COP28: BAD Lança Relatórios Sobre o Clima.
De forma a reforçar a participação ativa dos países africanos na COP28, o BAD lançou os novos Relatórios Focados no País (CFR), relatórios esses que fornecem análises e recomendações políticas.
Nas vésperas da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP 28), o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento lançou relatórios económicos por país para orientar os decisores políticos africanos nas suas discussões durante o evento global.
Os novos Relatórios Focados no País (CFR) fornecem análises e recomendações políticas para reforçar a participação ativa dos países na COP28, que se realiza no Dubai, Emirados Árabes Unidos, de 30 de novembro a 12 de Dezembro. O tema dos relatórios é “Mobilizar o financiamento do setor privado para o clima e o crescimento verde em África“.
Os relatórios promovem o diálogo político sobre o desempenho e as perspectivas macroeconómicas e fornecem informações sobre a mobilização do financiamento do setor privado e do capital natural para impulsionar a resistência climática e as políticas de crescimento verde do continente.
Kevin Urama, Economista-Chefe e Vice-Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, afirmou que os relatórios contribuiriam para a elaboração de “políticas sólidas, práticas e exequíveis” para aumentar o financiamento do setor privado para as alterações climáticas e o crescimento verde.
“Numa altura em que os países se preparam para a COP28, os relatórios fornecem a cada país africano análises e recomendações independentes e verificadas para negociações baseadas em evidências durante o debate global sobre o financiamento do clima e as transições ecológicas”, afirmou Urama.
Os relatórios contêm várias políticas de curto, médio e longo prazo para acelerar o crescimento económico dos países africanos e aumentar a resistência a choques. Fornecem aos governos e potenciais investidores dados atualizados e precisos para enformar as decisões políticas e de investimento.
Com as alterações climáticas identificadas como uma das ameaças existenciais mais prementes para o crescimento inclusivo e o desenvolvimento sustentável de África, os relatórios nacionais deste ano exploram as oportunidades de alavancar os recursos do setor privado e o capital natural para colmatar o défice de financiamento climático.
Isto, por sua vez, apoiará a transição para um crescimento verde inclusivo, forte e sustentável.
O diretor interino de Economia Nacional do Banco Africano de Desenvolvimento, Ferdinand Bakoup, disse que os Relatórios Focados no País 2023 se baseiam no relatório sobre as Perspectivas Económicas Africanas de 2023, que foi lançado em maio, e no subsequente documento sobre as Perspetcivas Económicas Regionais, lançado em Julho.
O responsável afirmou:
“A análise detalhada dos CFRs a nível nacional e as recomendações de políticas terão impacto na conceção de políticas e em futuros projetos e programas nos países africanos”.
Através destes relatórios continentais, regionais e específicos por país, o Grupo Banco Africano de Desenvolvimento procura reduzir os desequilíbrios de informação que resultam das generalizações sobre países num continente que é muito diversificado.
O documento destaca a forma como os governos podem reforçar o desempenho e as perspectivas macroeconómicas e catalisar o financiamento do setor privado e do capital natural para apoiar a ação climática e as iniciativas de crescimento verde no país.
Estes incluem obrigações verdes, dívida para trocas climáticas, bancos verdes, financiamento misto, mercados de carbono e vários outros instrumentos de financiamento inovadores.
Os relatórios Perspectivas Económicas Africanas (AEO) de 2023 e o sobre as Perspetivas Económicas Regionais de 2023 destacam a resistência de várias economias africanas, apesar de uma série de choques agravados nos últimos anos.
A pandemia da COVID-19, o impacto persistente das alterações climáticas, os conflitos mundiais, a volatilidade dos mercados financeiros e o aumento da vulnerabilidade da dívida, entre outros. Os relatórios de análise por país fornecem informações mais específicas sobre cada país africano.
“Expandir a participação do setor privado nos mercados de crescimento verde requer várias intervenções políticas, incluindo o reforço da capacidade de desenvolver estratégias de crescimento verde a longo prazo”, disse Urama.
Isto inclui o desenvolvimento de regulamentos e incentivos adequados, o apoio à preparação e desenvolvimento de projetos e o desenvolvimento de mercados de capitais mais robustos para apoiar a fácil entrada e saída de investidores nacionais e globais, acrescentou.
“Exigirá uma maior utilização de financiamento misto, a utilização generalizada de mecanismo para reduzir risco e o desenvolvimento de plataformas que permitam ao setor privado investir numa carteira de projetos verdes, em vez de projetos individuais, para diversificar e gerir o risco”, concluiu Urama.
Clica aqui para mais informações e para descarregar os relatórios de cada país.
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(Este artigo é da autoria do BAD, Mais Afrika, limitou-se a divulga-lo)
Imagem: © 2023 AfDB