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ToggleHuawei Na Vanguarda Da Era Digital Em Angola
A Huawei está no centro de um dos mais recentes avanços tecnológicos em Angola, posicionando-se como peça-chave no motor do desenvolvimento mundial. Ficou claro que o país se prepara para dar um salto qualitativo nas telecomunicações, no armazenamento de dados e na formação de quadros altamente qualificados.
Com a entrada de gigantes multinacionais como a Huawei e a Raxio em Angola, o país afirma-se como um actor relevante no panorama africano da transformação digital. O desafio, não se limita à construção de infra-estruturas digitais de última geração, mas também à criação de mecanismos que permitam que todos os cidadãos, usufruam de forma equitativa dos benefícios da era digital.
Neste contexto, Angola encontra-se diante de uma oportunidade estratégica para reduzir assimetrias tecnológicas, modernizar sectores vitais e posicionar-se como um polo de inovação na África Subsaariana.
As iniciativas agora anunciadas, que passam pela construção de centros de pesquisa, desenvolvimento e dados, demonstram como a digitalização pode beneficiar todos os sectores da sociedade, das universidades aos hospitais, das pequenas empresas às grandes corporações, oferecendo novas ferramentas para melhorar a vida quotidiana e acelerar o progresso colectivo de Angola.
Huawei em Angola

A multinacional chinesa Huawei, anunciou em Luanda que pretende instalar até 2027 um centro de pesquisa e desenvolvimento dedicado ao reforço da inclusão digital em Angola e ao alargamento da sua presença em África.
A revelação foi feita após um encontro entre o Presidente da República, João Lourenço, e a delegação da empresa, chefiada por Hover Gao, responsável da Huawei para a África Subsaariana.
Em declarações à imprensa, António Hou, director-geral para os países lusófonos, explicou que o futuro centro terá como missão acelerar a transformação digital e contribuir para que Angola alcance o acesso universal à internet. A empresa sublinha que a tecnologia não deve ser privilégio de poucos, mas sim uma ferramenta ao serviço da colectividade.
“A tecnologia não é um privilégio, é para todos, sem deixar ninguém para trás”, afirmou António Hou.
O projecto, ainda em fase de definição quanto ao local e ao montante do investimento, já foi confirmado como prioridade da multinacional. Além de infra-estruturas, a Huawei anunciou um plano de formação ambicioso: até 2027 pretende formar sete mil jovens angolanos em áreas estratégicas como a inteligência artificial, a conectividade e as tecnologias emergentes.
Esta iniciativa contempla ainda a selecção de 5 estudantes que participarão em programas avançados de formação na China, reforçando a ligação académica e profissional entre os dois países.
Fundada em 1987 por Ren Zhengfei, engenheiro do Exército Popular da China, a Huawei é uma das maiores empresas privadas chinesas, com sede em Shenzhen, na província de Guangdong.
Presente em mais de 170 países, emprega cerca de 190 mil pessoas em todo o mundo, sendo líder mundial em infra-estruturas de telecomunicações, especialmente no desenvolvimento da tecnologia 5G, produção de smartphones, tablets, laptops e dispositivos inteligentes, assim como oferece soluções em computação em nuvem, inteligência artificial e big data.
Talentos e Parcerias
O investimento em capital humano é apontado como um dos pilares desta aposta. A Huawei reforçou que não se trata apenas de erguer edifícios ou instalar equipamentos, mas também criar competências sólidas no seio da juventude angolana.
Ao estabelecer parcerias com as principais universidades nacionais, a empresa assegura que os estudantes terão acesso a formação de ponta e a oportunidades que antes eram restritas a centros tecnológicos de referência mundial.
O compromisso é também de longo prazo: a multinacional, pretende tornar Angola numa referência africana no desenvolvimento de talentos digitais. A lógica é simples: quanto maior a formação dos jovens, mais preparado estará o país para integrar-se na revolução tecnológica da Indústria 4.0.
