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Sábado, Julho 12, 2025

Trump Insulta o Presidente da Libéria

Durante uma reunião oficial, Donald Trump elogiou o inglês do presidente da Libéria, ignorando que essa é a língua oficial do país. O gesto gerou reacções de indignação, um pouco por todo o lado. A gafe reacendeu o debate sobre a ignorância e o paternalismo ocidental em relação a África.

Trump Insulta o Presidente da Libéria


Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), insultou, sem aparente intenção, demostrando apenas ignorância de facto, o Presidente da Libéria durante um encontro em Washington. Trump surpreendeu-se com o “bom inglês” de Joseph Boakai, ignorando que esta é a língua oficial do país.

Os comentários de Trump desencadearam reacções violentas nas redes sociais e entre os diplomatas da Libéria. A polémica surgiu na sequência do elogio ao inglês do presidente da Libéria, Joseph Boakai, durante uma reunião com cinco presidentes africanos na Casa Branca.

Trump, visivelmente impressionado, perguntou onde Boakai aprendera a falar “tão bem” inglês, demonstrando um completo desconhecimento da história linguística da Libéria. O episódio foi considerado por muitos como condescendente e revelador de preconceitos persistentes.

A Libéria foi fundada em 1822 pela Sociedade Americana de Colonização, com o objectivo de reinstalar os escravos libertados em África. O país declarou independência da Sociedade Americana de Colonização em 1847 e actualmente fala-se uma variedade de línguas, sendo o inglês a língua oficial.

O gesto de Trump foi considerado por diplomatas e activistas da Libéria como ofensivo e humilhante para uma nação que partilha profundas ligações históricas com os EUA. Apesar da resposta diplomática contida, as reacções populares foram de indignação.

O presidente da Libéria manteve a compostura institucional e respondeu calmamente que estudou na Libéria, o que não impediu que Trump insistisse nos elogios, dizendo que havia americanos que falavam inglês muito pior do que ele. Nas redes sociais, o momento tornou-se rapidamente viral e alvo de críticas.

Para muitos, a atitude do presidente norte-americano demonstra desconhecimento básico sobre o continente africano. A gafe é apenas mais um episódio de uma longa série de declarações controversas feitas por Donald Trump em relação a países africanos.

Anteriormente, Trump já se tinha referido a nações africanas com termos depreciativos, sendo repetidamente acusado de racismo e colonialismo cultural. O episódio com o presidente da Libéria aprofunda ainda mais esta imagem negativa.


Ignorância Exposta


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O elogio de Trump ao inglês de Joseph Boakai, chefe de Estado da Libéria, foi amplamente interpretado como um gesto de ignorância. A Libéria tem o inglês como língua oficial desde a sua fundação por ex-escravos norte-americanos. O presidente norte-americano questionou onde Boakai aprendera inglês, sugerindo surpresa por um africano falar correctamente a língua.

Trump chegou a perguntar se Boakai estudou na Libéria, recebendo uma resposta afirmativa, mas insistiu em sublinhar a sua “fluência extraordinária”. A declaração de Trump ocorreu na presença de outros líderes africanos, aumentando o embaraço diplomático.

“Inglês muito bom. Muito bom mesmo. Onde aprendeu a falar tão bem? Onde é que estudou?”

“Na Libéria? Isso é muito interessante”.

“Tem um inglês muito bom. Há pessoas nesta mesa que não falam tão bem e são daqui [dos EUA]”.

Activistas da Libéria e comentadores internacionais descreveram o gesto como paternalista e revelador de uma visão colonial. O gesto de surpresa por um africano falar bem inglês, quando a Libéria partilha laços históricos com os EUA, foi recebido como insultuoso e diversas figuras públicas da Libéria manifestaram repúdio pelo episódio.

Para muitos, o elogio não foi mais do que um reflexo de preconceitos enraizados no Ocidente, com o presidente norte-americano a demonstrar uma completa ausência de conhecimentos básicos sobre o continente africano. Nas redes sociais, o episódio tornou-se viral, com milhares de comentários irónicos e memes.

