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Sábado, Julho 27, 2024

Feliz Natal, Aos Homens De boa Vontade.

O Natal representa uma das festividades cristãs mais significativas e é uma ocasião celebrada em todo o mundo, inclusive por aqueles que não seguem uma fé religiosa.

Feliz Natal, Aos Homens De boa Vontade.

Hoje não publicamos noticias. Não é que não as aja, apenas não queremos estragar a quadra. Como tal, vamos falar um pouco do Natal, segundo Fernando Pessoa.

 

O Natal Pessoano

O Natal representa uma das festividades cristãs mais significativas e é uma ocasião celebrada em todo o mundo, inclusive por aqueles que não seguem uma fé religiosa. Pessoa explorou, em várias incursões literárias, este dia especial, profundamente enraizado nos costumes e cultos da humanidade.

As suas reflexões sobre o Natal são caracterizadas por uma abordagem dispersa e heterogénea, revelando diversas facetas da sensibilidade e poesia pessoanas, tanto de natureza literária quanto filosófica e religiosa.

É relevante salientar que, ao longo da sua vida, Pessoa experienciou diferentes fases e sensibilidades religiosas e espirituais, reconhecendo-se, em última instância, no contexto da Cristandade, embora à margem das instituições eclesiásticas.

Nos últimos anos de vida, o cristianismo de Pessoa alinhou-se, principalmente, com a corrente gnóstica, conforme afirmou em 1928. Essa perspectiva cristã, considerada heterodoxa, revela supostas ligações à mística e aos Templários, temas que cativaram profundamente o autor de a “Mensagem”.

Em tom de despedida, fica aqui um dos poemas que Pessoa escreveu sobre o Natal.

 

Natal

Publicado durante a sua vida na revista modernista Contemporânea, em 1922, este poema, revela o lado mais cético de Pessoa, acompanhado de um certo tédio, agnosticismo e um fundo de ocultismo. É, sem dúvida, um poema provocador e inquietante, que expõe uma das facetas mais complexas do pensamento de Pessoa: a incapacidade da procura do conhecimento, perante o insondável mistério da vida.

Nasce um Deus. Outros morrem. A verdade

Nem veio nem se foi: o Erro mudou.

Temos agora uma outra Eternidade,

E era sempre melhor o que passou.

 

Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.

Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.

Um novo deus é só uma palavra.

Não procures nem creias: tudo é oculto.

Hoje, ficamos por aqui, desejando a todos um Feliz Natal e Festas Felizes.

 

Imagem: © 2023 Francisco Lopes-Santos 
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