Índice
ToggleÁfrica É A Maior Vítima Da Guerra Da Ucrânia
O Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, defendeu hoje, numa conferência de imprensa no encerramento da Cimeira para a Paz na Ucrânia, organizada pelo Governo suíço nos arredores de Lucerna que África, está a ser até ao momento, a maior vítima da guerra na Ucrânia, pelas consequências do conflito no comércio internacional de alimentos, com um aumento significativo de preços e da inflação.
“As consequências da guerra vão além dos confins da Europa e, em muitos sentidos, África é a principal vítima, pela disrupção do comércio mundial, das cadeias de abastecimento e o bloqueio do mar Negro”.
Afirmou o chefe de Estado.
O mandatário foi convidado a falar nesta conferência como representante do chamado Sul Global (países em desenvolvimento), assim como o homólogo do Chile, Gabriel Boric.
O Fim da Conferência
Na conferência, em que não houve direito a perguntas dos jornalistas, também houve declarações da presidente da União Europeia, Ursula Von Der Leyen, do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Akufo-Addo sublinhou que todos os países devem estar interessados em participar em iniciativas para que Ucrânia volte a viver numa paz duradoura.
Considerou, no entanto, que não se pode alcançar uma solução definitiva para o conflito se não se encontrar uma forma de envolver a Rússia e a China nas deliberações.
A conferência para a paz na Ucrânia, organizada pela Suíça na sequência de um pedido do Presidente ucraniano, juntou representantes de cerca de oitenta países e organizações, metade dos quais da Europa, mas foram as ausências que mais peso marcaram (foram dirigidos convites a 160 delegações de todo o mundo).
A ausência de maior peso foi a da Rússia, já que não foi convidada. O Kremlin contou com a “solidariedade” de vários países que rejeitaram participar na cimeira dada a sua ausência, como sucedeu com a China, já que consideraram não existir nenhum caminho para a paz que não envolva todas as partes envolvidas no conflito.
A Proposta de Putin
Na sexta-feira, Putin prometeu ordenar imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações, se Kiev começasse a retirar as tropas das quatro regiões que constituem o Dombas que, em 2022 votaram pela sua autodeterminação e renunciasse aos planos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). A proposta foi linearmente recusada pela Ucrânia, pelos EUA e pela NATO.
No comunicado final da cimeira, o Ocidente reforçou o apoio a Kiev e rejeitou os termos apresentados por Moscovo para um cessar-fogo, afirmando que a proposta russa comprometeria a integridade territorial da Ucrânia e o seu direito de adesão à NATO. Considerou-se que a proposta russa, na prática, exige a rendição da Ucrânia, comprometendo assim a sua soberania.
Entre os países que estiveram presentes na conferência e que não assinaram o comunicado final, encontram-se os Estados-membros do BRICS, um bloco composto pelo Brasil, Índia, África do Sul, China e Rússia, bem como a Arménia, o Barém, a Indonésia, a Líbia, a Arábia Saudita, a Tailândia, os Emirados Árabes Unidos e o México.
Conclusão
África continua a sofrer um forte impacto pelas consequências da guerra na Ucrânia, especialmente no que diz respeito ao comércio internacional e à segurança alimentar e esta cimeira ignorou completamente a responsabilidade europeia nesse problema.
Por outro lado, a ausência de soluções que incluam todas as partes envolvidas no conflito dificulta a obtenção de uma paz duradoura, demonstrando claramente que, infelizmente, o Ocidente continua a olhar só para si, considerando que são os donos do mundo e, consequentemente, os únicos detentores da verdade.
Não poderiam estar mais errados.
O que achas-te desta “pseudo-Cimeira para a Paz na Ucrânia”? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.
Imagem: © 2024 DR