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Domingo, Agosto 10, 2025

Angola: SIC Detém 5 Pessoas Por Terrorismo

Numa acção coordenada e de alto risco, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) desferiu um golpe decisivo contra uma rede transnacional de desinformação e financiamento ao terrorismo, com ramificações em Angola e em vários pontos de África. A detenção de cidadãos russos e angolanos expôs a dimensão das operações clandestinas que, segundo as autoridades, procuravam manipular a opinião pública, instigar actos de violência e alterar regimes legalmente estabelecidos.

Angola: SIC Detém 5 Pessoas Por Terrorismo


A manhã de quinta-feira, 7 de Agosto, em Angola, ficou marcada por uma operação cirúrgica do SIC que resultou na detenção de cinco indivíduos — dois de nacionalidade russa e três angolanos — acusados de crimes graves como associação criminosa, falsificação de documentos, terrorismo e financiamento ao terrorismo.

As autoridades acreditam que os detidos integravam uma sofisticada rede internacional, dedicada à produção e disseminação de propaganda falsa nas redes sociais, com o objectivo de influenciar processos eleitorais e fomentar instabilidade política em países africanos.

De acordo com informações oficiais, esta estrutura criminosa estaria directamente ligada a organizações que actuam no continente africano, especialmente em nações que se encontravam em fase de pré-campanha ou campanha eleitoral.

O modus operandi incluía o recrutamento e financiamento de cidadãos locais para criar e divulgar conteúdos manipulados, promover manifestações não autorizadas e incentivar a pilhagem.


Uma Teia Complexa


Imagem © 2025 Braima Darame (20250808) Angola SIC Detém 5 Pessoas Por Terrorismo

Segundo uma nota divulgada pelo SIC, a investigação começou com a detenção de três cidadãos angolanos, todos implicados na execução de actividades ilícitas que incluíam instigação à subversão da ordem pública e manipulação de informação digital.

A partir dessas prisões iniciais, os investigadores seguiram pistas que levaram até dois supostos cidadãos russos: Ígor Racthin, de 38 anos e Lev Lakshtanov, de 64 anos. A operação, descrita como uma “micro-operação” pelo próprio SIC, teve lugar em Luanda e permitiu apreender um vasto conjunto de elementos probatórios.

Entre o material confiscado encontravam-se computadores de várias marcas, cartões de memória, discos rígidos externos, pen drives, diversos telemóveis, cartões SIM, documentos e recibos de transferências bancárias.

Também foram apreendidos valores monetários significativos em dólares norte-americanos, kwanzas e rublos — todos alegadamente ligados ao financiamento de actividades criminosas. As diligências da investigação revelaram que os suspeitos mantinham uma ligação estreita com organizações criminosas internacionais que operam em África.

Estas estruturas especializam-se na criação de estratégias de desinformação, utilizando as redes sociais como principal veículo para influenciar processos políticos. O objectivo final, segundo as autoridades, seria provocar mudanças de regimes legitimamente constituídos e alterar a ordem pública.

O SIC sublinhou que as actividades da rede não se limitavam à manipulação digital. Havia também um investimento concreto no financiamento de manifestações, nomeadamente nas províncias de Luanda e Benguela. Para tal, eram distribuídos montantes em dólares e kwanzas a intermediários e executores, de modo a garantir que as acções de rua tivessem o alcance e o impacto desejado.


A Engrenagem


A investigação destacou que os detidos possuíam conhecimento avançado de técnicas de comunicação digital, recorrendo a plataformas online para criar narrativas falsas, distorcer factos e disseminar mensagens incendiárias.

Essas mensagens eram frequentemente apresentadas como “denúncias” ou “informações privilegiadas”, de forma a atrair a atenção do público e criar um clima de desconfiança em relação às instituições. A rede operava com um rigor quase empresarial: havia funções claramente distribuídas entre quem produzia os conteúdos, quem os difundia e quem coordenava as acções no terreno.

O financiamento, por sua vez, vinha de fontes externas, com transacções que atravessavam fronteiras e envolviam várias moedas, incluindo rublos russos. O SIC deixou claro que a detenção dos dois cidadãos russos foi apenas um passo dentro de uma investigação mais ampla. Outros suspeitos já foram identificados e encontram-se em processo de localização.

As autoridades asseguram que as diligências prosseguem e que todas as provas recolhidas serão entregues ao Ministério Público para que sejam tomadas as medidas judiciais adequadas.

De acordo com fontes próximas do processo, o interrogatório dos detidos deverá esclarecer pormenores como a cadeia de comando da organização, a origem exacta dos fundos e o envolvimento de actores externos na planificação das operações. A cooperação internacional poderá ser activada para seguir transacções e comunicações além-fronteiras.


Um Problema Transfronteiriço


O caso expõe um fenómeno cada vez mais presente no panorama africano: a infiltração de redes de desinformação patrocinadas a partir do estrangeiro, com objectivos políticos claros.

Especialistas ouvidos por este jornal sublinham que a manipulação digital é hoje uma das armas mais utilizadas para influenciar a opinião pública e criar instabilidade, sobretudo em países que enfrentam processos eleitorais.

A facilidade com que se podem criar e distribuir conteúdos falsos, associada à rapidez das redes sociais, torna difícil o combate a este tipo de ameaça. As autoridades angolanas, tal como outras no continente, têm vindo a reforçar os mecanismos de controlo e vigilância digital, mas reconhecem que se trata de uma corrida constante contra métodos que evoluem rapidamente.


Conclusão


A detenção de Ígor Racthin e Lev Lakshtanov, juntamente com três cidadãos angolanos, representa um avanço significativo na luta contra o terrorismo e a manipulação de informação em Angola. No entanto, este é apenas um capítulo de uma história mais vasta, que envolve interesses internacionais e estratégias sofisticadas para influenciar o rumo político de países africanos.

O SIC reafirma o seu compromisso de continuar a investigação até desmantelar por completo a rede e levar todos os implicados à justiça. Num mundo onde a informação é poder, a defesa da verdade e da estabilidade nacional torna-se um desafio permanente, exigindo acções firmes, cooperação internacional e vigilância constante.

 


O que pensas desta detenção efectuada pelo SIC em Angola? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

Imagem: © 2018 DR
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