Vários diplomatas da Libéria descreveram o acto como condescendente, embora sem intencionalidade maldosa. A gafe reacendeu o debate sobre como os africanos são vistos por potências ocidentais, sobretudo os EUA. A insistência em referir a “boa linguagem” de um presidente africano reforçou a ideia de estigma de inferioridade.


Resposta Diplomática


Apesar da onda de críticas, o governo da Libéria procurou minimizar o incidente com uma resposta diplomática. A ministra dos Negócios Estrangeiros, Sara Beysolow Nyanti, afirmou que não houve ofensa em relação ao presidente Boakai. Acrescentou que Trump apenas tinha reconhecido a influência americana no inglês falado na Libéria.

“O que o presidente Trump ouviu claramente foi a influência americana no nosso inglês da Libéria e o nosso presidente não se ofendeu com isso”, explicou Nyantti.

A ministra salientou que muitas pessoas desconhecem as fronteiras linguísticas do continente africano. Claramente, a “polida” declaração oficial tentou evitar um confronto diplomático com os EUA, tendo inclusive, o conselheiro para Assuntos Africanos da Casa Branca descrito o momento como um elogio sincero por parte do Presidente Trump.

Segundo fontes diplomáticas, Boakai considerou a situação com humor, mas reconheceu o desconforto causado, no entanto, apesar da postura institucional, o impacto simbólico foi profundo para muitos cidadãos da Libéria. Vários analistas internacionais destacam que a gafe expõe a visão limitada que alguns líderes ocidentais mantêm sobre a história africana.

Alguns comentadores observaram que, se a gafe tivesse ocorrido com um país europeu, a reacção pública seria muito mais imediata e severa. O contraste entre a resposta oficial e a reacção popular revela um desequilíbrio nas expectativas. A diplomacia optou por uma abordagem apaziguadora para proteger interesses comuns.


Reacção Popular


A reacção dos cidadãos da Libéria foi marcada por sentimentos de humilhação e repulsa. Muitos sentiram-se insultados pela ideia de que falar bem inglês é incomum num país cuja língua oficial é precisamente essa. Vários activistas descreveram o episódio como mais um exemplo de como o Ocidente subestima o continente africano.

Archie Tamel Harris, defensor da juventude da Libéria, afirmou sentir-se insultado, reiterando que o comentário não foi um elogio. Harris criticou a tendência ocidental de ver os africanos como habitantes não civilizados, enquanto múltiplos utilizadores das redes sociais lembraram o passado colonial da Libéria e os laços com os EUA.

A opinião dominante é que o presidente norte-americano devia conhecer melhor a história da região. Os memes que circularam online ironizaram o desconhecimento de Trump e questionaram a preparação dos seus assessores. Muitos questionaram se outros líderes africanos teriam sido alvo da mesma atitude enquanto o sentimento de inferiorização projectado nas palavras de Trump se tornou o centro do debate.

Verónica Mente, deputada sul-africana, sugeriu que Boakai deveria ter abandonado a sala em protesto. Esta opinião reflecte a frustração acumulada com gafes repetidas, não só por Trump mas por parte de vários outros dirigentes ocidentais.

Ficou claro, pelas redes sociais que a opinião pública africana exige mais respeito e conhecimento nas relações internacionais. Mesmo fora da África, muitos comentadores internacionais criticaram a falta de preparação da Casa Branca para encontros diplomáticos deste tipo já que o episódio veio reforçar estereótipos que há muito se procura desconstruir.


Conclusão


O elogio de Donald Trump ao inglês do presidente da Libéria tornou-se um momento revelador de preconceitos e desconhecimento histórico. Apesar das tentativas diplomáticas de mitigar o impacto, a população da Libéria sentiu-se claramente ofendida.

O episódio revela o desequilíbrio nas relações entre as potências ocidentais e os países africanos e a gafe veio reacender o debate sobre o tratamento desigual sobre os líderes africanos em ambientes diplomáticos internacionais.

Para muitos, trata-se de um reflexo do desrespeito estrutural que ainda persiste no imaginário do ocidente. O gesto de Trump, mesmo sem intencionalidade ofensiva declarada, deixou claro que há muito por fazer na construção de relações equitativas

 


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Imagem: © 2025 CNN
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