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Terça-feira, Outubro 28, 2025

A Arte do Lixo: Nnenna Okore, Esculpir o Orgânico

E se o lixo pudesse falar que histórias nos contaria? Talvez nos falasse de histórias de abandono e de desperdício além de consumo desenfreado que devora recursos sem pensar no amanhã, ou talvez nos lembrasse que cada objecto carrega uma memória, um uso, uma vida anterior. Em África há artistas que ousam dar-lhe outra voz: a voz da beleza, da memória e da resistência cultural. São criadores que não vêem lixo, mas sim matéria-prima para a imaginação, símbolos de resistência e possibilidades infinitas. No lixo que a sociedade descarta, eles descobrem matéria-prima para reinventar a vida e inspirar comunidades inteiras.

A Arte do Lixo: Nnenna Okore, Esculpir o Orgânico


Conheces os artistas africanos que transformam lixo em arte? Não? Então prepara-te para conhecer Nnenna Okore uma artista de dois mundos (Austrália/Nigéria) e descobre um dos movimentos criativos mais surpreendentes e inspiradores do continente. Num mundo onde o consumo excessivo e o desperdício crescem a olhos vistos, há vozes em África que encontram beleza onde outros só vêem abandono.

Com uma mistura única de tradição, inovação e consciência ambiental, estes artistas reciclam metais, plásticos, tecidos, objectos abandonados, resíduos tecnológicos e até armas, dando-lhes uma segunda vida sob a forma de esculturas, instalações e obras de arte que contam histórias poderosas, reinventando a forma como pensamos sobre arte, sustentabilidade e o futuro do nosso planeta.

Este é o sétimo artigo da nova série de 17, desta vez dedicada a criadores visionários que não só resgatam materiais esquecidos, como também reinventam a forma de pensar sobre a arte, a sustentabilidade e o futuro do planeta. Cada peça é uma prova de resistência, criatividade e ligação às comunidades, mostrando que daquilo que parecia perdido pode nascer algo belo e transformador.

Se procuras inspiração, inovação e uma perspectiva singular sobre o potencial da arte, não percas esta viagem. Vais conhecer artistas que desafiam os limites do possível e elevam África a um palco vibrante da arte contemporânea, onde a matéria-prima surge do inesperado: o lixo.


Nnenna Okore


(20251025) A Arte do Lixo Nnenna Okore, Esculpir o Orgânico
Imagem: © 2019 Courtesy Memphis Brooks Museum of Art

Nnenna Okore, nascida em 1975 em Camberra, Austrália, de pais nigerianos, cedo regressou às suas raízes africanas. Aos quatro anos, a sua família estabeleceu-se em Uturu, no Estado de Abia, Nigéria, onde Nnenna cresceu e partilhou o ambiente académico da Universidade da Nigéria, em Nsukka.

Esta vivência entre a diáspora e a tradição nigeriana moldou profundamente o seu olhar artístico, incutindo-lhe uma sensibilidade única para a intersecção de culturas. Desde tenra idade, Okore demonstrou um talento inato para as artes visuais, participando em actividades de desenho, pintura e artesanato.

A sua aptidão culminou na obtenção de um BA em Belas Artes pela Universidade da Nigéria, Nsukka, em 1999, onde se destacou como a melhor aluna do curso. A sua sede de conhecimento levou-a aos Estados Unidos da América (EUA), onde concluiu o MA e o MFA em Escultura na Universidade de Iowa e posteriormente obteve um doutoramento em Belas Artes pela Universidade de Monash, na Austrália.

Actualmente, Nnenna Okore divide o seu tempo entre os EUA e a Nigéria, ocupando a posição de professora e directora do departamento de Arte da North Park University, em Chicago. A sua prática artística distingue-se pela exploração da matéria, do ciclo de vida, da transformação e da reutilização, inspirando-se em ambientes naturais, na cultura africana e na reflexão sobre a fragilidade do planeta.

As suas obras evocam formas orgânicas — fungos, raízes, tecidos entrelaçados — construídas a partir de materiais como papel reciclado, juta, tecidos descartados e fibras naturais, sublinhando o potencial criativo dos resíduos tradicionalmente considerados lixo.