A expectativa é que este processo influencie positivamente outros sectores da economia, incluindo saúde e educação, criando uma cadeia de valor que ultrapassa largamente o domínio das telecomunicações. A meta final é assegurar a inclusão digital equitativa, evitando que populações inteiras fiquem excluídas da nova economia digital.
Raxio AO1

Paralelamente ao anúncio da Huawei, Luanda testemunhou a inauguração do primeiro Data Center neutro Tier III em Angola, um projecto da multinacional britânica Raxio. Localizado em Cacuaco, o centro baptizado Raxio AO1 representa um investimento inicial de 30 milhões de dólares e é considerado um marco estratégico para o país.
O Data Center, 100% neutro em termos tecnológicos, vai arrancar com 100 racks (prateleiras para servidores), juntando-se, assim, aos outros concorrentes que já existem no mercado angolano.
Com certificação internacional Tier III, a infra-estrutura garante redundâncias em energia e refrigeração, assegurando o funcionamento ininterrupto durante todo o ano. Este tipo de certificação garante que o centro pode realizar manutenções sem prejudicar a operação dos clientes, factor crucial para instituições financeiras, companhias tecnológicas e organismos públicos.
O conceito “colocation”, adoptado pelo projecto, permite que diferentes empresas aloquem os seus servidores num espaço comum, reduzindo custos e aumentando a fiabilidade. A neutralidade da Raxio assegura ainda liberdade na escolha de fornecedores de internet, multiplicando as opções de conectividade e garantindo flexibilidade na migração de serviços.
Infra-estruturas e Indústria 4.0
Na era em que os dados são considerados o novo ouro, a construção de data centers robustos torna-se fundamental para qualquer economia que pretenda crescer de forma sustentável. Manter infra-estruturas próprias é cada vez mais dispendioso, e muitas vezes contraproducente, especialmente em sectores como a banca ou a saúde, onde a continuidade de serviços é vital.
O centro da Raxio surge, assim, como uma resposta moderna e eficaz às necessidades do mercado angolano. Ao oferecer segurança, escalabilidade e redundância, liberta as instituições para se concentrarem nos seus negócios principais, sem o ónus da gestão de servidores.
“Se cada banco construísse o seu próprio Data Center, teríamos uma cidade estrangulada de estruturas”.
Explicou Maria Pinto, a directora-geral da Raxio em Angola, sublinhando que actualmente, dezenas de empresas já estão a migrar as suas infra-estruturas para os Data Center do grupo Raxio. Esse processo tem sido relativamente simples, desde que bem planeado, com um cronograma realista e alinhado com os clientes. Sendo que a expansão para a segunda fase vai depender do sucesso da primeira.
Este projecto junta-se a outros da Raxio já implementados em países como a Costa de Marfim, República Democrática do Congo, Etiópia, Moçambique, Tanzânia e Uganda, reforçando a rede africana de infra-estruturas digitais e colocando Angola num patamar de destaque no mapa continental da transformação digital.
Conclusão
As duas iniciativas, o centro de pesquisa da Huawei e o Data Center da Raxio, demonstram que Angola está a transformar-se num polo tecnológico em ascensão. A aposta simultânea em infra-estruturas físicas e em capital humano sugere uma estratégia equilibrada, capaz de gerar resultados sustentáveis a médio e longo prazo.
A digitalização é, cada vez mais, um processo inevitável. E, ao colocar-se na vanguarda desse movimento em África, Angola abre portas para atrair mais investimentos estrangeiros, diversificar a sua economia e preparar as novas gerações para os desafios de um mundo dominado pela inteligência artificial e pelos dados.
O futuro digital de Angola será tanto mais sólido quanto mais conseguir conjugar infra-estruturas robustas com a capacitação dos seus cidadãos. Se os projectos se concretizarem nos moldes anunciados, Angola poderá emergir como referência africana na Indústria 4.0, criando uma economia digital aberta, segura e inclusiva, onde todos terão acesso às oportunidades do século XXI.
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Imagem: © 2018 Mykhailo Polenok