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Segunda-feira, Setembro 16, 2024

ONU: Parceria China-África Pilar da Cooperação

António Guterres defendeu, de forma firme, a necessidade de uma reforma estrutural na arquitetura financeira internacional, que considera obsoleta e incapaz de responder aos desafios do século XXI.

ONU: Parceria China-África Pilar da Cooperação


O Secretário-Geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, dirigiu-se nesta quinta-feira aos líderes de cerca de 50 países africanos presentes na Cúpula 2024 do Fórum de Cooperação China-África, em Pequim.

O Fórum, representa um marco significativo no estreitamento dos laços entre a China e o continente africano e Guterres sublinhou o papel crucial desta parceria como um verdadeiro pilar da Cooperação Sul-Sul. As declarações de Guterres evidenciam a necessidade de novas abordagens para lidar com desafios que vão desde as tensões geopolíticas, até à crise climática e as desigualdades crescentes.

 

Cooperação China-África


Ao abordar a actual conjuntura mundial, António Guterres, destacou que África enfrenta uma complexidade de desafios, mas também possui imensas oportunidades de desenvolvimento.

No seu discurso, sublinhou a importância de uma renovação das instituições financeiras internacionais, de modo a que possam responder de forma eficaz às necessidades do mundo actual, especialmente aos países em desenvolvimento.

A par disso, realçou o impacto positivo que a Cooperação Sul-Sul, encabeçada pela China e África, pode ter no avanço de importantes transições, como a revolução da energia renovável e a transformação dos sistemas alimentares.

Ao reflectir sobre a história e a evolução da parceria China-África, torna-se claro que esta colaboração transcende o âmbito económico, estendendo-se para áreas como a tecnologia, a educação e a inovação digital. As relações entre os dois blocos têm vindo a evoluir, tornando-se uma referência global de cooperação entre países em desenvolvimento.

Para o Secretário-geral da ONU, essas alianças são fundamentais para promover o crescimento económico e sustentável, ao mesmo tempo que respeitam as particularidades nacionais de cada país envolvido.

 

Cooperação Sul-Sul


A Cooperação Sul-Sul representa uma nova dinâmica nas relações internacionais, especialmente no contexto em que países em desenvolvimento, como os do continente africano, procuram alternativas para fortalecer as suas economias e infraestruturas.

A China, enquanto segunda maior economia mundial, tem sido um parceiro fundamental para África, oferecendo não apenas investimentos, mas também partilhando conhecimento tecnológico e experiência no combate à pobreza.

Para António Guterres, esta parceria entre a China e África configura-se como um verdadeiro pilar de sustentação da Cooperação Sul-Sul, permitindo que ambos os blocos avancem conjuntamente em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O conceito de Cooperação Sul-Sul desafia as estruturas tradicionais de poder mundial, que historicamente privilegiavam os países do Norte Global. Ao criar laços mais fortes entre nações do Hemisfério Sul, como a China e os países africanos, abre-se um novo horizonte de possibilidades para enfrentar problemas comuns, tais como a dependência de instituições financeiras.

A troca de conhecimentos, o desenvolvimento de tecnologias adaptadas às necessidades locais e o aumento da capacidade de financiamento sustentável são apenas alguns dos exemplos do impacto positivo desta parceria.

 

Desafios Mundiais


Durante a Cúpula, António Guterres chamou a atenção para os desafios globais que afetam diretamente os países africanos, nomeadamente as tensões geopolíticas e os conflitos violentos em várias regiões.

O Secretário-geral da ONU, fez referência específica aos conflitos em curso na Ucrânia, Gaza e no Sudão, sublinhando que estes cenários não só afectam directamente as regiões envolvidas, mas também têm repercussões globais que atingem, de maneira desigual, os países mais vulneráveis, muitos dos quais estão em África.

Além disso, a crise climática foi um dos temas centrais no discurso de Guterres. As mudanças climáticas têm um impacto desproporcional nas economias africanas, agravando as crises de pobreza e fome, bem como dificultando os esforços para alcançar os ODS.

Neste contexto, o Secretário-geral da ONU, ressalvou a importância da transição para a energia renovável como um dos principais motores para mitigar os efeitos das alterações climáticas e, ao mesmo tempo, impulsionar o desenvolvimento económico em África.

 

Reformas Urgentes


António Guterres defendeu, de forma firme, a necessidade de uma reforma estrutural na arquitetura financeira internacional, que considera obsoleta e incapaz de responder aos desafios do século XXI.

Segundo o Secretário-geral da ONU, os países africanos estão sufocados por dívidas insustentáveis, o que compromete severamente os seus esforços para alcançar o desenvolvimento sustentável e as metas globais comuns.

Para Guterres, é imperativo que as instituições multilaterais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, sejam reformadas para permitir um acesso mais justo e equitativo ao financiamento internacional.

Entre as suas propostas, destaca-se o aumento da capacidade de empréstimo dos bancos multilaterais de desenvolvimento e a criação de mecanismos que permitam a disponibilização de financiamento acessível e sustentável para os países africanos.

O apoio da China é visto como crucial neste esforço, uma vez que o país asiático já se posicionou como um dos principais credores e investidores em África. O Secretário-geral da ONU, salientou ainda que este tipo de apoio não deve eximir as responsabilidades do Norte Global, mas sim complementar os esforços para alcançar os objetivos globais de desenvolvimento.

 

Parceria Estratégica China-África


A parceria estratégica entre a China e a África tem sido essencial para o crescimento económico do continente. Através de investimentos em infraestruturas, transporte e energia, a China tem ajudado a impulsionar sectores-chave em várias nações africanas.

Essa colaboração baseia-se no respeito mútuo e numa compreensão partilhada das necessidades e desafios específicos de África. Os projectos financiados pela China não só têm melhorado a ligação entre as regiões africanas, mas também têm promovido o desenvolvimento de tecnologias de ponta e ajudado na criação de empregos locais.

Além disso, a China tem demonstrado interesse em colaborar com África em áreas sensíveis, como a erradicação da pobreza. Guterres sublinhou que a vasta experiência da China na redução da pobreza extrema pode ser uma fonte de inspiração para os países africanos, que enfrentam desafios semelhantes.

Ao alinhar estas iniciativas com os compromissos internacionais de direitos humanos e respeito ao clima, a parceria China-África tem o potencial de promover um crescimento económico mais sustentável e inclusivo.


 

Conclusão


A Cúpula de Cooperação China-África de 2024 reafirmou o papel central desta parceria na promoção do desenvolvimento sustentável em África. Com a crise climática, as tensões geopolíticas e os desafios económicos a afectarem desproporcionalmente o continente africano, torna-se evidente que a Cooperação Sul-Sul é uma via promissora para alcançar soluções conjuntas.

Através da troca de tecnologia, do investimento em energias renováveis e da modernização dos sistemas financeiros, África e China encontram-se numa posição privilegiada para liderar transformações globais. Sob a orientação da ONU, liderada por António Guterres, espera-se que estas parcerias continuem a florescer, trazendo benefícios duradouros para ambas as regiões e para o mundo.

O que achas desta posição da ONU? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

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