Hidrogénio Verde: Moldar o Futuro Sustentável.
No primeiro dia do African Energy Week 2023 (#AEW2023), um painel de discussão explorou o panorama do hidrogénio verde em África e na Europa, forjando uma colaboração entre os dois continentes.
O #AEW2023 realiza-se esta semana na Cidade do Cabo com o mandato de erradicar a pobreza energética no Mundo até 2030.
African Energy Week 2023
À medida que a África e a Europa lideram em conjunto a economia global do hidrogénio verde, as dinâmicas energéticas estão a sofrer uma transformação significativa. O potencial abundante de energias renováveis em África, aliado aos ambiciosos objetivos de produção e importação da Europa, está a criar novos caminhos energéticos e a redefinir os padrões existentes.
Neste contexto, a Semana de Energia Africana 2023 (African Energy Week 2023 – #AEW2023), o principal evento energético da Câmara de Energia Africana (AEC), contou com uma Cimeira do Hidrogénio dedicada ao tema ‘Dar energia ao Futuro: África e Europa Desencadeiam a Revolução do Hidrogénio Verde‘.
A sessão, moderada por Ashutosh Singh, Diretor de Serviços Financeiros da S&P Global Commodity Insights, explorou as amplas implicações desta mudança transformadora.
A discussão iniciou-se com uma intervenção de Kgosientsho Ramakgopa, Ministro na Presidência responsável pela Eletricidade na África do Sul, sublinhando a importância do hidrogénio verde na estratégia energética sul-africana.
“Até 2040, África poderá produzir 50 vezes mais energia a partir de energias renováveis do que a procura estimada do mundo”, afirmou.
Ao falar sobre as ambições da África do Sul, acrescentou:
“Estamos a apontar para 1 dólar por quilo até 2050, equivalente a energia de baixo custo autóctone, tornando a África do Sul uma das economias industriais mais competitivas”.
O governo reconheceu o hidrogénio verde como um elemento-chave da sua transição energética justa. Implementou alterações regulamentares e introduziu o Programa da Sociedade do Hidrogénio que serve como um enquadramento abrangente do setor para facilitar investimentos em larga escala.
“A intenção deste tipo de estratégia é garantir que somos capazes de desenvolver o tipo de padrão necessário para o hidrogénio verde no futuro”, referiu Ramakgopa.
O Hidrogénio Verde na África Ocidental
Entretanto, na África Ocidental, a Mauritânia lidera projetos em larga escala, incluindo o massivo projeto Aman, o projeto Nour Electrolyzer e o projeto de hidrogénio verde Masdar-Infinity-Conjuncta.
“Temos um grande potencial em energias renováveis e o hidrogénio verde está disponível”.
“Estamos a trabalhar no enquadramento legal, que ajudará a atrair investimentos para estes recursos”.
“Queremos colocar os investidores numa posição que os torne confortáveis para investir”.
Explicou Nani Chrougha, Ministro do Petróleo, Minas e Energia da Mauritânia.
Com a procura de hidrogénio verde, África pode beneficiar da investigação de ponta e dos avanços tecnológicos na produção de hidrogénio, permitindo ao continente aproveitar o seu potencial de forma mais eficaz e contribuir para a sua transição energética e crescimento económico.
Embora haja necessidade de África adotar tecnologias para o hidrogénio verde e aprender com as experiências necessárias das nações europeias, o Ministro Ramakgopa afirmou:
“Não somos apenas recetores de tecnologias; também temos a capacidade para a desenvolver”.
O painel discutiu a necessidade de infraestrutura para apoiar a cadeia de abastecimento de hidrogénio verde em África, destacando alguns desafios e oportunidades no seu desenvolvimento.
O Ministro Chrougha afirmou:
“Precisamos de aceder a financiamento para aceder aos nossos recursos importantes, e isto será um investimento em infraestrutura e no setor mineiro, e precisamos de desenvolver capacidade no setor mineiro, e estes são dois desafios”.
A “Task Force” do hidrogénio verde
O desenvolvimento de uma força de trabalho qualificada é essencial para avançar na produção e utilização do hidrogénio verde.
“Para os países africanos, é vital construir capacidade local”.
“Esta é uma tecnologia com a qual não temos vindo a trabalhar durante muito tempo”.
“Por isso é extremamente importante que os governos e instituições comecem a trabalhar na construção de capacidade em toda a cadeia de valor”.
Afirmou Solomon Nwabueze Agbo, Cientista e Coordenador de Projetos na Forschungszentrum Jülich GmbH.
Finalmente, para impulsionar o investimento em hidrogénio verde, África pode inspirar-se nas histórias de sucesso da Europa. Através da implementação de políticas de apoio e do fomento da colaboração internacional, o continente pode atrair os investimentos necessários para uma indústria de hidrogénio verde próspera.
“Para chegarmos aos 2 dólares por quilo, precisamos de reunir todos à mesa, incluindo compradores e financiadores”.
Afirmou Chinnan Maclean Dikwal, Vice-Presidente do Conselho de Administração da Câmara de Energia Africana.
Acrescentou que, para as nações que não dispuseram dos recursos para o desenvolvimento de hidrogénio verde, será necessária uma colaboração estratégica. As parcerias provavelmente desempenharão um papel significativo.
Conclusão
A colaboração entre a África e a Europa no sector do hidrogénio verde, destacada na African Energy Week 2023, representa uma oportunidade transformadora para o continente africano. As ambições da África do Sul e os projetos em grande escala na África Ocidental mostram o potencial deste recurso.
No entanto, desafios como infraestrutura entre outros, precisam ser superados, com ênfase na colaboração internacional. O hidrogénio verde tem o potencial de impulsionar a transição energética em África e desempenhar um papel vital no combate à pobreza energética.
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