Burkina Fasso dá o grito do Ipiranga.
O primeiro-ministro do Burkina Fasso, Apollinaire Kyelem de Tambela, convidou hoje, 3 de Março de 2023, o Chade a fazer parte de um projeto de federação já iniciado com o Mali e a Guiné-Conacri, informou o seu gabinete em comunicado.
“O Chade está mais próximo culturalmente. Temos semelhanças culturais. Com o Mali e a Guiné estamos num processo de federação”.
Disse Tambela à margem da celebração da 28.ª edição do Festival Pan-Africano de Cinema e Televisão de Ouagadougou, onde esteve o ministro chadiano dos Assuntos Culturais, Património Histórico, Turismo e Artesanato, Abakar Rozzi Teguil.
“Porque não se juntaria o Chade a nós neste processo? Se o Chade, com o poder e a experiência do seu exército, se juntar a esta federação, seremos uma força”.
“E devemos fazê-lo com o entendimento geral, incluindo o da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)”.
“Estamos conscientes de que podemos viver fora dele [CEDEAO], mesmo que não seja o nosso desejo”.
Sustentou o primeiro-ministro do Burkina Fasso.
O ministro chadiano, por seu lado, limitou-se a garantir o seu apoio ao Burkina Fasso.
“Como todos os outros países em dificuldade, o Burkina Fasso está a levantar-se”.
“Sempre estivemos ao lado do Burkina Fasso e continuaremos a estar”, assegurou Teguil.
A 02 de Fevereiro de 2023, Tambela propôs ao Mali, durante uma visita a este país vizinho, constituir uma “federação flexível” durante o período de transição de ambos os Estados, governados por juntas militares.
Alguns dias mais tarde, o Burkina Fasso e o Mali, juntamente com a Guiné-Conacri, país também governado por uma junta militar, optaram por reforçar as suas relações tripartidas numa reunião dos seus ministros dos Negócios Estrangeiros.
Nos últimos meses, tanto o Burkina Fasso como o Mali afastaram-se do seu parceiro tradicional e antiga metrópole, a França, e decretaram a expulsão das suas tropas dos seus territórios, enquanto reforçaram a aproximação à Rússia.
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Imagem: © 2023 DR