África é palco da nova guerra fria Rússia/EUA.
A nova Guerra Fria, combate-se agora em África, com os Estados Unidos da América (EUA) a tentarem fortalecer a sua presença no continente africano, para combater a crescente influencia da Rússia e da China.
Com esse objetivo em vista, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, realizará uma visita oficial, a três países de África, no final de Março. A Casa Branca anunciou que a visita ocorrerá no período de 26 de Março a 01 de Abril e que será ao Gana, à Tanzânia e à Zâmbia.
Os objectivos
Os Estados Unidos têm intensificado a sua presença em África e, recentemente, Antony Blinken, chefe da diplomacia norte-americana, esteve na Etiópia e no Níger, enquanto Jill Biden, mulher do presidente Joe Biden, visitou o Corno de África em Fevereiro.
Durante a visita de Harris, estão previstas reuniões com os presidentes dos países visitados para discutir temas como democracia, crescimento inclusivo e sustentável, segurança alimentar e a adaptação climática.
Além disso, a visita de Kamala Harris também marca um momento histórico na política dos Estados Unidos, já que ela é a primeira vice-presidente negra e a primeira mulher a ocupar o cargo. Harris será observada como um modelo inspirador para as mulheres em todo o mundo, mostrando que é possível atingir posições de liderança, quebrando barreiras históricas.
A visita oficial de Harris é apenas uma das muitas que a Administração Biden planeia fazer para África ainda este ano, sendo a próxima, prometida pelo visita do próprio presidente Joe Biden que deverá ocorrer ainda este ano em 2023. A cimeira sobre África, que ocorreu em Dezembro de 2022, em Washington, também demonstrou a importância que os EUA dão à relação com os países africanos.
A disputa pelo poder em África
Nos últimos anos, África tem sido palco de uma disputa acirrada entre as potências mundiais em busca de recursos e influência. A China, em particular, tem intensificado os seus investimentos em África, tornando-se o maior parceiro comercial do continente tendo ultrapassado os 200 mil milhões de dólares, em investimentos em infraestrutura, recursos naturais e tecnologia, em vários países africanos.
A Rússia também tem aumentado a sua presença em África, particularmente no campo da segurança. Em 2019, organizaram uma conferência de segurança no continente que contou com a presença de mais de 40 líderes africanos. Além disso, a Rússia tem fornecido armas e treinamento militar para vários países africanos, incluindo a República Centro-Africana e o Sudão.
Os EUA estão em uma corrida para estabelecer laços mais estreitos com África e fortalecer a sua posição como um parceiro-chave da região. A visita de Harris é um sinal positivo de que os EUA estão comprometidos com o desenvolvimento e o crescimento no continente e estão prontos para trabalhar em conjunto com os países da região para enfrentar os desafios globais.
Com a crescente influência da Rússia e da China em África, os EUA estão a procurar formas de fortalecer a sua presença na região e manter a sua posição ajudando os países africanos a superar os desafios, como o pós pandemia da COVID-19 e as alterações climáticas.
Conclusão
A visita de Kamala Harris a África é um sinal claro da importância que os EUA atribuem à região e, vem em resposta ,ao crescente investimento e influência da Rússia e da China no continente.
Com esta visita os EUA tentam provar que estão prontos para trabalhar com os países africanos para promover a democracia, a estabilidade e o crescimento sustentável, fortalecendo a relação entre os dois lados e apoiando o desenvolvimento global.
A presença em África da primeira vice-presidente negra e primeira mulher a ocupar esse cargo na história dos EUA, é um marco importante que mostra a importância da diversidade e da representatividade na política norte-americana.
O que achas desta visita? África sai a beneficiar ou nem por isso? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.
Imagem: © 2019 Gage Skidmore