento do Banco Mundial e a coordenação do IMA são pilares essenciais para esta evolução que promete resolver desafios administrativos e de comunicação, mas também abrir novas possibilidades para o desenvolvimento económico e social.
A digitalização ampla e inclusiva vai melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e fortalece a economia. Com uma ampla participação pública e privada, este avanço tecnológico será fundamental para o desenvolvimento sustentável de Angola, criando uma base sólida para uma sociedade mais justa e interligada.
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Imagem: © DR