A Essência da Arte de Nnenna Okore


(20251025) A Arte do Lixo Nnenna Okore, Esculpir o Orgânico
Imagem: © 2013 Courtesy Nnenna Okore

A obra de Nnenna Okore é uma fusão poderosa de técnica artesanal, sensibilidade formal e um profundo compromisso ecológico. A artista utiliza materiais frequentemente considerados descartáveis — jornais velhos, papel, juta, tecidos, fibras naturais e resíduos orgânicos.

Recicla estes materiais, transformando-os em esculturas que mimetizam organismos vivos, fungos em crescimento e texturas que parecem emergir da própria terra. O processo criativo de Okore inicia-se com a recolha meticulosa de materiais simples ou quotidianos.

Observando os resíduos do consumo ou os tecidos abandonados, a artista recolhe-os, limpa-os e reinventa-os através de técnicas ancestrais como trançar, torcer, tingir, coser e enrolar. Estes métodos que relembram as práticas das “mãos-mulher” africanas — costureiras e artesãs — são adaptados ao universo da escultura contemporânea, conferindo uma dimensão cultural e histórica às suas peças.

Nas suas instalações de maior escala, Okore convida o espectador a imergir num mundo ambíguo que oscila entre o vegetal e o mineral, o tecido e o organismo. As superfícies ondulantes, as cores esbatidas e as camadas que se assemelham a cascas ou raízes que se estendem criam uma experiência visual e táctil singular.

Uma Escolha Sustentável


A sua escolha por materiais biodegradáveis, como estruturas de bioplástico criadas a partir de resíduos alimentares, realça o seu interesse intrínseco pelo ciclo da vida, pela decadência e pela regeneração. Um dos espetos mais marcantes do trabalho de Okore é a sua relação com a cor, a textura e o tacto. As suas peças não se destinam apenas à contemplação visual; são concebidas para serem sentidas.

A juta e o papel tingidos, as fibras que emergem e se dobram e a luz que perpassa as instalações, contribuem para um efeito cinestésico e orgânico. O público é encorajado a aproximar-se, a observar os pormenores das fibras e a imaginar-se perante organismos vivos ou paisagens microscópicas ampliadas. Contudo, a arte de Okore transcende a mera estética.

Ao empregar lixo, tecidos e materiais descartados, a artista tece uma reflexão crítica sobre o consumo acelerado, o desperdício e a fragilidade dos sistemas naturais. Ao insuflar nova vida ao que foi abandonado, ela questiona os nossos padrões de produção e consumo, bem como a forma como nos relacionamos com o meio ambiente e com o lixo produzido pelo nosso próprio impacto.


O Simbolismo de Nnenna Okore


(20251025) A Arte do Lixo Nnenna Okore, Esculpir o Orgânico
Imagem: © 2025 Jeff Eden

O trabalho de Nnenna Okore está profundamente enraizado na observação da natureza e dos processos de transformação orgânica. A artista encara o ciclo natural — nascimento, crescimento, decadência e renascimento — como um espelho da condição humana e um símbolo do mundo contemporâneo.

Cada obra funciona como uma metáfora da transitoriedade: o que apodrece também se renova, o que morre dá origem a algo novo. Esta filosofia que entrelaça espiritualidade africana e consciência ecológica, constitui o cerne da sua produção artística. Ao utilizar papel reciclado, juta, tecidos e fibras, Okore reinterpreta o acto da regeneração, convertendo o material descartado em corpo vivo.

Nas suas instalações e esculturas, as texturas remetem para a casca de árvores, fungos a expandirem-se nas paredes, raízes entrelaçadas ou teias microscópicas. Desta forma, a artista reproduz a linguagem visual da natureza em decomposição e renascimento, transformando o resíduo em matéria de contemplação estética e vitalidade.

O lixo, frequentemente associado à degradação e ao abandono, torna-se uma representação da força vital. A escolha por materiais frágeis e perecíveis é também uma decisão filosófica. Okore não ambiciona criar obras imortais, mas sim efémeras que evoluem com o tempo, tal como tudo na natureza.

