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ToggleQuénia: Nova Tendência, Robôs Atendem À Mesa
Robôs atendem à mesa no restaurante Robot Cafe, localizado num subúrbio de Nairobi, o que tem vindo a despertar a curiosidade e o entusiasmo de muitos curiosos que procuram uma experiência culinária única.
Este estabelecimento é o primeiro do género em África a incorporar robôs na sua equipa de atendimento, uma inovação que, até agora, era vista apenas em países como a China, o Japão e os Estados Unidos da América. A utilização de robôs em ambientes de restauração é uma novidade para muitos na região, gerando tanto fascínio quanto debate.
Nadia e Claire
Dentro do restaurante, os robôs, carinhosamente apelidados de Nadia e Claire, movimentam-se de forma suave entre as mesas, entregando os pedidos aos clientes. O processo de pedido é completamente digitalizado, com os clientes a acederem ao menu através de um código QR na mesa e a colocarem as suas encomendas online.
Assim que a comida está pronta, um empregado humano coloca-a na bandeja do robô que, após receber alguns comandos através de um iPad, entrega a refeição diretamente à mesa correspondente.
Embora o conceito de robôs a servir refeições não seja novo a nível mundial, para o público africano e, em particular, para o queniano, este é um conceito que desperta uma mistura de admiração e receio. Alguns dos clientes mostram-se entusiasmados com a inovação, considerando-a um passo positivo para o país.
“Posso dizer que é algo único, porque aqui no nosso país, Quénia, nunca vi um restaurante como este, por isso acho que, para mim, é uma boa ideia do dono deste restaurante”.
Comentou entusiasmado, a Maia Afrika, Packson Chege, um dos frequentadores do estabelecimento.
O Impacto na Força de Trabalho
A introdução de robôs em ambientes de trabalho, especialmente em sectores como a restauração, onde a interação humana é fundamental, levanta preocupações sobre a possível perda de empregos. No Quénia, onde a indústria da hospitalidade emprega uma grande parte da população, a chegada de robôs como Nadia e Claire é vista por alguns como uma ameaça.
No entanto, John Kariuki, o gerente do Robot Cafe, apressa-se a tranquilizar os críticos. Segundo ele, os robôs no restaurante têm um papel essencialmente de entretenimento e não substituem de forma alguma os empregados humanos.
“Em nenhum momento os robôs são capazes de funcionar plenamente em todos os serviços e em tudo o que é suposto acontecer no restaurante sem o toque humano”.
Esclarece a Mais Afrika, Kariuki, o gerente do café, acrescentando que, longe de serem uma solução económica, os robôs são, na verdade, muito caros de adquirir e manter, tornando inviável uma substituição total dos trabalhadores humanos.
Além disso, a implementação destes robôs não parece ser uma estratégia para cortar custos. Kariuki defende que a intenção por trás da sua adopção é proporcionar aos clientes quenianos uma experiência que está disponível nos países desenvolvidos, permitindo-lhes assim usufruir de uma inovação tecnológica que até agora lhes era distante.
“Acreditamos que os clientes merecem ter acesso à tecnologia disponível nos países desenvolvidos, para que possam também experimentar algumas coisas que não estão disponíveis no país”, afirmou.
A Diversidade no Atendimento
A consultora independente da indústria da hospitalidade, Edith Ojwang, também partilha uma perspetiva tranquilizadora. Para Ojwang, o sector da hospitalidade é vasto e diversificado, capaz de acomodar tanto o serviço robótico como o atendimento humano tradicional.
“Temos clientes que preferirão o serviço robótico e a automação completa, enquanto também temos clientes que preferirão o atendimento humano, o toque humano e o calor que vem com o serviço humano, por isso não é inteiramente uma ameaça ao trabalho humano devido à natureza diversificada da base de clientes da hospitalidade”, explica Ojwang.
Este equilíbrio entre inovação tecnológica e a preservação do toque humano no serviço pode ser a chave para o futuro do sector da hospitalidade no Quénia. Enquanto alguns clientes apreciam a precisão e a eficiência dos robôs, outros valorizam a interação humana, a simpatia e o calor que só um atendimento personalizado pode oferecer.
O Robot Cafe, ao incorporar ambos os elementos, parece estar a criar um modelo que satisfaz diferentes preferências e expectativas, ao mesmo tempo que abre novas possibilidades para o sector no Quénia e em África.
Conclusão
O surgimento do Robot Cafe no Quénia, com a sua mistura de robôs e atendimento humano, marca uma nova fase para a indústria da hospitalidade no país. Embora a introdução de robôs tenha gerado algumas preocupações sobre a possível substituição da mão-de-obra humana, a realidade é que estes dispositivos foram concebidos mais para entreter do que para substituir.
A diversidade de preferências dos clientes assegura que o serviço humano continue a ter o seu lugar, mesmo num ambiente cada vez mais tecnológico. No fim, o sucesso do Robot Cafe pode bem ser um prenúncio de como a tecnologia e o toque humano podem coexistir, criando uma experiência gastronómica única e adaptada às necessidades de cada cliente.
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Imagem: © 2024 DR