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Sábado, Agosto 9, 2025

Emissões De Carbono Negro São Subestimadas

As estimativas das emissões nocivas de carbono negro no "Sul Global" foram significativamente subestimadas de acordo com novas medições, revela um estudo de investigadores da Universidade de Washington publicado na revista científica Nature Communications.

Emissões De Carbono Negro São Subestimadas


Os cientistas descobriram que as concentrações de Carbono Negro na atmosfera nas áreas de baixo e médio rendimento do sul global (países em desenvolvimento e subdesenvolvidos) foram subestimadas em aproximadamente 38%, divulgou hoje a agência noticiosa privada espanhola Europa Press.

O Carbono Negro, vulgo fuligem, tem um poder de aquecimento da atmosfera até 1.500 vezes superior ao do dióxido de carbono (CO2), de acordo com a Coligação para o Clima e o Ar Limpo (CCAC, na sigla em inglês), criada no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Formado durante a combustão incompleta de biomassa (madeira, resíduos verdes) ou de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás), permanecer na atmosfera durante cerca de 12 dias. O Carbono Negro afecta gravemente a saúde, sobretudo das populações do Sul da Ásia e de África.

A CCAC visa reduzir poluentes climáticos de vida curta, como o metano, o Carbono Negro, os hidrofluorcarbonetos (HFC) e o ozono troposférico, já que estes contribuem em muito para as alterações climáticas.


O Estudo


Os investigadores utilizaram dados da rede de medição global Surface Particle Tanning Network (SPARTAN), orientada pela Escola de Engenharia McKelvey da referida universidade, tendo conseguido apurar com maior precisão a relação entre as emissões globais e as medições localizadas.

As concentrações do poluente foram particularmente subestimadas em Dhaka, no Bangladesh, onde a queima de resíduos agrícolas, de lenha e de estrume, bem como olarias mal regulamentadas, contribuem para as emissões de Carbono Negro, em Adis Abeba, Etiópia, onde as emissões de Carbono Negro provêm de veículos pesados a diesel e da queima de lenha.

Também foram subestimadas, em Ilorin, Nigéria, com infra-estruturas de petróleo e gás mal regulamentadas, na Cidade do México, no Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos, em Bujumbura, Burundi, onde é grande a dependência de geradores a diesel e querosene e em Kanpur, Índia.

Yuxuan Ren, estudante de doutoramento e principal autor do estudo, esclareceu num comunicado citado pela Europa Press:

“A subestimação generalizada de duas a quatro vezes do Carbono Negro em locais do Bangladesh, Etiópia, Nigéria e México sugere que o efeito radioactivo e os impactos na saúde podem ser maiores do que o previsto”.

O cientista considera, em relação ao estudo que os esforços de mitigação das emissões do Carbono Negro, com potenciais benefícios tanto para o clima como para a saúde, justificam uma investigação mais aprofundada.


O Que É o Carbono Negro?


O Carbono Negro é um material particulado extremamente poluente, formado sobretudo pela combustão incompleta de combustíveis fósseis, lenha, resíduos agrícolas e, principalmente, pelos incêndios florestais que constituem a sua maior fonte a nível mundial.

Também conhecido como fuligem, este poluente é um dos principais causadores do aquecimento global, tendo um potencial de aquecimento entre 460 a 1.500 vezes superior ao do dióxido de carbono (CO₂). Ao ser inalado, o Carbono Negro é propenso a causar doenças respiratórias, cardiovasculares e até psicológicas, afectando gravemente a saúde pública.

No ambiente, apesar de permanecer na atmosfera apenas por cerca de 12 dias, contribui para o aumento do nível do mar ao acelerar o derretimento dos glaciares e provoca alterações drásticas nos padrões de precipitação, agravando fenómenos climáticos extremos.

Por ser um poluente de curta duração, a sua redução representa uma das formas mais eficazes e imediatas de combater as alterações climáticas e melhorar a qualidade do ar, especialmente em regiões como África, onde o uso intensivo de biomassa e a frequência de fogos florestais agravam a sua presença na atmosfera.


Conclusão


A subestimação das emissões de Carbono Negro nas regiões do Sul Global, revelada por este estudo, expõe uma preocupante falha nos modelos climáticos e nas estratégias de mitigação ambiental actualmente em vigor.

A realidade é que, em muitos países em desenvolvimento, as fontes deste poluente — desde práticas agrícolas rudimentares até infra-estruturas energéticas obsoletas e mal regulamentadas — estão a ser sistematicamente negligenciadas, o que compromete os esforços internacionais para travar o aquecimento global e proteger a saúde pública.

Dada a sua curta permanência na atmosfera, mas elevado potencial de aquecimento e risco sanitário, torna-se imperativo que os governos, organismos multilaterais e instituições de investigação invistam em tecnologias de baixo carbono e promovam políticas mais justas e eficazes de combate ao Carbono Negro.

Ignorar esta realidade é perpetuar desigualdades ambientais e comprometer a sustentabilidade do planeta.

 


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Imagem: © 2022 Nilmar Lage / Greenpeace 
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