21.4 C
Londres
Terça-feira, Julho 22, 2025

Angola: Produção De Petróleo E Gás Cai 10,2%

Num momento em que Angola procura redefinir a sua estratégia energética fora da órbita da OPEP, novos dados revelam uma acentuada queda na produção de petróleo e gás. Esta contracção levanta questões sérias sobre o futuro do sector petrolífero nacional e os seus impactos na economia do país.

Angola: Produção De Petróleo E Gás Cai 10,2%


A produção de petróleo e gás em Angola registou uma queda significativa no segundo trimestre de 2025, com uma contracção estimada em 10,2% face ao período homólogo do ano anterior.

De acordo com uma análise do Departamento de Estudos Económicos do Banco Fomento Angola (BFA), a produção total de petróleo situou-se nos 1,0 milhões de barris por dia, reflectindo o contínuo declínio estrutural da capacidade produtiva nacional.

A análise, divulgada esta semana e enviada aos clientes do banco, baseia-se em dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) que confirmam uma tendência descendente acentuada no desempenho do sector petrolífero nacional.

Segundo os analistas do BFA, este recuo vem reforçar o padrão de declínio da produção de crude em Angola, observando-se uma quebra substancial também na produção de gás natural. Depois de um crescimento de 3,3% registado no primeiro trimestre deste ano, a produção de gás natural inverteu a trajectória entre Abril e Junho, ao recuar cerca de 8% quando comparada com o mesmo período de 2024.

Este abrandamento da actividade extractiva, tanto no crude como no gás natural, sustenta a estimativa de uma contracção geral de 10,2% no sector petrolífero durante o segundo trimestre de 2025.

A desaceleração ocorre num contexto em que Angola já não integra a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), da qual se retirou em Dezembro de 2023, na sequência de desacordos sobre a quota de produção imposta ao país, fixada nos 1,17 milhões de barris por dia.

Na altura, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, justificou a decisão com o argumento de que Angola deixara de ver vantagens na permanência na organização, sobretudo devido às limitações que comprometiam os interesses estratégicos nacionais.

Desde então, Angola tem enfrentado dificuldades para ultrapassar a fasquia dos 1,1 milhões de barris diários, mantendo-se abaixo dessa média. Recorde-se que o país aderiu à OPEP em 2006, tendo-se tornado um dos principais produtores de petróleo da África Subsaariana, estatuto que, apesar dos desafios, continua a marcar a sua economia de forma determinante.

A trajectória descendente da produção de petróleo e gás coloca novas exigências ao governo angolano no sentido de repensar o seu modelo de exploração e de diversificação económica.

Se por um lado se impõem reformas estruturais no sector, por outro torna-se urgente atrair investimento e tecnologia que contrariem a tendência de declínio. Resta saber se Angola conseguirá transformar esta fase de contracção numa oportunidade para inovar e redefinir o seu papel no mercado energético regional e mundial.

 


O que achas desta contracção da produção de petróleo e gás, em Angola?  Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

Imagem: © Ampe Rogério
Logo Mais Afrika 544
Mais Afrika

Olá 👋
É um prazer conhecermo-nos.

Regista-te para receberes a nossa Newsletter no teu e-mail.

Não enviamos spam! Lê a nossa política de privacidade para mais informações.

Ultimas Notícias
Noticias Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leave the field below empty!

Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

error: Content is protected !!