Candidatura Ibéria-Marrocos para o Mundial 2030.
Marrocos anunciou a intenção de se juntar a Portugal e a Espanha na candidatura para organizar o Mundial de 2030. O ministro Chakib Benmoussa leu a mensagem do rei Mohammed VI no Congresso da FIFA no Rwanda, destacando a importância e a inovação da candidatura conjunta.
“Esta candidatura conjunta, que é algo sem precedentes na história do futebol, irá juntar África e a Europa, o norte e o sul do Mediterrâneo, mas também os mundos africano, árabe e euro-mediterrâneo”.
“Irá também mostrar o que de melhor há em nós: com uma combinação de genialidade, criatividade, experiência e meios”.
Disse Benmoussa, ao ler a mensagem do rei Mohammed VI.
Chakib Benmoussa 🎙️: "The Kingdom of Morocco has decided, together with Spain and Portugal, to submit the dossier to organize the World Cup in 2030" pic.twitter.com/5BKh9J5EDr
— 11LIONS.NL🦁 (@11LionsNL) March 14, 2023
A candidatura marroquina
A candidatura marroquina surge após a suspensão do presidente da Federação de Futebol da Ucrânia, Andrii Pavelko, por suspeita de corrupção. Portugal e Espanha anunciaram inicialmente uma candidatura ibérica que incluía a Ucrânia, mas, com a suspensão de Pavelko, a parceria com a Ucrânia foi posta em causa.
Assim, as duas nações ibéricas encontraram em Marrocos a parceria ideal para a candidatura conjunta. Com a confirmação de um calendário mais preenchido no Mundial a partir de 2026, o novo caderno de encargos poderá ser distribuído por três nações, ou quatro, caso a Ucrânia não se retire oficialmente.
Com 48 seleções em prova, em vez das habituais 32, as exigências logísticas aumentam consideravelmente. A inclusão de Marrocos na candidatura facilita a organização do evento, permitindo uma distribuição mais equilibrada dos jogos entre os países.
A candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos enfrenta a concorrência de outras propostas, como a intercontinental (Grécia, Egito e Arábia Saudita) e a sul-americana (Uruguai, Argentina, Chile e Paraguai).
Nesse sentido, representantes da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) têm prevista uma reunião com dirigentes das homólogas espanhola e marroquina, em Kigali, para discutir o tema. De acordo com uma fonte do organismo, após essa reunião, serão comunicadas “quaisquer novidades” acerca desta candidatura.
Mensagem política
O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e o líder do executivo espanhol, Pedro Sánchez, destacaram a importância da candidatura conjunta como símbolo da proximidade entre as duas margens do Mediterrâneo e entre África e Europa.
“Esta candidatura conjunta da Península Ibérica com Marrocos tem uma mensagem muito importante para o mundo, sobretudo para África e para a Europa”.
“Somos dois continentes vizinhos, que querem trabalhar juntos”.
“Não somos dois continentes distantes ou que querem travar guerra uns contra os outros”, declarou António Costa.
Costa sublinhou ainda que:
“Os dois continentes querem celebrar juntos a prática desportiva e todos os valores a ela associados: Competição sã, justa, regulamentada”.
“Esta é a primeira vez que há uma candidatura conjunta entre as duas margens do Mediterrâneo, entre a África e a Europa”.
“Com certeza vai ajudar a unir aquilo que nada nos deveria separar”.
António Costa mencionou que a ideia de uma candidatura conjunta entre Portugal, Espanha e Marrocos já existia inicialmente, mas não pôde ser concretizada devido ao regulamento da FIFA, que não permitia a organização conjunta de campeonatos por países de diferentes confederações.
No entanto, o presidente da FIFA entendeu que o regulamento deveria ser alterado para permitir candidaturas multicontinentais, possibilitando a inclusão de Marrocos na proposta.
Pedro Sánchez, por sua vez, afirmou que “respeita e festeja” a decisão das três federações de apresentarem uma candidatura conjunta, pois melhora as hipóteses de vitória e passa uma “mensagem positiva muito boa”. O líder do executivo espanhol destacou a relação estreita entre a Europa e África, especialmente entre os três países que “partilham tantas coisas”.
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Imagem: © 2023 AFCON