Alguns dos seus trabalhos deterioram-se naturalmente, reforçando a ideia de que a beleza pode residir na impermanência. A própria artista afirma, em entrevistas que o processo de envelhecimento das suas peças é uma parte intrínseca da obra — uma celebração da vida e do tempo. Para além da dimensão ecológica, existe um simbolismo cultural profundo.

Natureza, Cultura e Sustentabilidade


As suas técnicas manuais — trançar, torcer, tecer — evocam as tradições comunitárias femininas nigerianas, onde o acto de criar com as mãos é também um acto de união e partilha. Okore transmuta gestos quotidianos em linguagem escultórica, dando voz às mulheres anónimas que moldam a textura social africana.

Neste sentido, o seu trabalho é igualmente uma homenagem à herança feminina e à sabedoria artesanal transmitida de geração em geração. O simbolismo na obra de Okore transcende a estética, abrangendo esferas espirituais, ecológicas e sociais. Representa a interdependência entre o ser humano e o meio ambiente, entre o corpo e a terra, entre o consumo e o desperdício.

Nas suas mãos, a arte converte-se num instrumento de reconciliação entre o homem e a natureza. O lixo, submetido ao toque sensível da artista, emerge como uma oração silenciosa pela regeneração do planeta.


Percurso e Reconhecimento


(20251025) A Arte do Lixo Nnenna Okore, Esculpir o Orgânico
Imagem: © 2014 Courtesy Nnenna Okore

A trajectória de Nnenna Okore surge de um percurso transcontinental e transcultural. Nascida em 1975, numa família de académicos nigerianos em Camberra, Austrália, a sua infância em Uturu, Nigéria, foi marcada pela natureza exuberante e pelas tradições locais.

Os seus pais, um professor universitário e uma especialista em literatura, incutiram-lhe o gosto pela observação, pela leitura e pelo questionamento do mundo, características que se revelariam fundamentais na sua obra.

Durante a adolescência, o contacto com as práticas manuais das comunidades rurais — como a cestaria, a tecelagem e a escultura em barro — despertou a sua sensibilidade para a materialidade e para o papel das mãos na criação. Este interesse levou-a a ingressar na Universidade da Nigéria, em Nsukka, uma instituição de prestígio e um dos principais centros de renovação artística africana.

Ali, influenciada por mestres como El Anatsui e pelo movimento de arte contemporânea que misturava técnicas tradicionais com linguagens modernas, Okore compreendeu que a arte africana podia ser contemporânea sem renegar as suas raízes.

Após a licenciatura, Nnenna Okore prosseguiu os seus estudos nos EUA, na Universidade de Iowa, onde obteve o mestrado e o MFA em Escultura e mais tarde o doutoramento na Universidade de Monash, na Austrália. Esta formação transcontinental permitiu-lhe fundir o pensamento teórico ocidental com a prática artesanal africana, culminando num estilo inconfundível.

Uma Carreira em Ascensão


Ao longo das últimas duas décadas, a artista tem exposto em museus e galerias de renome internacional, incluindo a October Gallery (Londres), Sakhile & Me (Frankfurt), Museum of Contemporary African Diasporan Arts (Nova Iorque), Museum of Contemporary Art (Sydney) e o Chicago Cultural Center.

O seu talento foi reconhecido com a nomeação para finalista do FNB Art Prize, na África do Sul, em 2013 e com o prestigiado Fulbright Scholar Award em 2014 que lhe possibilitou aprofundar a sua investigação artística em universidades nigerianas. Além da sua carreira como artista, Okore é também uma dedicada professora e curadora.

Na North Park University, em Chicago, orienta projectos sobre sustentabilidade e arte ecológica, incentivando jovens criadores a explorar materiais alternativos. A sua pedagogia reflecte o mesmo espírito que guia a sua arte: a valorização do processo, do ciclo natural e do diálogo entre culturas.

Actualmente, Nnenna Okore vive e trabalha entre Chicago e Lagos, mantendo uma relação simbiótica entre as duas geografias. Da Nigéria, absorve as memórias, as texturas e o sentido espiritual do trabalho manual; dos EUA, assimila o ritmo da modernidade, a experimentação e o espaço institucional para o debate sobre arte e sustentabilidade.

