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Sábado, Novembro 9, 2024

XVI CAN: Vitória Do Egipto E Homenagem Inédita

“É bom saber que ao fim destes anos todos, ainda sou lembrada” – Fernanda Santos, uma das homenageadas.

XVI CAN: Vitória Do Egipto E Homenagem Inédita


O XVI Campeonato Africano de Natação Pura e Águas Abertas (CAN), terminou no passado domingo, com uma dupla vitória do Egipto.

A competição, que se realizou pela primeira vez em Angola, decorreu de 30 de Abril até 5 de Maio, com o Egito a conquistar 47 medalhas, sendo 15 de ouro, 19 de prata e 13 de bronze no total. Na segunda posição ficou a África do Sul, campeã destronada, com 38 medalhas, das quais 13 de ouro, 14 de prata e 11 de bronze.

A anfitriã Angola ficou na oitava posição, com uma medalha de prata conquistada por Lia Lima. No término do evento, a Federação Angolana de Natação (FAN) organizou uma gala inédita em Luanda, reconhecendo 150 individualidades que contribuíram para o desenvolvimento e a promoção da natação em Angola.

 

Uma Vitória Angolana


Angola hospedou o maior campeonato da história da Confederação Africana de Natação, contando com a participação de 42 nações, superando a edição de 2018 realizada na Argélia. O CAN superou as expectativas, tanto da organização quanto dos visitantes, tendo reunido diversas gerações de atletas e dirigentes, marcando um ponto de viragem na história do continente.

Um dos pontos altos, foi claramente a gala de homenagem às antigas lendas da natação, promovida pela Federação Angolana (FAN), que reuniu a família da modalidade, desde os praticantes dos anos 80 até os mais jovens, reconhecendo a contribuição de 150 personalidades, ao longo das diferentes épocas,

“O balanço é positivo, superamos as nossas expectativas e a dos visitantes”.

“Uma coisa é certa, todos que entraram na Piscina de Alvalade tiveram esta apreciação”.

“Temos qualidades e estamos prontos para os novos desafios”, referiu Joaquim Santos o presidente da FAN.

Na parte desportiva, o Egito brilhou intensamente ao conquistar um total impressionante de 47 medalhas, demonstrando sua supremacia na competição. Com 15 medalhas de ouro, 19 de prata e 13 de bronze, os atletas egípcios deixaram a sua marca no torneio, destacando-se como uma potência na natação africana.

A África do Sul, a campeã anterior, teve de se contentar com o segundo lugar, conquistando 38 medalhas (13 medalhas de ouro, 14 de prata e 11 de bronze). O terceiro lugar coube à Argélia, com 9 medalhas de ouro, 5 de prata e 11 de bronze, num total de 25. Angola, o país anfitrião, demonstrou a sua competitividade ao contribuir com uma medalha de prata, conquistada por Lia Lima.

Lia Lima, ao falar com a imprensa no encerramento do CAN, expressou a alegria pela sua participação, de forma emotiva.

“Agradeço a todos os angolanos em geral pelo apoio prestado durante os quatro dias de competição”.

“Não tinha ideia do carinho que o público tinha por nós, sentir os gritos das bancadas foi bastante emocionante”.

“Obrigado, Angola”.

 

A Vitória do Egipto no CAN


Na competição de Natação Pura do CAN, realizada na piscina do Alvalade, o Egipto mostrou a sua excelência ao dominar em todas as categorias, tanto masculinas como femininas, com destaque para a nadadora Lojine Hamed, que conquistou quatro medalhas de ouro (200, 400, 800 e 1500m livres) e foi coroada como a atleta mais valiosa (MVP) da competição.

Na prova de Águas Abertas, os nadadores egípcios continuaram a sua saga de sucesso, conquistando o título de campeão africano em ambos os sexos. Marwan Elamrawy liderou a equipe masculina, enquanto Lamees brilhou na categoria feminina, assegurando o ouro para o Egipto.

 

Eventos Paralelos ao CAN


Além do CAN, realizou-se o Congresso da Confederação Africana, resultando na eleição do senegalês Mohamed Diop como líder, sucedendo ao sul-africano Sam Ram Samy. A participação de Angola na competição foi marcada pela inclusão do presidente da Federação Angolana de Natação, Joaquim Santos, no Bureau da instituição Africana.

 

A Gala da Celebração do Mérito e Dedicação

No fim do CAN, a Federação Angolana de Natação (FAN) organizou uma gala em homenagem a 150 individualidades que contribuíram para o desenvolvimento e a promoção da natação em Angola, em oito categorias diferentes. Além da novidade em si, o evento além de homenagear os feitos do passado, também celebrou aqueles que continuam a moldar o futuro da natação no país.

Atletas de Mérito:

Entre os honrados na categoria de atleta de mérito, destacam-se os que deixaram uma marca indelével no panorama da natação angolana como o atleta Francisco Lopes-Santos, bem com outros notáveis como Nádia Cruz, Lia Lima e Pedro Pinotes. Estes atletas não só alcançaram o sucesso pessoal, mas também inspiraram as gerações futuras a seguir os seus passos.