Nesta fronteira, construiu uma carreira sólida, aclamada pela crítica internacional e consolidou-se como uma das vozes mais originais e influentes da escultura ecológica africana. A sua capacidade de transformar o efémero em perene e o lixo em algo valioso oferece uma perspectiva inovadora sobre a arte e o nosso papel no mundo.


Mensagens Sociais e Ambientais


(20251025) A Arte do Lixo Nnenna Okore, Esculpir o Orgânico
Imagem: © 2019 Courtesy Nnenna Okore

A arte de Nnenna Okore transcende o meramente estético, propondo uma profunda meditação sobre o tempo, a vida e a responsabilidade humana para com o planeta. O seu trabalho nasce de uma urgência ética e de um veemente apelo à consciência ambiental.

A artista defende que vivemos numa era em que o consumo e o desperdício atingiram níveis alarmantes e que a função primordial da arte deve ser a de alertar, inspirar e educar. Assim, ao recolher e reutilizar materiais descartados, Okore eleva o acto artístico a um gesto simultaneamente ecológico e social.

Os seus projectos questionam directamente a lógica da produção industrial e o ciclo do lixo mundial. Em inúmeras cidades africanas, os resíduos invadem ruas e cursos de água, simbolizando as gritantes desigualdades económicas e a herança de um sistema mundial que produz em excesso e descarta o que não consegue absorver.

Ao intervir neste processo, a artista propõe uma inversão simbólica: o que foi rejeitado pela sociedade é recuperado e transfigurado em beleza. O lixo transforma-se em narrativa; a decadência converte-se em esperança.

Cada escultura ou instalação constitui, nesse sentido, uma crítica subtil às estruturas de poder económico que ditam quem consome, quem produz e quem suporta as consequências da poluição. Nas suas obras, a matéria descartada transporta a marca de um sistema desigual.

Ao reciclá-la, Okore questiona esse mesmo sistema, expondo o paradoxo de uma humanidade que, ao mesmo tempo que gera abundância, destrói o seu próprio habitat.

Um Gesto Ecológico e Social


Contudo, a sua obra veicula também um discurso profundamente humano e social. O trabalho de Nnenna Okore estabelece uma ligação intrínseca com as comunidades locais nigerianas, onde as mulheres, em particular, desempenham papéis centrais na economia doméstica e no artesanato.

Ao adoptar técnicas como o trançado e a costura, a artista restitui dignidade a saberes populares frequentemente marginalizados. Cada obra é, assim, um monumento silencioso à persistência feminina, à paciência e à força criadora das mulheres africanas que, geração após geração, sustentam a vida com as suas próprias mãos.

Do ponto de vista ambiental, a artista promove uma prática que vai além da reciclagem material, propondo uma verdadeira “reciclagem do olhar“. O público é convidado a repensar a sua relação com o desperdício, a observar o potencial do que é efémero e a compreender que cada resíduo encerra uma memória.

Em exposições notáveis como “Resilient Earth” e “Erosion”, Okore explora os temas prementes da desertificação e da crise climática, ligando o sofrimento da terra ao das populações humanas. O seu trabalho torna-se, assim, um espelho da interdependência vital entre o planeta e a humanidade.

Ao abordar simultaneamente questões sociais e ecológicas, Okore inscreve-se numa linhagem de artistas africanos contemporâneos que utilizam o lixo como matéria de consciência — entre eles, destacam-se nomes como El Anatsui, Romuald Hazoumé ou Moffat Takadiwa.

No entanto, Nnenna Okore distingue-se pela delicadeza poética e pela abordagem quase espiritual da matéria. O seu discurso não é de denúncia agressiva, mas de revelação: ela demonstra que o equilíbrio entre natureza e humanidade depende da capacidade de reaprender a ver o mundo com humildade e reverência.


O Ciclo da Vida


(20251025) A Arte do Lixo Nnenna Okore, Esculpir o Orgânico
Imagem: © 2022 Courtesy Nnenna Okore

A obra de Nnenna Okore convida-nos a uma profunda contemplação sobre a fragilidade e a força inerente à vida. As suas esculturas e instalações são uma eloquente lembrança de que a existência é regida por ciclos: o que cresce, apodrece; o que se desfaz, renasce; o que é rejeitado, pode ser reinventado.

No coração desta filosofia reside uma lição profundamente africana — a da continuidade intrínseca entre o visível e o invisível, entre o humano e o natural. A artista nigeriana conseguiu forjar uma linguagem contemporânea que dialoga com as tradições ancestrais sem as reduzir a mero folclore.

Através da utilização de materiais simples, frequentemente ignorados, ela constrói um discurso universal sobre a sustentabilidade, o consumo e a memória. As suas obras evocam fungos e raízes, mas também cidades em decomposição e tecidos de culturas que se desagregam para depois se entrelaçarem novamente.

Nnenna Okore recorda-nos que o lixo não é apenas físico — é também simbólico: representa aquilo que uma sociedade opta por esquecer.

A Alquimista da Natureza


Num tempo em que a arte se distancia frequentemente das realidades sociais, Okore devolve-lhe um propósito ético. A sua prática artística é uma pedagogia silenciosa. Sem recorrer a palavras, ela ensina a observar, a reaproveitar, a valorizar o gesto simples e o trabalho manual.

O acto de enrolar um fio, torcer uma fibra ou amarrar um tecido transforma-se num gesto de resistência à aceleração implacável do mundo moderno. Há também, no seu percurso, uma profunda reflexão sobre a identidade. Como artista que reside entre dois continentes — África e América — e nasceu num terceiro — Austrália — Okore constrói uma ponte sólida entre o local e o universal.

A sua arte fala da Nigéria e das suas tradições, mas fala igualmente da humanidade e da sua relação com o planeta. É uma linguagem híbrida, inegavelmente cosmopolita, mas profundamente enraizada na terra e nas texturas da memória. A crítica internacional tem reconhecido unanimemente este equilíbrio.

Exposições em Londres, Chicago, Frankfurt e Lagos demonstram que o seu trabalho possui um impacto mundial. No entanto, a força da sua arte reside precisamente na simplicidade — no modo como o efémero e o humilde se convertem em instrumentos de revelação estética.

A artista não procura o monumental nem o espectacular; procura o essencial, aquilo que permanece mesmo depois de tudo se decompor.


Conclusão


Nnenna Okore destaca-se na arte contemporânea africana pela originalidade e profundidade filosófica. As suas esculturas, de papel, juta, tecido e fibras naturais, reflectem transformação, fragilidade e regeneração, ecoando a terra e a espiritualidade ecológica africana.

A artista demonstra que a arte do lixo é uma ética de existência. Nas suas mãos, o lixo torna-se símbolo e reciclar é reconciliar homem e natureza, passado e presente, desperdício e criação. A sua trajectória, entre tradição e modernidade, África e o mundo, afirma a arte africana contemporânea com voz autónoma e crítica, inspirando novas gerações a usar materiais esquecidos.

Num planeta ferido pelo excesso, Okore oferece esperança: criar beleza do perdido, reconstruir sentido do rejeitado, encontrar poesia no silêncio da matéria. A sua obra, mais que um manifesto ecológico, é uma meditação sobre a existência, revelando como o mais frágil e descartável contém a centelha da vida.

Okore é uma alquimista da natureza, transformando resíduo em renascimento, abandono em comunhão, lixo em arte. A obra de Nnenna Okore, rica em significados e beleza, é amplamente estudada, contribuindo para o reconhecimento mundial da arte africana contemporânea.

A sua abordagem à sustentabilidade e ao artesanato tradicional inspira debates sobre o futuro do design e da produção ética, provando que a arte impulsiona a mudança social e ambiental.

 


O que achas do percurso de Nnenna Okore? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

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A Arte do Lixo: Nnenna Okore, Esculpir o Orgânico

 

Imagem: © 2025 Francisco Lopes-Santos
Francisco Lopes-Santos

Atleta Olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados, um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes, além de vários cursos de especialização em diversas áreas. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.

Francisco Lopes-Santos
Francisco Lopes-Santoshttp://xesko.webs.com
Atleta Olímpico, tem um Doutoramento em Antropologia da Arte e dois Mestrados, um em Treino de Alto Rendimento e outro em Belas Artes, além de vários cursos de especialização em diversas áreas. Escritor prolifero, já publicou vários livros de Poesia e de Ficção, além de vários ensaios e artigos científicos.
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