Da lista também constam, Jorge Lima, Michele Pessoa, Pedro Lima, António Monteiro “Bambino”, Mariana Henriques, Paulo Rebelo, Hélder Fortes, Henrique Mascarenhas, Daniel Francisco, Catarina Sousa, João Matias, Jorge Antunes, João Aguiar, Nuno Rola, Ana Romero, Gaspar Fragata, Elsa Freire, Ana Nóbrega, Nhara Fernandes, Maria Freitas e Rafaela Santo.

Treinadores de Mérito:

Por trás de cada atleta de destaque, há um treinador dedicado e visionário. César Ribeiro que há mais de uma década orientou diversas selecções nacionais e o Clube Náutico da Ilha Luanda (CNIL), foi o destaque entre os treinadores de mérito. O seu papel crucial na formação de talentos e na orientação de seleções nacionais e clubes locais foi reconhecido com louvor.

Ao lado dele, figuram outros treinadores como António Merlini, Joaquim Pestana, Osvaldo de Morais, Artur Henrique, Carlos Alberto, Francisco Freire (já falecido), Maria Graça, João Aguiar e Ricardo Aguiar.

Dirigentes de Mérito:

A gestão eficaz e a liderança visionária são elementos essenciais para o sucesso de qualquer federação desportiva.

Na categoria de dirigentes de mérito, Gabriela Antunes, Ana Lima, Francisco Nesto “Corimba”, Mário Fernandes, António Monteiro” Bambino”, Joaquim Pestana, António Matos, José Pintassilgo, Luís e Silva e José Fernandes, foram alguns dos indivíduos destacados por seu compromisso inabalável com o avanço da natação em Angola.

O seu trabalho incansável nos bastidores ajudou a criar um ambiente propício para o crescimento e a excelência.

Amantes da Modalidade:

Além dos atletas e dos profissionais diretamente envolvidos na natação, é crucial reconhecer o papel dos entusiastas cujo apoio inestimável à modalidade, foi fundamental para o seu desenvolvimento.

Nomes como Fernanda Santos, Maria Fetal, Mário Rocha, Elizabeth Freire, José Romero, Carlos Freitas, Haddy Nascimento, Gonçalo Mascarenhas e Luís Costa, foram homenageados pelo seu amor e dedicação à natação. Seja através do voluntariado, do patrocínio ou do apoio moral, estes indivíduos desempenham ou desempenharam, um papel vital no fortalecimento e na expansão da modalidade.

Árbitros Excepcionais:

Por trás de cada competição justa e equilibrada, a manter a Integridade e a Justiça da modalidade, estão os árbitros dedicados que garantem o cumprimento das regras e regulamentos.

Jorge Lima, Regina Pereira, Manuel Neto, Osvaldo Morais, Joaquim Pestana, Carlos Freitas, Georgina Xamuzembe, Maria Aparício, Lino Lourenço e o Kimbo Kiambata, foram alguns dos árbitros excepcionais reconhecidos durante a gala. A sua imparcialidade e profissionalismo ajudaram a elevar o padrão da arbitragem na natação angolana.

Equipes de Luxo:

O sucesso no desporto é sempre resultado do trabalho em equipe e da colaboração harmoniosa entre diversos intervenientes cuja coesão e a colaboração é fundamental. A categoria de equipa de luxo reconheceu não apenas os membros da federação (FAN), mas também aqueles que contribuíram para o crescimento e a sustentabilidade da modalidade.

Nomes como Wini Morais, Nuno Elias, Tchissola Santos, Artur Henriques, Emanuel Palha, Anderson Dias, Gilberto Silva, Bruno Ferreira, Ana Nóbrega, Luís Flora e Kimbu esse Kiambata, foram aplaudidos pelo seu compromisso com a excelência e a inovação.

 

Conclusão


O CAN foi muito mais do que uma competição desportiva. Foi um evento que uniu nações, celebrou a excelência atlética e promoveu a camaradagem entre os países africanos. A dupla vitória do Egipto é um testemunho não apenas do talento dos seus atletas, mas também do potencial ilimitado do continente africano no panorama desportivo mundial.

É de destacar a gala histórica organizada pela FAN que celebrou não só os feitos passados, mas também lançou um olhar para o futuro promissor da natação em Angola. Ao homenagear figuras proeminentes e reconhecer as suas contribuições, a FAN reafirmou o seu compromisso com o desenvolvimento, crescimento e a excelência da natação no país.

Num à parte, se os nossos caros leitores o permitirem, este vosso modesto Jornalista/Editor, tendo sido um dos homenageados, sente-se honrado por fazer parte da história da modalidade, mas mais importante do que isso, foi ver que Angola, prefere homenagear os seus ídolos em vida do que depois de eles terem partido.

Como eu costumo dizer, as homenagens são para os vivos, pois os homenageados, já não querem saber delas depois de mortos e a prova disso foi ver a minha mãe, uma simpática senhora de 89 anos que muito fez pela natação em Angola e que também teve a honra de ser homenageada a dizer com lágrimas nos olhos;

“É bom saber que ao fim destes anos todos, ainda sou lembrada”.

 

Seguiste o CAN? O que achas deste evento realizado por Angola? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 


Imagem: © 2024 DR
Francisco Lopes-Santos

Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

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Francisco Lopes-Santos
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Atleta olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.
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